Atribuições do farmacêutico clínico

A partir da década de 1960, houve o fomento da prática da Farmácia Clínica, nos Estados Unidos. Sendo tal prática iniciada no ambiente hospitalar, na qual o farmacêutico passou a ter atividades clínicas voltadas para os pacientes e que atualmente, expandiu-se para os demais níveis de atenção à saúde.

Sendo assim, o farmacêutico torna-se o profissional responsável por otimizar a farmacoterapia, identificar e resolver problemas relacionados aos medicamentos (PRM), de modo a garantir adesão, segurança e efetividade do tratamento, promovendo o uso racional de medicamentos. Nesse contexto, o farmacêutico torna-se um grande aliado à equipe multidisciplinar para promover saúde e qualidade de vida aos pacientes.

O que é Farmácia Clínica?

A Farmácia Clínica é uma área da farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar, e prevenir doenças.

Onde o Farmacêutico Clínico pode atuar?

Em farmácias comunitárias, hospitais, unidades básicas de saúde, instituições de longa permanência, consultórios farmacêuticos, em domicílio, entre outros.

Serviços Farmacêuticos

É um conjunto de atividades que visa contribuir para prevenção de doenças, promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Exemplos de serviços farmacêuticos: rastreamento em saúde, educação em saúde, revisão da farmacoterapia, conciliação medicamentosa, entre outros.

Rastreamento em Saúde

Serviço que possibilita a identificação provável de uma doença ou determinada condição de saúde, por meio da realização de procedimentos ou exames, com devida orientação e encaminhamento do paciente, caso necessário, a outro profissional ou serviço de saúde para diagnóstico e tratamento. Exemplo: aferição da pressão arterial, teste de glicemia capilar.

Educação em Saúde

É um serviço que compreende diferentes estratégias educativas, de modo a contribuir para aumentar conhecimentos, desenvolver habilidades e atitudes sobre os problemas de saúde e seus tratamentos, visando assim o desenvolvimento da autonomia dos pacientes em relação às suas condições clínicas de saúde.

Manejo de Problemas de Saúde Autolimitados

Serviço pelo qual o farmacêutico acolhe uma demanda relativa a problema de saúde autolimitado, identifica a necessidade de saúde, prescreve e orienta quanto a medidas não farmacológicas e medicamentos, cuja dispensação não exija prescrição médica. Quando necessário, encaminha-se o paciente a outro profissional ou serviço de saúde. Exemplos de problemas de saúde autolimitados: espirro, congestão nasal, azia, dor de cabeça, entre outros.

Conciliação medicamentosa

É um serviço em que o farmacêutico obtém uma lista completa e precisa dos medicamentos de uso habitual do paciente e compara a prescrição nos diferentes momentos de transição do cuidado (admissão, alta hospitalar ou transferência entre unidades de internação), verificando se há duplicidades terapêuticas e/ou oportunidades de melhorar a farmacoterapia do paciente.

Revisão da Farmacoterapia

Serviço pelo qual o farmacêutico faz uma análise crítica e estruturada sobre os medicamentos utilizados pelo paciente, com os objetivos de minimizar a ocorrência de problemas relacionados a medicamentos, aumentar a adesão ao tratamento e obter melhores resultados terapêuticos.

Segundo a RDC nº 585 de 2013 do Conselho Federal de Farmácia, entre as diversas atribuições do Farmacêutico Clínico, destacam-se:

Integra-se a equipe multiprofissional nos diferentes níveis de atenção à saúde, propiciando um cuidado integral ao paciente;
Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente, tendo sempre uma visão holística da saúde dos indivíduos;
Realizar intervenções farmacêuticas, com o objetivo de melhorar a farmacoterapia dos pacientes e garantir a maior adesão ao tratamento;
Realizar consulta farmacêutica em ambiente adequado, fazendo a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas;
Identificar e intervir em interações medicamentosas indesejadas e clinicamente relevantes.

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Referências

CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (BRASIL). Programa de suporte ao cuidado farmacêutico na atenção à saúde: PROFAR. Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2016. 76 p.

BRASIL. Resolução RDC nº 585, de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Órgão emissor: CFF – Conselho Federal de Farmácia. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf

STORPIRTIS, Sílvia. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, c2008. ix, 489 p