7 principais mitos sobre saúde LGBTQIA+

Como precisa ser a assistência à saúde para pessoas LGBTQIA+?  Para responder a essa pergunta, esclarecemos  os 7 principais mitos sobre a saúde  LGBTQIA+.  Tudo em prol de uma abordagem cada vez mais inclusiva!

Para essa missão, conversamos com o médico psiquiatra e  Coordenador da Pós Graduação em Psiquiatria da SANAR, o Dr. Saulo Ciasca. 

Além dos mitos, vamos mostrar o que é importante saber sobre o atendimento a essa comunidade.

Chegue mais pois o conteúdo está simplesmente incrível!

7 Mitos sobre a saúde  LGBTQIA+

São muitos os mitos comuns enraizados na sociedade e que vão na contramão do que a diversidade precisa. Todos esses pontos, claro, trazem impactos na assistência à saúde dessa população. 

Abaixo, listamos 7 mitos sobre a saúde  LGBTQIA+ apontados pelo Dr. Saulo Ciasca. De quebra, também ajudamos a desmistificar esses pensamentos que precisam ser desconstruídos. 

Pelo respeito ao diverso! Pelo respeito à vida! E, claro, pelo bem da sociedade com um todo.

Confira!

1) Saber sobre as especificidades da saúde LGBTQIA+ é difícil. 

Quando escuta sobre saúde LGBTQIA+, o profissional de saúde pode ter algumas reações, achando que se trata de um universo difícil de entender. 

“Isso é uma resistência, porque o profissional de saúde estuda coisas muito mais difíceis. Eles tendem a olhar para essa população e pensam: ah, não preciso saber. Isso é diferente e eu vou encaminhar para o especialista”. 

2) Achar que pessoas LGBTQIA+  são LGBTQIA+  por escolha ou por influência externa.

Estudos já comprovaram que há fatores genéticos e hormonais que determinam a orientação sexual e a identidade de gênero. Ou seja, não dá mais para repetir que as pessoas vão ser influenciadas a serem LGBTQIA+.

3) Achar que perguntar ofende. 

Muitos profissionais de saúde acreditam que se perguntar com quem a pessoa se relaciona o paciente vai ficar bravo ou ofendido. Pesquisas já mostram que isso não procede. 

Mesmo assim, esse é um dos 7 mitos sobre saúde LGBTQIA+ mais comuns. “Isso revela mais um  medo do profissional de saúde em acessar a orientação sexual do paciente, em perguntar sobre isso”, comenta o médico.

4) Achar que identidade de gênero é a mesma coisa que orientação sexual.

É comum o  profissional de saúde achar que por conta da identidade de gênero  o paciente tende  agir de determinada forma. 

Veja o exemplo de um homem trans que nasceu com o sexo feminino. Ele se identifica como homem, mas pode gostar de homens e ser um trans gay ou bisexual.

5) Supor a prática sexual a partir da orientação sexual do paciente. 

Quando a pessoa diz que é lésbica, o profissional supõe que ela só se relacione com mulheres. Pode acontecer de essa mulher, vez ou outra, se envolver com homens. 

“Quando a gente vai cuidar, muitas vezes precisamos entender o comportamento sexual do paciente”, defende o Dr. Saulo. 

6) Achar que pessoas transexuais sofrem por serem trans.

Sobre isso, ele aponta que as pessoas trans não sofrem por serem trans. Elas sofrem, sim,  por serem trans numa sociedade transfóbica. Ou seja, numa sociedade que não aceita a existência de pessoas trans. 

Afinal, essa pessoa trans pode não ver lugar de existência sociedade. Seja para ir ao banheiro, dentro da família, do trabalho e da saúde. Muitas vezes,  não encontra lugar nem no próprio corpo. 

7) Acreditar que todas as pessoas trans querem fazer cirurgias.

Esse é um grande mito. É equivocado, também, achar que fazer cirurgias ou modificações corporais é definidor de transexualidade. 

Se você quer fazer a diferença, confira 5 ações para melhorar o atendimento ao público LGBTQIA+.

Outra dica é entender mais sobre  o SUS e a saúde  LGBTQIA+.

Para além dos 7 mitos da saúde LGBTQIA+

É comum que os profissionais de saúde atuem dentro da perspectiva da heterocisnormatividade. Ou seja, num padrão de que todas as pessoas são heterosexuais e cisgênero –  pessoa que se identifica com o gênero designado ao nascer.

Os profissionais não sabem, muitas vezes, a diferenciação entre identidades de gênero e orientação sexual. Há  uma carência no ensino sobre saúde LGBGTI+ dentro das graduações e pós-graduações.  

“Geralmente, acreditam que isso tem cunho ideológico, desconhecem todas as evidências científicas e estudos das últimas décadas a respeito desses temas. Muitas vezes, isso nem é tomado como ciência.”

A afirmação, do médico psiquiatra e  Coordenador da Pós Graduação em Psiquiatria da SANAR, o Dr. Saulo Ciasca, toca na ferida. 

Nesse contexto, ele  reforça que profissionais de saúde precisam  refletir sobre o acesso da população LGBTI+ aos serviços de saúde. 

E mais:  destaca que é preciso saber o  que há de específico na anamnese.  Bem como os exames físicos que precisam ser abordados para olhar para essa população de uma forma mais afirmativa. 

Como se faz os rastreamentos específicos nessa população?  E o rastreamento do câncer de próstata numa mulher trans? O que dizer sobre o rastreamento de câncer de mama em homens trans? 

E a hormonização dessas pessoas?  Quais são os efeitos e o que a gente precisa saber para cuidar de uma pessoa que está sendo hormonizada? 

Como a gente aborda uma mulher trans que fez uma cirurgia de redesignação sexual e passa a ter um órgão sexual feminino? 

Para o Dr. Saulo, essas estão entre as questões que o profissional de saúde deveria saber e que são negligenciadas. 

Quer saber mais sobre esse cenário? Um bom começo é conhecer os  princípios e diretrizes do SUS sobre a saúde da população LGBTQIA+

Saúde mental LGBTQIA+

Existem vários estudos que mostram que o estigma, a discriminação e a violência em relação às pessoas LGBTQIA+ provocam e pioram desfechos em saúde.

Isso,  tanto no aspecto físico quanto mental. Afinal, estamos falando de pessoas que são vulnerabilizadas. E, como já vimos, há vários temas que são tradicionalmente ignorados. 

“É importante, por exemplo,  saber como abordar a infância e o envelhecimento da pessoa LGBTQIA+. Bem como questões relacionadas à parentalidade, à conjugalidade e cuidados específicos de saúde dessa população”, frisa o médico. 

Como que a gente olha para a saúde sexual ampliada para a necessidade  LGBTQIA+?  

Essas são algumas questões que precisam ser pontuadas. Isso sem falar das relacionadas ao processo de transição de gênero.

E o que dizer dos  cuidados com pessoas que se encontram em maior condição de vulnerabilidade? É o caso de  pessoas LGBTQIA+ negras, indígenas, em situação de rua e em privação de liberdade. 

A gente sabe que o público LGBTQIA+ tem maior risco de depressão, ansiedade, transtornos alimentares. Além disso,  problemas relacionados à imagem corporal, suicídio, automutilação, transtorno por uso de substâncias.

A saúde mental da população LGBTQIA+ merece uma atenção especial. 

Está pensando que acabou? Nada disso. 

A gente lista  a seguir mais conteúdos sensacionais para você. Afinal, nunca é demais se informar em nome da inclusão!

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Por Sanar

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