Quando falamos em aposentadoria o que vem imediatamente a nossa mente são frases como: “existe rombo”, “a previdência está quebrada” ou ainda outras: “não existe rombo”, “a previdência não está quebrada” e dados ao longo tempo foram colocados causando confusão naqueles que pouco entendem sobre o assunto. Porém um FATO não pode ser negado à reforma da previdência foi aprovada. E pelas novas regras a principal medida é a fixação de uma idade mínima (65 anos para homens e 62 anos para mulheres) para a aposentadoria (INSS, 2019, s/n).
Automaticamente podemos pensar que talvez a alternativa seja a famosa aposentadoria privada. As chamadas PGBL, VGBL não se assuste com as siglas (Plano Gerador de Benefício Livre e Vida Gerador de Benefício Livre) ambas em si são diferentes claro mais tem resultados no final muito parecidos, suas principais desvantagens são a baixa rentabilidade (se comparado a outros investimentos) e altas taxas como a de administração, taxa de carregamento e taxa de saída (SUSEP, 2019, s/n).
Então quais as possibilidades que nos resta? Levando-se em consideração os altos custos da nossa profissão, sejam com faculdade, financiamento estudantil, materiais odontológicos, as dificuldades para abrir ou manter um consultório, atrelado a isso um baixo retorno (julgo ser a realidade de muitos dos nossos leitores), fica claro cada vez mais a dificuldade do cirurgião dentista conseguir formar um patrimônio rentável ao longo dos anos e pensar em alternativas que possam no futuro lhe dar qualidade de vida.
Você pode estar pensando mais já não é tão complicado entender Odontologia ainda tenho de entender de aposentadoria pública e siglas da aposentadoria privada, além de outras formas de investimento? Porém essa pergunta pode ser facilmente reformulada com a seguinte questão: Se consigo entender de ODONTOLOGIA consigo compreender qualquer coisa seja aposentadoria pública, privada ou até mesmo outras possibilidades investimentos para o meu futuro como poupança, tesouro direto, CDBs, Debêntures e até mesmo a Bolsa de valores.
E já em que vamos falar sobre na Bolsa de valores, dois pontos devem ficar bem transparentes o primeiro é que a bolsa de valores é um ambiente para investidores que estão dispostos a correrem vários tipos de riscos, nada muito diferente de quem investiu na profissão de odontologia, o segundo ponto é que isto não é uma recomendação para que você ingresse na B³(nome da Bolsa brasileira), as informações fornecidas aqui são de cunho educacional para você tenha conhecimento e possa avaliar possibilidade de investimentos melhores de acordo com o seu perfil.
E ai surge a pergunta o que é a Bolsa esse business que parece tão “complicado”? Para o BTG Pactual, a bolsa de valores é um ambiente de negociação no qual investidores podem comprar ou vender seus títulos emitidos por empresas, seja elas com capitais públicos, mistos ou privados (BTG PACTUAL, 2018, s/n).
Entender esse conceito passa a ser estritamente fundamental, pois a partir daí podemos começar mudar um pouco as regras do jogo, visto que ao invés de você ser totalmente dependente do governo através da aposentadoria agora você pode ser sócio dele comprando participações em suas empresas (exemplo: Petrobrás). Vamos aprofundar o nível de raciocínio, sabe aquela aposentadoria privada dos bancos? Pois é ela gera lucro correto? Caso não, não faria sentido existir esse programa previdenciário na rede bancária, mas e se ao invés de você ser apenas cliente do banco com a aposentadoria pudesse também a ser sócio do banco e receber uma parcela dos lucros gerados por previdência privada além de muitos outros produtos do mercado bancário brasileiro, que por sinal é um dos mais lucrativos do mundo (SEU DINHEIRO, 2019, s/n).
Então se temos um dos sistemas bancários mais lucrativos do mundo isso quer dizer que a compra exclusiva ações bancárias pode reduzir os riscos de investir? Não funciona bem assim, lembre-se “Nunca coloque todos os ovos numa cesta só” como todo e qualquer investimento, mesmo o setor financeiro, um dos mais perenes possui risco, porém existem formas de você minimizar esses riscos um deles é a diversificação observe o gráfico abaixo:
Gráfico 1 : Setores disponíveis na B³.
http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda variavel/acoes/consultas/classificacao-setorial/
Na prática o que isso significa? Significa que podemos reduzir o chamado risco não sistemático (REIS, 2018, s/n), ou seja, caso algum setor venha a sofrer algum problema especifico de ordem própria, como uma eventual crise do setor financeiro ou setor da saúde que está sempre sujeito a mudanças bruscas da nossa legislação brasileiras gerando mudanças no mercado, isso quer dizer que outros setores em fase de crescimento podem minimizar ou até mesmo cobrir eventuais percas visto que um setor soma apenas 17% do valor diversificado.
