Se você pensa que o seu currículo só vai começar a ser montado após a faculdade, deixa eu te dar uma notícia: você está muito enganado!
Durante a graduação vi muitas pessoas (muitas mesmo) fazendo apenas o básico: indo às aulas e comparecendo nas clínicas para o atendimento ao paciente – e nada além disso. O que não te contam é que: nem tudo você vai aprender durante a graduação. E por isso, participar de projetos extracurriculares é tão importante – e olha que alem de experiências diferentes isso irá acrescentar horas extracurriculares (o que é indispensável em algumas faculdades se você deseja obter o seu diploma).
Muitos acham que só é possível começar a se inserir em projetos a partir das aulas práticas – que se iniciam a partir do 4º semestre de faculdade. Porém, o que você não sabe é que você pode sim começar a se inserir na clínica logo no primeiro ano como auxiliar, por exemplo.
No caso da odontologia, além de acompanhar diversos procedimentos, você aproveita para ir se familiarizando com os diversos materiais/ instrumentais que serão de uso cotidiano. É uma excelente oportunidade para você conhecer mais sobre a profissão que está começando (e ter certeza que é aquilo mesmo que você quer para sua vida) além de conhecer colegas e professores futuros.
Agora se você já está inserido nas atividades clínicas, aqui vão outras sugestões: A primeira são os projetos de ensino – os quais geralmente qualquer aluno independente do semestre pode participar. Com temas diversos, a intenção desses projetos é discutir casos clínicos ou falar sobre assuntos que não estão inseridos na grade curricular do curso. É uma boa oportunidade para quem deseja ampliar horizontes e pensar fora da caixinha!
Geralmente, esse tipo de projeto também incentiva o aluno a estudar mais – para resolver casos que são enviados previamente ao encontro e/ou leitura de artigos para debate. Eu recomendo fortemente você, a um semestre ao menos, participar desse desafio! 99% de chance de você se deparar com um caso complexo na vida profissional – e adivinha? Você vai saber solucionar! Pois um caso semelhante foi debatido no projeto de ensino que você estava!
A minha segunda sugestão são os projetos de pesquisa. Neles, além de você aprender a pesquisar todo tipo de assunto em fontes seguras, são excelentes para quem deseja seguir a área acadêmica – e não acadêmica também, pois você vai se deparar com muitas alternativas de tratamento que não são comprovados cientificamente – Então, nada de arriscar falar/praticar nada sem aval da ciência!
Geralmente esses projetos são orientados por um professor titular mais um aluno de pós-graduação. Além de você ter a oportunidade de participar de grandes eventos científicos e correr na frente de como fazer o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), você poderá participar de artigos que serão submetidos a revistas de grandes conceitos.
Já pensou ter o seu nome como autor de uma pesquisa publicada em uma revista Qualis A1? Grande destaque e muitos pontos para quem deseja prestar qualquer tipo de concurso! Esse tipo de projeto agrega – e muito – no seu senso crítico sobre qualquer assunto: Você sai muito mais preparado para discernir entre o certo e o errado. Além disso, esse tipo de projeto é excelente para quem tem que conciliar trabalho + faculdade.
Você pode fazer suas pesquisas em casa mesmo – naquele final de semana chuvoso ou no domingo de tédio tomando um bom café! Que tal começar a conversar com os professores daquela área que você gosta tanto para ver como você pode ajudar na pesquisa que ele está desenvolvendo?!
Para você que não está com tantos horários da grade curricular ocupado ou que não tem a preocupação de trabalhar enquanto faz a sua graduação (e sinta-se agradecido por isso) que tal ocupar o seu tempo com estágios extracurriculares? Sabe aquela vergonha de bater de porta em porta pedindo uma oportunidade para acompanhar aquele profissional que você tanto admira? Ela está 100% proibida de se manifestar!
A cara de pau é muito necessária caso você queira estagiar em um hospital ou em alguma clínica/consultório de renome. Existem vários serviços que abrem as suas portas para estudantes fazerem estágio extracurricular e que abrem editais para tal. Porém, por outro lado, existem muitos serviços que basta um pouquinho de coragem para falar com o responsável pela área a qual você tem interesse e “voilá”: Você pode começar amanhã mesmo!
Além de conseguir um estágio voluntário (sim, pois nem todos serão remunerados – e aqui vale uma observação importante: a experiência adquirida agora é muito mais importante que qualquer dinheiro que você queira obter nesse momento) você sai com um conhecimento gigante e até mesmo, quem sabe, um futuro emprego garantido?! Ao fazer isso, você demonstra ser interessado e essa atitude chama –e muito – a atenção de muitos profissionais que poderão abrir portas futuras para você!
Mas Bruna, que diferença isso tudo faz? Isso faz TODA diferença para um recém-formado que deseja ingressar no mercado de trabalho logo após colar o grau. Lembre-se que não é apenas você que está se formando, mas sim mais milhares de pessoas estão fazendo a mesma coisa! Ter um currículo com muitas experiências – ainda que estas sejam na faculdade, traz a você uma grande chance de se destacar em uma seleção imensa de CV enviados para aquela empresa que você tanto almeja trabalhar. Além de claro, você ter uns pontinhos a mais em qualquer concurso que você fizer!
Então se você está pensando que é só “passar em todas as cadeiras da faculdade e deu”, comece a repensar suas atitudes caso você ainda queira conseguir rapidamente um emprego depois de pegar o seu diploma. E falo por experiência própria! Muitas vezes é complicado conciliar tudo, mas com organização você pode fazer um excelente currículo e correr na frente para o mercado de trabalho!
Abraços,
Bruna Silva.
REFERÊNCIAS:
Refletindo sobre os três pilares de sustentação das universidades: ensino-pesquisa-extensão* – SIEUTJES. Maria Helena Silva Costa. Revista de Administração Pública; v.33, n.3. Rio de Janeiro, 1999. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/7639/6177
Ensino, pesquisa e extensão: o que são e como funcionam? Disponível em: http://educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/ensino-pesquisa-e-extensao-o-que-sao-e-como-funcionam
Ensino-pesquisa-extensão: um exercício de indissociabilidade na pós-graduação. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v14n41/v14n41a06.pdf