Pesquisa e extensão na odontologia: o caminho para o destaque e inovação profissional | Colunista

Sabemos que a graduação é um dos ciclos de formação mais complexos e exigentes que passamos. São muitas mudanças, principalmente se você entra logo após acabar o Ensino Médio, a demanda de trabalhos e atividades aumenta, as provas ficam mais difíceis e os métodos de ensino são diferentes. 

Apesar de tudo isso, as Instituições de Ensino Superior proporcionam aos estudantes maneiras de desenvolver o processo educacional, social e político que, se você souber aproveitá-las, serão muito importantes para a construção de um profissional bem preparado. 

Pensando neste cenário de oportunidades, quais terão impacto mais positivo futuramente?  

Associando a este plano é que as extensões e as pesquisas entram como principais pontos a serem praticados. Elas podem ser definidas como processos científicos, ligados à educação e cultura, que possuem a finalidade de modificar a relação da universidade com a sociedade, sendo grandes potencializadores para que os estudantes se tornem profissionais aptos a outros campos que não seja sua área de atuação, como nas esferas políticas e sociais.

Na odontologia essas atividades se tornam valiosos meios de aprimoramento técnico para as condutas de atendimento, realização de procedimentos, diagnóstico, entre outros. Tanto as extensões quanto as pesquisas contribuem de diversas maneiras na carreira profissional, sendo os principais pontos:

  • o desenvolvimento da sensibilidade humana, permitindo visualizar as diferentes realidades apresentadas pelos pacientes;

  • conseguir socializar os conhecimentos técnicos, a fim de mostrar para as pessoas a importância do cuidado com os problemas bucais;

  • desenvolvimento de habilidades requeridas pelo mercado de trabalho e não apenas o conhecimento acadêmico, como o trabalho em equipe, a comunicação com os colegas de trabalho e a harmonia do local;

  • criação de estratégias para, gradativamente, modificar a desigualdade do acesso aos serviços odontológicos, reconhecendo as falhas em políticas públicas dessa área;

  • aplicar os conhecimentos teóricos da graduação de diferentes maneiras, criando formas alternativas de trabalho. 

Ainda neste cenário de contribuições, é importantíssimo salientar dois pontos: 

1. O contato desde o início da graduação com a população faz muita diferença. A comunicação clara é fundamental e pode ser delicada e demorada para se adquirir, os pacientes são pessoas diferentes, com valores e visões diferentes, saber respeitar e agir eticamente é essencial. Assim, quanto mais se pratica, mais experiência adquirimos,  tornando mais fácil esse processo.

2. A relação da odontologia com os âmbitos sociais e políticos precisa ser mais explorada. Atualmente os serviços odontológicos estão entre os mais caros e com pouco acesso da população de baixa renda, que antagonicamente, é a mais afetada. Além disso, a cárie não tratada tornou-se um problema de saúde pública no mundo todo, sendo necessária a realização de pesquisas e outros métodos para reduzir esses parâmetros. 

A partir disso, podemos afirmar que as extensões e as pesquisas são importantes e possuem formação acadêmica e social e precisam ser exploradas na odontologia, principalmente por ainda sofrer com pensamentos limitantes. Um dentista não cuida apenas dos dentes, mas sim do paciente em sua integralidade, analisando todo histórico de saúde e identificando os sintomas que ele possa apresentar para que nenhum procedimento seja comprometedor para o indivíduo, principalmente em casos de doenças sistêmicas. 

Há alguns anos isso já vem sendo desconstruído, mas precisamos continuar nesse processo até que a profissão seja verdadeiramente reconhecida, e por isso as extensões e as pesquisas são tão transformadoras, fazendo com que os estudantes saiam da zona de conforto e estagnação para amplificar os olhares.

Portanto, termino aconselhando vocês a serem estudantes curiosos, que desejam sempre algo a mais. Se interessem pelos diferentes projetos de extensão, pelas pesquisas, por descobrirem novas técnicas de trabalho, aproveitem essas oportunidades durante a graduação e engrandeçam o conhecimento de vocês, assim, estarão um passo à frente de se tornarem profissionais que de fato se destacam.

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Referências:

1. FADEL, Cristina Berger et al . O impacto da extensão universitária sobre a formação acadêmica em Odontologia. Interface (Botucatu),  Botucatu ,  v. 17, n. 47, p. 937-946,  Dec.  2013 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832013000400017&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11 Abr.  2021. https://doi.org/10.1590/1807-57622013.3811.

2. SPEZZIA, Sérgio; CARVALHEIRO, Elisângela Mara  e  TRINDADE, Larissa de Lima. Uma análise das políticas públicas voltadas para os serviços de saúde bucal no Brasil. Rev. Bras. Odontol. [online]. 2015, vol.72, n.1-2, pp. 109-113. ISSN 1984-3747. <http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72722015000100021>. Acesso em 11 Abr.  2021.