Diastemas, qual a melhor opção?

Quando vemos crianças sorrindo, podemos perceber que a maioria delas, aproximadamente 77%, apresentam espaços entre os dentes. Esse espaço tem um nome genérico de DIASTEMA, mas mesmo assim, você vê muitos adultos com esses espaços, e ainda assim, tem questionamentos sobre o assunto. Afinal esse espaço é natural ou um problema? quais as opções que temos para tratar?

Para começo de conversa, você deve saber que, os diastemas na infância são um espaço fisiológico natural e sem eles, acredite, essa criança teria problemas futuros que dariam uma “dor de cabeça” aos pais e nelas. Mas isso é um assunto para outro dia. Além disso, esses espaços dão a criança uma certa graça no sorriso, o que não ocorre em um adulto.

Segundo o dicionário Michaelis, diastema é um “Espaço entre os dentes incisivos ou os caninos e os molares, nos mamíferos”. Por isso, uma curiosidade, esses espaços não são comuns apenas nos humanos.

A medida em que ocorre a esfoliação dos dentes decíduos “de leite” ocorre a erupção dos permanentes, que vão tomando seu lugar na arcada dentária. A questão é que muitas vezes, seja por alguma interferência genética ou por algum fator adquirido na formação, sobram espaços, e esses muitas vezes atrapalham a fonética, a estética e o convívio social do indivíduo adulto.

Para corrigir esse problema, vamos focar em diastemas entre os incisivos superiores, o Cirurgião-Dentista pode lançar mão basicamente de três meios:

  • Fechamento por tração ortodôntica;
  • Peças cerâmicas;
  • Restauração com resina composta.

Sabe-se, entretanto que muitas vezes os diastemas interincisivos são causados pela interposição do freio labial, e nesse caso para resolver é necessária sua remoção por meio de um procedimento cirúrgico simples. E posteriormente a utilização de um dos recursos acima citados. Vamos entender cada um…

 

Tração ortodôntica

Basicamente, esse tipo de tratamento é um pouco mais demorado para se concluir em comparação com os outros, mas é o meio mais interessante quando se trata de fechamento de diastemas com um espaço moderado a grande entre vários dentes.  Além de tratar algum outro problema de oclusão caso o paciente apresente.

Nesse meio é como se houvesse uma força puxando os dentes para que eles sejam mantidos juntos.

Segundo MOON et al., 2010, “O espaço desigual entre os dentes anteriores superiores pode ser tratado ortodonticamente.”.

 Levando em consideração somente os diastemas interincisivos centrais superiores não é a melhor opção.

Fragmentos cerâmicos

Os laminados cerâmicos como as facetas em porcelana, são um meio muito conhecido pelo seu uso em estética. Além de resolver os problemas, dão aos dentes um “ar” de “perfeição”. Esse material virou “febre” entre os famosos há algum tempo atrás.

 Nesse método para fechamento de diastemas, é necessário um preparo nos dentes. Um desgaste em esmalte com pontas especificas para que a cerâmica possa ser acomodada sem que cause algum tipo de desadaptação futura.

Com esse tipo de material existem duas outras variações.

  • Lentes de contato dentais;
  • Coroa de porcelana.

As lentes de contato dentais são peças cerâmicas com uma menor espessura, usadas para corrigir pequenos problemas na anatomia dentária. Por isso, necessitam de mínimos desgastes na superfície do esmalte. Podendo ser utilizadas nesse tipo de diastema.

Já as coroas, por englobar todo o dente, necessitam de um maior desgaste no substrato dental. Sendo utilizada em casos mais extremos, onde pequenas espessuras de material não dão conta do recado.

Restauração com Resina Composta

A resina composta é muito usada em restaurações de lesões cariosas e está cada vez mais sendo aprimorada. As novas tecnologias dão uma maior estética e resistência ao material, chegando cada vez mais perto da aparência da estrutura dental.

 Ela pode ser empregada em vários tipos de tratamento, Inclusive é o meio mais utilizado para correção de diastemas leves a moderados. A resina composta apresenta uma qualidade que nenhum outro material possui, que é a facilidade com que pode ser esculpida de acordo com o gosto do paciente no mesmo momento em que ela é acomodada ao dente. Pode-se também restaurá-lo sem a necessidade de ter que refazer toda a estrutura.

 Outra grande vantagem é que é geralmente o tratamento mais “barato” em comparação com a porcelana.

Entretanto, como todos os tratamentos têm seus altos e baixos. Vale lembrar que cada paciente é único e demanda de um tratamento específico para o seu caso. Com isso, deve ser avaliado todas as variantes que o tratamento possui, de acordo com a capacidade do Cirurgião-Dentista, a vontade do paciente e o caso a ser resolvido. Convenhamos, não dá para colocar aparelho ortodôntico para corrigir somente um diastema leve entre os incisivos centrais superiores e nem restaurar com resina um grande espaço entre os dentes.

Todas as formas de tratamento dos diastemas vão de encontro com várias especialidades, dentre elas Dentística, Periodontia, Prótese, Cirurgia e Ortodontia.

 Cada uma dessas áreas é de extrema importância para um resultado final mais harmônico, o que leva a interdisciplinaridade ser fundamental para o planejamento de cada caso.

Resumindo, dentre todas as opções que temos sempre devemos levar em consideração:

  • o caso clínico,
  • o conhecimento do Cirurgião-Dentista
  • e o que o paciente está disposto a investir.

Lembrando que todos os procedimentos depois de realizados sempre precisarão de manutenção para durar cada vez mais.

 

REFERÊNCIAS

 ROSSATO, C.; MARTINS, D. R. Espaçamento anterior na dentadura decídua e sua relação com o apinhamento na dentadura permanente. Ortodontia, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 81-87, maio/ago. 1993.:

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STABILE, Anelise. Integração entre dentística, ortodontia e periodontia na correção de diastema: relato de caso clínico. 2014. 37 f. Trabalho de conclusão de curso (bacharelado – Odontologia) – Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, 2014. Available at: <http://hdl.handle.net/11449/149540>.

SILVA, J. M. F. da et al. Resinas compostas: estágio atual e perspectivas. Odonto, v. 16, n. 32, p. 98-104, 2008.

CAMPAGNOLO, Valeria et al. CORREÇÃO DE DIASTEMAS POR MEIO DE RESTAURAÇÕES DIRETAS EM RESINA COMPOSTA: RELATO DE CASO CLÍNICO. Revista Expressão Católica Saúde, [S.l.], v. 4, n. 2, p. 52-60, dec. 2019. ISSN 2526-964X. Disponível em: <http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/recsaude/article/view/3246>. Acesso em: 20 Apr. 2020. doi:http://dx.doi.org/10.25191/recs.v4i2.3246.