Estilo de vida é algo que muda com tempo. E como vivemos no advento da internet este estilo está cada vez mais passível de mudança.
O VEGetarianismo e o VEGANismo estão cada vez mais ganhando espaço na vida (e nas prateleiras) das pessoas. Mas para relacionarmos eles a Odontologia é necessário deixar a definição de cada um destes estilos bem clara.
No veganismo as pessoas não consomem nada de origem animal e são contra qualquer tipo de abuso aos animais. Isso se aplica para produção de alimentos, produção têxtil, testes de produtos químicos, maquiagens e fabricação de calçados. Dentro do vegetarianismo temos as pessoas que podem optar pela alimentação ovo-lacto-vegetariano, lacto-vegetariano ou vegetariana.
A adesão aos tipos de dieta excludentes a proteína animal é seguida hoje por 16% da população brasileira (segundo IBOPE). Saber como tratar, seja na interação social ou sistemicamente, um paciente adepto a restrição alimentar é muito importante.
O ponto comum VEG e VEGAN está na exclusão da carne animal (seja branca ou vermelha). Sabe-se que os vegetais podem suprir a necessidade proteica de uma pessoa tornando a proteína animal dispensável. Entretanto pessoas que se alimentam basicamente de vegetais tem uma tendência maior ao consumo de carboidratos e gorduras. Isso porque a sensação de saciedade é fornecida por estes últimos.
Entenda que de modo geral o brasileiro teve sua educação alimentar baseada no tradicional prato brasileiro: Arroz, feijão, bife e batata frita (ahhh o arroz e feijão!). Frutas, verduras, legumes e folhas normalmente não compõem a dieta diária da maioria da população seja por dificuldades econômicas ou gustativas.
Saber se seu paciente é restrito alimentar a proteína animal recente ou a bastante tempo e quais seus hábitos de higiene é de suma importância. Quando se inicia neste mundo “livre de carne” as trocas normalmente não são tão saudáveis, principalmente se estiver sendo feita de forma não orientada. Isso porque com aumento no consumo de carboidratos e a falta de vitaminas A, D e K2 pode-se ter um aumento na exposição a cárie, considerando a tríade e Keyes modificada, principalmente se o adepto não possuir uma higiene oral adequada.
Com relação a saúde periodontal a Universidade Paulista realizou um estudo para verificar a relação entre as dietas que restringem algum tipo de alimento de origem animal com a doença periodontal. O estudo identificou que pessoas optantes pela dieta VEG ou VEGAN possuem menos incidências de doenças periodontais do que aqueles que consumiam carne. VEG e VEGAN são propensos a ingerir uma grande quantidade antioxidantes, tendo por objetivo repor vitaminas que não são ingeridas na alimentação. E, de acordo com esta mesma pesquisa, esta ingestão pode ser um fator relevante para a proteção contra doenças periodontais. A restrição alimentar pode reduzir doenças crônicas como câncer e hipertensão.
De olho neste mercado crescente associado aos restritos alimentares a indústria vem investindo em produtos cruelty free, embora muitos VEG E VEGAN produzam seus próprios produtos. E independente se o paciente decida fazer por exemplo seu creme dental, a escovação, o uso do fio dental e as consultas periódicas continuam sendo necessárias como dos onívoros.
Do ponto psicossocial, o profissional que atende a um paciente vegano deve ter empatia. Respeitar a opção do paciente é primordial! E demonstrar é ainda mais importante. Portanto quando for realizar as compras do seu consultório adote algumas opções cruelty free, mostre que você profissional está apto a atender as necessidades deste novo segmento.
Referências
DA SILVA FEITOZA, A. H. INFLUÊNCIA DA DIETA VEGETARIANA NA SAÚDE PERIODONTAL. Tese de Doutorado. UNIVERSIDADE PAULISTA. 2018