Ferida: para além da cobertura ideal | Colunista

Introdução 

De acordo com a lei n° 7.498, de 25 de junho de 1986, regulamentada pelo Decreto 94.406/87, que dispõe sobre a regulação do exercício da enfermagem, deixa claro que os cuidados de enfermagem de maior complexidade são privativos do enfermeiro. Levando isto em conta a realização de curativo em feridas que exijam do profissional conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas; é competência do mesmo. 

Avaliação 

Podemos definir uma ferida como lesão em que haja a ruptura da integridade da pele: partindo disso é certo afirmar que uma mesma cobertura é válida para qualquer paciente? e o que leva uma cobertura ser definida como ideal? São perguntas que rondam a mente de qualquer profissional da área diante do seu primeiro contato com o paciente e ferida. Que não necessariamente precisa ser com a ruptura de tecido presente, tem medidas que são efetuadas antes mesmo da ruptura propriamente dita. 

A primeira conduta a ser feita é na etapa de avaliação com:

  • História clínica quando se reúne informações pertinentes sobre doenças atuais e anteriores, histórico familiar, tudo que se relacione e que possa modificar o processo de cura desta ferida esta entrevista é feita juntamente com anamnese.

  • Observar o aspecto dessa lesão: se está limpa, contaminada, se há presença de exsudatos (purulento, sanguinolento, seroso, serosanguinolento), medir com régua própria para delimitar a ferida com intuito de observar a cicatrização se está ocorrendo bem, se existe presença de tecido (granulação, epitelização, esfacelo e necrose).

  • Verificar o tempo que o paciente se encontra com a lesão, esta observação pode diferenciar no estado clínico da ferida se é crônica ou aguda, a lesão estando muito tempo sem cicatrização pesquisar as causas e fatores. 

Vale ressaltar que no exame físico é a hora que há um maior contato do profissional com a pele lesionada e a região perilesional, ele leva em consideração vários aspectos como: a alimentação, hidratação e o ambiente que o mesmo vive, por isso é importante verificar o aspecto geral da lesão e fatores associados que prejudiquem um bom processo de cura. 

Curativo ideal 

 foi visto que a avaliação é uma das condutas inicias mais importantes para se iniciar um tratamento adequado, porém poucos sabem da existência de protocolos, protocolos esses que associados a avaliação visam a assistência do indivíduo na sua totalidade, deste modo é preferível dizer que cada paciente recebe a cobertura de acordo com sua individualidade. 

Cada paciente tem suas particularidades, características e necessidades: é preciso vê-lo de forma integral não apenas uma lesão a ser tratada, desta forma o que leva uma cobertura a ser definida como ideal é o conjunto de ações e intervenções considerando o contexto social e as patologias do indivíduo.

Sempre lembrando que existe sim, patologias e feridas que demoram mais a cicatrizarem, que muitas vezes necessitam de intervenções cirúrgicas, se for o caso, o paciente continua sendo acompanhado em toda sua complexidade pós cirúrgica até porque será preciso sim, tratar, mas agora outra categoria de ferida e mais uma vez definir uma cobertura ideal.

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Referências 

BRASIL, Lei Nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Brasília, df, 1986. Disponível em:< – LEI N 7.498/86, DE 25 DE JUNHO DE 1986 Conselho Federal de Enfermagem – Brasil (cofen.gov.br)>. Acesso em: 09 abril  2021.

sandrelle m, Gabriella et al. feridas e coberturas: guia prático de condutas. 1. ed. salvador: sanar, 2020.