Vamos falar de laser na odontologia?

 

LASER : Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, ou seja, amplificação da luz por emissão estimulada de radiação.

Com o avanço tecnológico, novos equipamentos de diagnóstico e terapêutica têm surgido e entre eles o tão falado: laser. Mas afinal, o que é isso? Qual indicação?

Bom, gostaria de iniciar esse texto compartilhando com vocês uma das aplicabilidades mais engrandecedoras do uso do laser na odontologia: pacientes oncológicos – embora, dificilmente estes pacientes tenham suas lesões orais manejadas pelo clínico geral, mas sim pelo estomatologista – especialista em estomatologia.

Os pacientes oncológicos são submetidos a quimioterapia e radioterapia, que muitas vezes, manifestam efeitos colaterais na mucosa oral, como: cáries cervicais, xerostomia, osteorradionecrose, mucosite, entre outros.

Falando de mucosite oral, esse é o efeito colateral mais comum entre os pacientes submetidos a estes tratamentos.

A mucosite oral é caracterizada por uma inflamação da mucosa que se estende do trato gastrointestinal até a mucosa da cavidade oral. Pode apresentar eritema, ulceração, hemorragia, dor severa e edema.

A fim de amenizar a dor e promover a cicatrização das lesões orais, o cirurgião-dentista realiza a laserterapia de baixa potência, bem como instruções de higiene oral. Importante lembrar sobre a necessidade de planejamento por uma equipe multidisciplinar.

Mas o uso do laser não se restringe somente a esses casos. Vamos falar das demais aplicações desse uso?

De acordo com suas potências, o laser é dividido em duas famílias:

  • Grande intensidade de luz irradiada (grande potência) – indicado para procedimentos cirúrgicos conservadores. Objetivo: diminuição da dor pós-operatória e edema.
     
  • Pequena intensidade de luz irradiada (baixa potência (LLLT)) : indicado para ação terapêutica. Apresenta características de terapia fotodinâmica, sendo a melhor opção no tratamento de infecção. Objetivo: melhor cicatrização, estímulo de biomodulação dos tecidos, efeitos anti-inflamatórios e analgesia.

Embora, a laserterapia seja aplicada vastamente na odontologia, gostaria de elucidar 3 situações mais recorrentes na rotina do clínico geral. A escolha do laser será o de baixa potência (LLLT) e este é usado há mais de 20 anos por cirurgiões- dentistas brasileiros – apesar de não ser a realidade da grande maioria da classe.

  • Hipersensibilidade dentinária causada por lesões não cariosas:
    Por apresentarem características anti-inflamatórias e analgésicas, e função de regeneração tecidual, o laser promove a diminuição da intensidade da dor, bem como produção de dentina terciária, selando os canalículos.
     
  • Lesões de mucosa oral – herpes e aftas: reduz a sintomatologia dolorosa e inflamação, auxilia na reparação tecidual mais célere, além de trazer mais conforto ao paciente.
     
  • Parestesia – causada por uma lesão ou doença no nervo: a laserterapia atua devolvendo a sensibilidade, através da reparação de estruturas nervosas.

Vale ressaltar que, o uso dessa tecnologia, seguindo somente as recomendações do fabricante, não é o correto, visto que, é necessário seguir protocolos clínicos, e estes são adquiridos somente através de uma base cientifica. Por isso, a necessidade de um curso de habilitação em laser.

Deixo por último registrado, o grande desejo de ver a odontologia cada vez mais tecnológica, proporcionando aos pacientes e a sociedade, inúmeros benefícios, sejam eles de promoção, prevenção, diagnóstico ou tratamento.

REFERÊNCIAS:

  • Blog Dental Cremer. Disponível em: https://blog.dentalcremer.com.br/beneficios-laserterapia-odontologia/ Acesso em: 07 de maio de 2020.

 

  • BRUGNERA JÚNIOR, A.; PINHEIRO, A. L. B. Laser na odontologia moderna. 1.ed., São Paulo, Pancast, 1998.

 

  • Laser Aplicação na Odontologia. Rev. ABO Nac. – Vol. 18 no 5 – Outubro/novembro 2010
     
  • Cavalcanti TM, Almeida-Barros RQ, Cata?o MHCV, Feitosa APA, Lins RDAU. Conhecimento das propriedades fi?sicas e da interac?a?o do laser com os tecidos biolo?gicos na Odontolo- gia. An Bras Dermatol 2011; 86(5):955-60.