Oi, Nutris! Hoje nós vamos falar sobre as doenças inflamatórias intestinais (DII). Os dois principais tipos são: Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. Essas duas doenças possuem muitas semelhanças e, às vezes, são difíceis de serem distinguidas entre si.
Contudo, há várias diferenças. Por exemplo, a doença de Crohn pode afetar praticamente qualquer parte do trato digestivo, desde a boca ao ânus, ao passo que a retocolite ulcerativa quase sempre afeta o cólon (intestino grosso).
As caudas das DII’s ainda não são conhecidas, mas estudos indicam que predisposição genética aliada à má alimentação podem ser possíveis causas. As doenças intestinais inflamatórias afetam pessoas de todas as idades, mas, geralmente, começam antes dos 30 anos. Porém, em algumas pessoas pode ocorrer entre os 50 e 70 anos.
Uma curiosidade é que, as doenças inflamatórias intestinais, são mais comuns entre pessoas de ascendência norte-europeia e anglo-saxônica, e é de duas a quatro vezes mais comum entre judeus Ashkenazi do que brancos não judeus que habitam na mesma região. Os dois sexos são igualmente afetados.
Parentes de primeiro grau (mãe, pai ou irmãos) de pessoas com DII têm de quatro a vinte vezes mais risco de desenvolverem tais doenças. A tendência de hereditariedade é mais elevada na doença de Crohn em relação à Retocolite ulcerativa.
Agora, vamos conhecer melhor as características de cada doença, enfatizando os aspectos mais cobrados em concursos e residências.
As DII’s apresentam-se da seguinte forma: fase crônica, períodos de remissão e diarreia.
Entre os principais sintomas, podemos desatar: diarreia frequente, presença de sangue nas fezes (para a retocolite ulcerativa), intensa dor abdominal,desnutrição, anemia, disfagia etc.
Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI)
• Normalmente é limitada ao intestino grosso e o reto.
• Podendo comprometer parte ou todo o colón.
• Restrita as camadas mucosa e submucosa. Camadas importantes para a passagem do bolo fecal.
Doença de Crohn
• Pode acometer todo o TGI ( desde a boca ao ânus);
• Acomete todas as camadas da mucosa intestinal;
• Comum ocasionar fístulas (ligação de algum vaso ao órgão que não tem conexão) e estenoses (estreitamento de um órgão ou estrutura tubular);
• Atenuar em processos inflamatórios (liberação de interleucinas e inflamação da mucosa);
• Reduzir a produção de lactose (devido a lesão intestinal).
Tratamento Nutricional – DII Energia
• Requisitos de energia podem ser alterados devido a atividade da doença;
• Alguns Corticóides são utilizados durante o tratamento, como por exemplo: a prednisona, que pode estimular a hiperfagia, promover um balanço energético +, apesar de ocorrer perdas de nutrientes nas fezes.
Proteínas
• Considerar perdas intestinais de nutrientes na fase ativa, devido ao tratamento.
• Benefícios com a suplementação de aminoácidos livres, proteínas intactas de fácil digestão (ex: whey protein), Ômega-3 e glutamina. Diminuição de fatores inflamatórios, maior fornecimento de aminoácidos aos tecidos e maior aporte proteico.
• Fase ativa: Aumentar o consumo 1,2 a 1,5g/kg
• Remissão: 1g/kg
OBS: Fase ativa → dieta hiperproteica → alta demanda energética(catabolismo) e aumento da proteólise.
Carboidratos
• Fase ativa ou caso de intolerância: Reduzir ou excluir os mono e dissacarídeos evitando o agrave da diarreia.
• Fase ativa: Priorizar fibras solúveis (regular a função intestinal) e pobre em insolúveis. (formam géis viscosos, podem fermentar)
Lipídios
• Hipolipídica: < 20% ;
• Hiperoxalúria: dieta pobre em gordura e oxalato e rica em cálcio → excreção urinária maior de oxalato. Esse excesso interage com o cálcio formando pedras renais;
• Consumo de ômega 3 entre 3 a 5g visando a diminuição da inflamação e produção de seus agentes.
OBS: Atenção a referência do edital. Cuppari, 2005 – glutamina e arginina são recomendados na DC Ativa.
Micronutrientes
• Bastante presente inadequações, devido as diarreias e anorexia;
• Normalmente são prescritos multivitamínicos;
• Fase ativa e uso de corticoides. O cálcio e a vit.D devem ser monitorados e suplementados, devido a interação droga nutriente e perdas intestinais;
• Má absorção de lipídeos que ocasiona uma deficiência nas vit. Lipossolúveis;
• Pacientes com ressecção ileal, investigar uma possível deficiência de vit. B12;
Terapia Nutricional – DII
Nutrição enteral para indução de remissão na fase ativa da DC
• Dados controversos. Efeitos positivos em crianças e adolescentes;
• Dieta polimérica (nutrientes íntegros) parece ter mais efeito que a elementar (nutrientes na forma mais simples);
• Terapia nutricional enteral (TNE) exclusiva na fase ativa até a remissão do quadro.
Fórmulas específicas de nutrição enteral (NE)
• Deixam de ser recomendados formulações ou substratos específicos (glutamina, arginina ou ômega 3) na utilização da NE ou NPT em doentes com DII. Devido insuficiência de trabalhos que contemplem seus resultados na NE;
• Dietas de exclusão alimentar podem ser uma escolha para melhorar os sintomas; • Probióticos podem ser utilizados para remissão da RCUI, porém não para a DC ativa (sem resultados satisfatórios nas pesquisas e a possibilidade de atenuar o quadro);
• Pacientes que apresentam fístulas (o que aumenta catabolismo, atenuando uma desnutrição) de alto débito a nutrição enteral parenteral é exclusiva.
Então, Nutris, esses são os principais pontos das doenças inflamatórias gastrointestinais. Esse assunto vocês encontram em nossos cursos preparatórios e livros! Além disso, confiram nossas redes sociais, temos vários posts interativos e resumos super legais!