O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e, desde a graduação, o estudante se vê obrigado a buscar diferenciais para seu currículo.
A pós-graduação é o caminho mais natural, já que a graduação apenas não é mais suficiente para conquistar colocação no mercado de trabalho. Consequentemente, fica difícil também conquistar um salário bom, justo e capaz de te proporcionar a tão sonhada independência financeira.
Diante disso, fica a questão: que pós-graduação fazer?
O mercado hoje oferece dois tipos: stricto sensu, que concede titulação acadêmica de mestre ou doutor, e lato sensu, com foco em atualização e capacitação do profissional que está no mercado de trabalho.
Isso é possível através de cursos diferentes, como especialização e residência. Neste post vamos detalhar as diferenças entre cada um deles, pra te ajudar a fazer a escolha mais assertiva para sua carreira!
O que é cada um deles?
Dentro das possibilidades dos cursos de pós-graduação lato sensu, o profissional de saúde pode optar por uma especialização tradicional ou por uma residência multiprofissional. Antes de apresentarmos as diferenças entre ambos, é preciso entender o que é cada uma dessas formações.
Especialização
A especialização é um curso de qualificação profissional, que concede ao profissional um certificado de capacitação e conhecimento especializado sobre a área do cursos. Essa modalidade é normatizada pelo Artigo 44, item III, da Lei nº 9.394/1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. A especialização tem valor bastante significativo para o mercado de trabalho.
Residência Multiprofissional
As residências multiprofissionais em saúde oferecem ao profissional de áreas como Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia e Psicologia a possibilidade do aprendizado teórico e prático especializado em um setor de atuação.
Essa modalidade é regulamentada pela Lei nº 11.129/2005, que institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens, o ProJovem. O objetivo é capacitar jovens profissionais para a assistência à saúde em conformidade com as diretrizes e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
ESCLARECEMOS AS PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL. CONFIRA!
Quais as diferenças entre Especialização e Residência Multiprofissional?
Conhecendo os lugares de onde partem cada modalidade, é possível perceber que as diferenças entre especialização e residência multiprofissional são expressivas. Reunimos abaixo cada uma delas.
Carga horária
A diferença que mais se destaca é a carga horária de cada modalidade. Enquanto a especialização tem duração mínima de 360 horas, os programas de Residência Multiprofissional obrigatoriamente devem cumprir a carga horária de 5.760 horas, distribuídas ao longo de dois anos e 60 horas semanais.
Isso nos leva à próxima diferença: jornada de aprendizado. Na especialização, geralmente os estudantes têm aulas de uma a três vezes por semana, ou em um final de semana por mês. Dessa forma, é possível que acumule outras atividades, exerçam outras atividades e até invistam em outros cursos de formação.
Na Residência Multiprofissional, o estudante deve se dedicar exclusivamente ao programa. A jornada intensa, com jornadas de 10 a 12 horas diárias de aulas práticas e teóricas, não permite que se exerça atividades paralelas. É foco total na residência!
Formação superior
A pós-graduação já sugere que o profissional precisa ter um curso de graduação concluído para que possa se candidatar. A diferença entre a Especialização e a Residência Multiprofissional está na formação. A primeira não obriga que o profissional tenha curso superior na área que pretende fazer a especialização. Por exemplo, é possível se especializar em marketing tendo ensino superior em Direito.
No entanto, não é permitido se candidatar a um programa de Residência Multiprofissional sem ter o diploma de graduação na área profissional pretendida. Sendo assim, o profissional de Enfermagem só pode concorrer a uma vaga que seja para sua área profissional. O mesmo é válido para qualquer outra formação.
O diferencial é a possibilidade de concorrer a mais de um programa de Residência Multiprofissional. Algumas instituições permitem que o profissional concorra a até três programas diferentes, mas dentro da sua área de formação.
VALE À PENA FAZER RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL? CONHEÇA 7 VANTAGENS!
Processo de seleção
O processo seletivo de uma especialização comum costuma ser baseada em análise curricular e entrevistas, num ciclo considerado até tranquilo – dentro do que é possível para situações nas quais nosso futuro profissional está me jogo. Por outro lado, a seleção de uma Residência Multiprofissional é mais complexa.
Isso porque o processo costuma se dividir em duas etapas: provas objetiva e dissertativa, e análise curricular com entrevista e/ou prova prática. Os detalhes variam de acordo com cada instituição. Por isso é importante pesquisar minuciosamente as instituições que você tem interesse para entender exatamente o que é cobrado em cada edital.
Foco em serviço
A Especialização tradicional é bastante teórica e permite até mesmo o aprendizado à distância. Por outro lado, a característica principal da Residência Multiprofissional é a educação em serviço, que encara o estudante como profissional que precisa executar o trabalho exigido pela sua formação.
Sendo assim, a única forma possível para a Residência Profissional, até então, é a modalidade presencial. Importante lembrar que a residência é 80% prática, com a rede pública de saúde como cenário de aprendizado, e 20% teórica.
Por se tratar de educação em serviço e funcionar, de fato, como execução de uma jornada de trabalho, os residentes recebem bolsa auxílio de R$ 3.330,43 (o valor da bolsa irá aumentar em 24% a partir de Janeiro de 2022). O valor é fixo, estabelecido por lei, e pago em qualquer programa de Residência Multiprofissional.
Existem similaridades?
Apesar das diversas diferenças entre Especialização e Residência Multiprofissional, o caráter lato sensu confere a ambas algumas semelhanças:
- Têm como pré-requisito a formação em graduação;
- Desenvolvem projeto de pesquisa e trabalho de conclusão de curso, sob a orientação de docente com titulação maior;
- Desenvolvimento de habilidades técnicas específicas a determinado tema, com programas em diversas áreas de conhecimento.
A base das duas modalidades é bem parecida. O que você precisa considerar antes de decidir pela Especialização ou pela Residência Multiprofissional é o seu objetivo profissional, aliado à sua disponibilidade de tempo e recursos.
Já tem uma ideia do que você pretende daqui pra frente?
Matérias relacionadas:
- Conheça 9 métodos de estudo infalíveis para concursos e residências na Saúde
- Conheça os principais programas de residência na área de Saúde
- Saiba quais programas de Residência Multiprofissional estão com inscrições abertas