A infecção hospitalar (IH) é conceituada como toda infecção que é adquirida após o processo de admissão do paciente no âmbito hospitalar. Nesse sentido, é válido ressaltar que essa infecção pode se manifestar durante a internação ou após o período de alta, onde geralmente, nota-se que ela acontece em decorrência da doença, dos procedimentos invasivos ou por do contato com a microbiota hospitalar, que ocasiona um desequilíbrio com os mecanismos de defesa do organismo.
A IH, configura-se atualmente como um relevante problema de saúde pública, em virtude da elevada prevalência de resistência dos microorganismos aos antimicrobianos disponíveis no mercado, que tem corroborado para o aumento no tempo de permanência hospitalar, para a necessidade de emprego de antimicrobianos de última geração, que tem resultado em um elevado impacto orçamentário, bem como para o aumento da morbimortalidade. Dessa forma, as infecções hospitalares têm demandado uma vigilância epidemiológica constante e rigorosa de todos os profissionais de saúde e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
A CCIH constitui-se como o órgão de autoridade máxima dentro do ambiente hospitalar que é responsável por elaborar, implementar, manter e avaliar o programa adotado pela instituição para o controle de IH. Ela foi estabelecida nos país por meio da Portaria 2616 de 1998, que foi o marco regulador para o controle de IH e em seu escopo há a descrição dos conjuntos de ações que devem ser adotadas para evitá-las. Como participante da equipe que compõe a CCIH, o profissional farmacêutico desempenha um papel fundamental, principalmente no que se refere ao uso racional dos antimicrobianos e matérias médico-hospitalares, no aconselhamento dos prescritores quanto ao antimicrobiano mais adequado, na avaliação das prescrições, na elaboração de relatórios de consumo, no treinamento da equipe, e no conhecimento aprofundado do efeito farmacológico ao combate dos agentes infecciosos.
Além de contribuir com a comissão de controle de infecção hospitalar, o farmacêutico nesse ambiente, pode auxiliar no controle de infecções por meio da utilização de evidências clínicas que devem respaldar as etapas de aquisição, armazenamento, seleção, programação, distribuição e dispensação de medicamentos, além de atuar no gerenciamento de recursos humanos financeiros e materiais. Além disso, o profissional está apto para realizar o acompanhamento clínico de pacientes submetidos à antibioticoterapia junto à equipe multidisciplinar, auxiliando desde a prescrição do medicamento até a sua utilização pelo paciente, contribuindo desse modo para redução de erros no tratamento medicamentoso, para resultados positivos quanto à farmacoterapia e minimizando os custos do tratamento. A Imagem 1 traz um compilado das atividades que devem ser promovidas pelo farmacêutico para o controle das IH.
Imagem 1: Atividades desenvolvidas pelo farmacêutico para o controle das IH
Diante do exposto, observa-se a importância do farmacêutico para o controle de infecções hospitalares, por meio das diferentes atividades que o mesmo pode desempenhar. Ademais, ressalta-se que a restrição de antimicrobianos deve ser o método preconizado durante a rotina, sendo efetuada mediante o preenchimento de formulários para sua liberação, devendo ser monitorados e auditados pelo profissional farmacêutico.
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Referências
IZAIAS, Érika Maria et al. Custo e caracterização de infecção hospitalar em idosos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 3395-3402, 2014.
QUIRINO, Jordianne Márcia Gomes; DE CARVALHO MENDES, Rafael. Importância do farmacêutico na prevenção e controle junto a equipe do programa de controle de infecção hospitalar. Revista E-Ciência, v. 4, n. 2, 2017.
SANTOS, Pablo de Moura et al. Farmácia Hospitalar, pública e de manipulação. Editora Sanar. P. 41-50, 2017.