Agora podem surgir mais e mais perguntas como a principal que talvez esteja na sua mente no exato momento é “e quanto vai render esses investimentos?” Essa pergunta nem os maiores especialistas do mercado financeiro podem responder, pois se trata de renda variável, porém vamos a mais um exemplo:
Gráfico 2: cotação PRIO3 www.google.com/searchq=a%C3%A7%C3%B5es+da+petrorio&oq=a%C3%A7%C3%B5es+da+petrorio&aqs=chrome..69i57j0l3.7716j1j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8
O gráfico acima mostra evolução da PETRO RIO uma empresa de petróleo listada na B³ note que no dia 27/05/2016 as ações estavam cotadas a $ 1,52 (ano em que o Brasil passava por uma crise política, após um ano da crise petrolífera em 2015) e no momento em que este artigo é escrito em meio a pandemia corona vírus, 25/05/2020, a cotação chegou a $ 28,98, uma valorização de 1900% ou seja quem investiu 1.000 R$ em 2016 hoje tem um patrimônio de 20.000 R$. Isso mostra o quanto empresas bem administradas podem superar momentos de crises trazendo bons retornos aos seus investidores.
Vejamos um exemplo inverso, como mencionado anteriormente o setor bancário Brasileiro é um dos mais rentáveis do mundo, mas mesmo um setor perene como este pode existir empresas que não consigam apresentar resultados tão satisfatórios é o caso do Banco Indusval que ao longo dos últimos vem sofrendo oscilações devido a sua inconstância de lucro aos seus acionistas e que em períodos de crises como estes do COVID-19, tendem a ter suas ações ainda mais desvalorizadas. No dia 25 de maio ano de 2016 se você também tivesse investido 1.000R$, nesta empresa com as ações custando 12,00 R$, teria no dia 27/05/2020 uma desvalorização de 80%, com as ações chegando a custar 2,44 R$ seu prejuízo é de 800 reais.
Gráfico 3 Cotação de Banco Indusval
https://www.google.com/searchq=a%C3%A7%C3%B5es+do+banco+idusval&oq=a%C3%A7%C3%B5es+do+banco+idusval+&aqs=chrome..69i57j69i59.5002j0j9&sourceid=chrome&ie=UTF-8
Eis a impotência de se diversificar, somando-se os seus 2 investimentos você nas empresas Petro Rio e Banco Indusval, sem levarmos em consideração um aporte constante ao longo dos anos e reinvestimento dos dividendos (tema que pretendo abordar no próximo artigo) você ainda teria um saldo de 19.200 reais.
Surpreso? Porém lembre-se, NÃO EXISTE DINHEIRO FÁCIL E NEM RÁPIDO! Para investir no mercado precisamos seguir algumas regras como ter foco no longo prazo, analisar os fundamentos de uma empresa afinal não é toda e qualquer empresa que mantém uma valorização ao longo dos anos sem gerar um bom lucro e resultados constantes, além disso, devemos seguir outras normas como, reserva de emergência, reserva de oportunidades aplicadas a renda fixa, para termos certo grau de segurança no alcance do sucesso financeiro. Imagino que esteja ansioso para aprender como tudo isso saber como funciona, e o melhor, saber se isso se caixa mesmo em nossa vida de Dentista (no fim das contas é um Dentista que vos escreve), mais calma esses capítulos ficarão para as próximas páginas digitais dos nossos artigos aqui na SANAR.
Referências:
1. Bancos brasileiros são os mais rentáveis do mundo. SEU DINHEIRO. Disponível em: < https://www.seudinheiro.com/2019/bancos/bancos-brasileiros-sao-os-mais-rentaveis-do-mundo/> Acesso 27/05/2020
2. Bolsa de valores: o que é, como funciona e como investir. BTG Pactual Digital. Disponível em: <https://www.btgpactualdigital.com/blog/investimentos/tudo-sobre-bolsa-de- valores > Acesso em 05/05/2020
3. Nova Previdência: confira as principais mudanças. INSS. Disponível em: <https://www.inss.gov.br/nova-previdencia-confira-as-principais-mudancas/>. Acesso em 05/05/2020.
4. Previdência Complementar Aberta. Superintendência de seguros privados. Disponível em <http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos- e-produtos/previdencia-complementar-aberta>. Acesso em 04/05/2020.
5. REIS, Tiago. Risco sistemático e não sistemático: Entenda a diferença entre eles. Suno Research. Disponível em:
<https://www.sunoresearch.com.br/artigos/risco-sistematico-e-nao- sistematico/>. Acesso 06/05/2020.