Classificação das Fraturas Mandibulares

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As fraturas mandibulares têm sido classificadas de diversas formas, de acordo com: a região anatômica, comprometimento dos fragmentos ósseos, conforme a direção e o prognóstico. Apesar de existir diversos sistemas de classificação para as fraturas mandibulares não há uma terminologia padronizada na literatura. Desta forma, as fraturas mandibulares são classificadas da seguinte forma:

REGIÃO ANATÔMICA (Dingman e Nativig):

  • Medianas: fratura entre os incisivos centrais.
  • Parassinfisárias: fraturas que ocorrem dentro da área da sínfise.
  • Sínfise: delimitada por linhas verticais na distal dos caninos inferiores.
  • Corpo: região da mandíbula a partir da linha distal do canino até uma linha coincidente com o rebordo alveolar anterior do músculo masseter (geralmente incluindo o terceiro molar).
  • Ângulo: região triangular delimitada pela borda anterior do músculo masseter e uma linha oblíqua de estende da região do terceiro molar inferior à inserção posterossuperior do músculo masseter (geralmente distal ao terceiro molar).
  • Ramo:   entre a região superior do ângulo e duas linhas iguais que formam um ápice na chanfradura sigmoide.
  • Processo condilar: área superior a região do ramo, compreendendo a cabeça e o colo da mandíbula.
  • Processo coronoide: inclui o processo coronoide da mandíbula superior a região do ramo.
  • Processo alveolar: somente a fratura ocorrer na região que contém os dentes.   

Fonte:  Olson RA, Fonseca RJ, Zeitler DL, et al: Fractures of the mandible: A review of 580 cases. J Oral Maxillofac Surg 40:23, 1982.                                      
 

  1. CONDIÇÃO DOS FRAGMENTOS ÓSSEOS NA REGIÃO FRATURADA (Dorland’s Illustred Medical Dictionary):
  • Simples ou fechada: a fratura não apresenta contato com o meio externo, seja através da pele, mucosa ou ligamento periodontal.
  • Composta ou aberta: a fratura apresenta comunicação direta com o meio externo devido a ruptura dos tecidos adjacentes (pele, mucosa, ligamento periodontal).
  • Cominutiva: fratura no qual o osso apresenta vários fragmentos, pode ser simples ou composta.
  • Galho verde: há descontinuidade incompleta do osso. Uma cortical óssea está fraturada e outra, dobrada.
  • Patológica: uma fratura que ocorre decorrente de lesão leve e doença óssea pré-existente.
  • Múltiplas: quando existem dois ou mais traços de fratura no mesmo osso, que não se comunicam um com o outro.
  • Impactada: fratura na qual um fragmento ósseo é firmemente pressionado contra o outro.
  • Atrófica: fratura espontânea resultante da atrofia óssea. Ex.: mandíbula edêntula.
  •  Indireta: fratura distante do local do ferimento.
  • Complicada ou complexa: fratura em que há lesão importante nos tecidos moles ou partes adjacentes.

 

  1. PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE DENTES (Rowe e Killey):
  • Classe I: dentes presentes em ambos os lados da linha de fratura.
  • Classe II: dentes presentes em apenas um lado da linha de fratura.
  • Classe III: fragmentos que não possuem dentes; paciente desdentado.

 

  1. DIREÇÃO DA FRATURA E AÇÃO DO MÚSCULO:
    1. Horizontal e Vertical:
  • Favorável: quando os músculos masseter, temporal e pterigoideo medial deslocam o fragmento ósseo proximal para cima e medialmente durante a sua contração.
  • Desfavorável: Não ocorre deslocamento dos cotos ósseos quando a linha de fratura está contra a ação muscular. Quanto mais anterior a fratura estiver no corpo mandibular, o deslocamento para cima dos músculos é contrabalançado pela força para baixo dos músculos milo-hioideo.

 
Fratura verticalmente desfavorável.

Fratura verticalmente favorável.

Fratura horizontalmente desfavorável

Fratura horizontalmente favorável.


Fonte: Fonseca, R.J., et al. Trauma Bucomaxilofacial, 4ª ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.  

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