A Residência Multiprofissional na Área de Saúde ainda não caiu no conhecimento da maioria das pessoas. Por isso mesmo estimula algumas perguntas básicas: O que é? Quem pode fazer? O que se ganha? Como é a rotina, afinal?
Para saciar sua curiosidade, antecipamos agora algumas dessas respostas. A Residência Multiprofissional, criada em 2005, é como uma pós-graduação lato sensu e tem como objetivo a inserção qualificada de jovens profissionais da área de saúde no mercado de trabalho.
Os programas dessa modalidade têm como princípio as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e formam equipes interdisciplinares e multiprofissionais, com formações em áreas como enfermagem, farmácia, fisioterapia, medicina veterinária, nutrição, odontologia e psicologia.
Os programas de residência multiprofissional têm duração de dois anos. Para se tornar residente, é preciso se submeter a uma seleção, que é aberta todos os anos.
O que acontece nesse período de formação como residente é o que você vai aprender nesse post!
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Rotina na residência multiprofissional
O profissional de saúde que é aprovado no processo seletivo de algum programa de residência multiprofissional passa a se tornar residente. Quando no primeiro ano, ele é chamado de R1. Já no segundo ano, R2.
A carga horária dos programas de residência é de 5.760 horas, divididas em dois anos. Isso dá uma média de 60 horas semanais, entre 80% de atividades práticas e 20% de atividades teóricas. Ainda há complemento com dois plantões mensais de 12 horas aos finais de semana. E o residente ainda recebe bolsa auxílio no valor de R$ 3.330,43 (valor que irá aumentar em 24% a partir de janeiro de 2022).
Dessa forma, a rotina do residente se resume em: aulas práticas, aulas teóricas e plantões.
Aulas práticas
Por se tratar de uma formação especializada, as aulas práticas são maior parte do conteúdo programático das residências multiprofissionais. Os residentes são divididos em grupos, formados por pelo menos um profissional de cada área de saúde, para que passem por rodízios.
Nesse momento, cada grupo fica por um período de experiência prática em unidades de saúde da rede municipal ou estadual, podendo ser na Rede Especializada, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Saúde Mental, Rede Hospitalar, Gestão do Sistema e Controle Social, Rede Intersetorial. Mas há unidades com redes próprias, como o Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que é um complexo hospitalar.
Geralmente, essas vivências mais curtas e gerais ocorrem no primeiro ano da residência. Isso porque no segundo ano da residência multiprofissional os residentes podem direcionar sua formação na área em que pretendem atuar.
Como os residentes são avaliados
A avaliação contínua e frequente é parte da rotina dos residentes. O preceptor, responsável por supervisionar os estudantes, considera o desempenho técnico-científico, ético e político dos profissionais em formação.
A promoção para o ano seguinte, no caso dos estudantes R1, depende de indicadores como o cumprimento da carga horária téorica e prática, da aprovação por meio das avaliações, e do desenvolvimento de projeto de pesquisa – conforme temática de interesse do residente e em conformidade com suas áreas de concentração e formação.
Para o residente terminar a residência como um todo, é preciso cumprir a carga horária total do curso e apresentar o trabalho de pesquisa, com artigo científico submetido para publicação em uma revista científica.
Uma informação importante: dificilmente um residente repete o ano. Geralmente, as deficiências observadas são recuperadas ao longo do programa de residência. Se não for possível, a tendência, então, é que o residente seja desligado.
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Prós e Contras da rotina do residente
Sessenta horas por semana com plantões nos finais de semana sugere uma rotina intensa. Há relatos de reflexos físicos dessa rotina, como desgaste, cansaço, tensão muscular e problemas de memória devido à rotina exaustiva.
No entanto, há também fatores que estimulam o dia a dia na residência. Um deles é o trabalho interdisciplinar, que permite o crescimento e o desenvolvimento profissional do residente. Ou seja, a capacidade de articular diferentes áreas do conhecimento em prol de uma solução para o paciente.
Outro estímulo é o reconhecimento por parte do usuário, que observa o compromisso do residente com a assistência à saúde, principalmente na rede pública, onde muitos assistidos estão em situação de vulnerabilidade.
Uma pesquisa feita com 26 estudantes R1 e R2 do Programa de Terapia Intensiva Neonatal dá mais detalhes sobre esse assunto.
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