Segundo a OMS de 2019, cerca de 2,3 bilhões de pessoas no mundo estão com sobrepeso ou obesidade. Uma das causas dessa situação é a alimentação inadequada, em que os alimentos processados e ultraprocessados que possuem alto teor de gordura, sódio, carboidrato simples e sal estão sendo mais consumidos que os alimentos in natura ou minimamente processados.
Para tentar minimizar esse cenário, o ministério da saúde criou em 2014 o guia alimentar para população brasileira como uma das estratégias para promoção da alimentação adequada e saudável. O guia Apresenta um conjunto de informações e recomendações sobre alimentação que objetivam promover a saúde para população.
Na segunda edição do guia alimentar para população brasileira, o ministério da saúde incluiu a classificação dos 4 grupos de alimentos:
- Alimentos in natura ou minimamente processados.
- Ingredientes culinários ( como óleos, sal, gorduras e açúcares)
- Alimentos processados.
- Alimentos ultraprocessados.
Neste artigo, iremos aprofundar nosso conhecimento sobre os alimentos in natura ou minimamente processados.
Preparados? Vamos lá!
O que são alimentos in natura ou minimamente processados?
Os alimentos in natura são aqueles obtidos de plantas ou animais e que não sofreram qualquer alteração ao deixar a natureza.
Os alimentos minimamente processados são alimentos in natura que foram submetidos a processos de limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejadas, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento que não envolvam a adição de sal, óleos, açúcar, gordura ou outras substâncias.
Os alimentos in natura deterioram muito rápido e este é o motivo para que sejam minimamente processados antes de serem adquiridos.
Exemplos de alimentos in natura ou minimamente processados:
- verduras, legumes e frutas (frescas ou secas);
- tubérculos;
- arroz;
- milho (em grão ou na espiga);
- cereais;
- farinhas;
- feijão e outras leguminosas;
- cogumelos (frescos ou secos);
- sucos de frutas (sem açúcar ou outras substâncias);
- leite;
- iogurte (sem açúcar ou outras substâncias);
- ovos, carnes, pescados, frutos do mar;
- castanhas (sem sal e açúcar);
- especiarias e ervas frescas ou secas;
- macarrão ou massas (feitas com farinhas e água);
- chá, café e água.
OBSERVAÇÕES:
- De preferência ao consumo de arroz integral e farinhas de trigo menos refinada, pois não passaram por processos intensos de limpeza e possuem um melhor valor nutritivo.
Consumo de alimentos in natura pela população brasileira:
Segundo o módulo de Avaliação Nutricional da Disponibilidade Domiciliar de Alimentos da Pesquisa de Orçamento Familiares ( POF ) 2017/2018, divulgou em 2020 por meio do IBGE que em 2002/2003 os alimentos in natura ou minimamente processados faziam parte de 53,3% das calorias ingeridas, em 2008/2009 esse consumo foi para 50,4% e atualmente 49,5%.
Com base nesses resultados, os profissionais da área da saúde podem adotar estratégias para estimular o consumo desses alimentos. Como por exemplo:
- Estimular a divulgação do guia alimentar.
- Divulgação de receitas saudáveis feita com alimentos in natura ou minimamente processados.
- Incentivar a população a fazer compras em feiras livres, mercados que possuem variedades de produtos naturais.
- Divulgar as propriedade dos alimentos in natura, por exemplo: são antioxidantes , ajuda no combate de radicais livres , auxiliam na prevenção de DCNT.
O ministério da saúde recomenda que a alimentação no país deve ser baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, pois os mesmos oferecem benefícios como:
- Ajuda na prevenção contra as doenças crônicas não transmissíveis.
- Possuem sabor original dos alimentos, pois não são misturados com outras substâncias.
- Ajuda no emagrecimento.
- Ricos em nutrientes.
- Saudáveis.
- Melhora funcionamento do intestino.
- Ajuda na flora intestinal.
Os alimentos processados e ultraprocessados devem ser evitados, pois possuem quantidades exageradas de sal, óleos, gorduras e conservantes que são prejudiciais a saúde. O consumo frequente desses alimentos podem causar problemas como:
- Obesidade.
- Doenças cardiovasculares.
- Diabetes.
- Hipertensão.
- Câncer.
- Inflamação da mucosa intestinal.
- Alergias e entre outras patologias.
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Referências:
MENEGASSI, Bruna et al. A nova classificação de alimentos: teoria, prática e dificuldades. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, p. 4165-4176, 2018.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
ULTRAPROCESSADOS GANHAM ESPAÇO E SOMAM 18,4% DAS CALORIAS CONSUMIDAS EM CASA. IBGE, 2020. Disponível em: https://censo2021.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/27300-ultraprocessados-ganham-espaco-e-somam-18-4-das-calorias-adquiridas-em-casa.html. Acesso em: 03/04/2020
SEGUNDO A OMS, 2,3 BILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO ESTÃO COM SOBREPESO OU OBESIDADE. O globo, 2019. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/oglobo.globo.com/sociedade/saude/segundo-oms-23-bilhoes-de-pessoas-no-mundo-estao-com-sobrepeso-ou-obesidade-1-24141513%3fversao=amp. Aceso em: 16/12/2019