O que é segurança do paciente?
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criado para contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional. A Segurança do Paciente é um dos seis atributos da qualidade do cuidado e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer uma assistência segura.
Quais são as 10 ações para segurança do paciente?
- Identificação do paciente;
A identificação do paciente é prática indispensável para garantir a segurança do paciente em qualquer ambiente de cuidado à saúde. Erros de identificação podem acarretar sérias consequências para a segurança do paciente, resultando em erros de medicação, erros durante a transfusão de hemocomponentes, em testes diagnósticos, procedimentos realizados em pacientes errados e/ou em locais errados, entrega de bebês às famílias erradas, entre outros.
Para assegurar que o paciente seja corretamente identificado, todos os profissionais devem participar ativamente do processo de identificação, sendo esta feita por meio de pulseira de identificação, prontuário, etiquetas, solicitações de exames, com a participação ativa do paciente e familiares, durante a confirmação da sua identidade.
- Cuidado limpo e cuidado seguro – higienização das mãos;
A higiene das mãos é a medida universal e essencial de prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde uma vez que as mãos são a principal via de transmissão de germes durante a prestação de cuidados de saúde.
A higiene das mãos deve ser realizada, obrigatoriamente, antes e após o contato com o paciente, antes e após a realização de procedimentos assépticos, após contato com material biológico e após contato com o mobiliário e equipamentos próximos ao paciente.
Para tal, podemos utilizar a água e sabão ou o álcool gel, sendo este ultimo indicado quando não há sujidade visível nas mãos.
- Cateteres e sondas – conexões corretas;
A administração de fármacos e soluções por cateteres, sondas e seringas é prática de enfermagem comum que pode ser desenvolvida em ambientes de atendimento à saúde. A infusão de soluções em vias erradas, como soluções que deveriam ser administradas em sondas enterais serem realizadas em cateteres intravenosos, devido a possibilidade de conexão errada, é um evento frequente, porém pouco documentado, que pode causar graves consequências e até a morte do paciente.
A capacitação, a orientação e o acompanhamento contínuo sobre os riscos à segurança do paciente frente às conexões erradas devem ser destinados a todos os profissionais de saúde.
- Cirurgia segura;
Este passo apresenta medidas para tornar o procedimento cirúrgico mais seguro ajudando a equipe na redução da possibilidade de ocorrência de danos ao paciente, promovendo a realização do procedimento certo, no local e paciente corretos.
A utilização de listas de verificação (check-list) traz inúmeras vantagens. Os serviços devem elaborar suas listas específicas, dependendo da complexidade dos procedimentos que são realizados.
Neste sentido, existem 3 momentos cruciais para segurança do paciente em experiência cirúrgica, sendo eles o: Sign in (antes da indução anestésica), Time out (antes da incisão na pele) e o Sign out (antes do paciente sair da sala de cirurgia).
No Sign in são realizadas as seguintes ações para segurança do paciente: Confirmação do paciente e do procedimento proposto, marcação do local da intervenção cirúrgica pelo profissional que irá realizar o procedimento e/ou pelo paciente. Realização dos procedimentos de segurança para anestesia, pelo anestesista, como a conferência do equipamento de anestesia, monitoramento de oximetria, verificação de alergias, avaliação de possíveis perdas sanguíneas ou risco de aspiração.
No Time out, são verificados: confirmação de todos os membros que compõem a equipe, apresentando-se pelo nome e função, verificação pelo cirurgião dos pontos críticos da cirurgia, duração do procedimento e perdas sanguíneas, verificação pelo anestesista dos pontos críticos da anestesia, verificação pela enfermagem dos pontos críticos da assistência, como indicadores de esterilização e equipamentos necessários para a cirurgia, realização de antibioticoterapia profilática e verificação da necessidade de equipamentos radiográficos.
Por fim, no Sign out, verifica-se: confirmação do procedimento realizado, conferência dos instrumentais, compressas e agulhas, conferência, identificação e armazenamento correto de material para biópsia, anotação e encaminhamento de problemas com algum equipamento, cuidados necessários na recuperação anestésica.
- Sangue e hemocomponentes – administração segura;
A infusão só poderá ocorrer após a confirmação da identidade do paciente e sua compatibilidade com o produto (glóbulos vermelhos, plaquetas, fatores da coagulação, plasma fresco congelado, glóbulos brancos).
A administração deve limitar-se, sempre que possível, ao componente sanguíneo que o indivíduo necessita, pois a administração do produto específico é mais segura e evita reações em decorrência da infusão de componentes desnecessários. Erros na administração de sangue total e hemocomponentes comprometem a segurança do paciente.
- Paciente envolvido com sua própria segurança;
O paciente pode e deve contribuir para a qualidade dos cuidados à sua saúde, fornecendo informações importantes a respeito de si mesmo e interagindo com os profissionais da saúde. Ele deve ser estimulado a participar da assistência prestada e encorajado a fazer questionamentos, uma vez que é ele quem tem o conhecimento de seu histórico de saúde, da progressão de sua doença e dos sintomas e experiências com os tratamentos aos quais já foi submetido.
Além disso, desenvolver um ambiente que proporcione cuidados centrados no paciente, tornando-o, bem como seus familiares, agentes ativos na busca de sua segurança, promove interesse, motivação e satisfação com o cuidado prestado, aspectos que possibilitam ter um bom resultado nas condições de saúde.
- Comunicação efetiva;
A comunicação é um processo recíproco, uma força dinâmica capaz de interferir nas relações, facilitar e promover o desenvolvimento e o amadurecimento das pessoas e influenciar comportamentos.
O paciente recebe cuidados de diversos profissionais e em diferentes locais, o que torna imprescindível a comunicação eficaz entre os envolvidos no processo.
A passagem de plantão e o registro em prontuário são exemplos de ferramentas de comunicação efetiva, oral e escrita, onde é necessário transmitir as informações com clareza e fidedignidade.
- Prevenção de queda;
A queda pode ser definida como a situação na qual o paciente, não intencionalmente, vai ao chão ou a algum plano mais baixo em relação à sua posição inicial. A avaliação periódica dos riscos que cada paciente apresenta para ocorrência de queda orienta os profissionais a desenvolver estratégias para sua prevenção.
Os principais fatores de risco para ocorrência de queda são: Idade menor que 5 anos ou maior que 65 anos, agitação/confusão, déficit sensitivo, distúrbios neurológicos, uso de sedativos, visão reduzida, dificuldades de marcha, hiperatividade e riscos ambientais (iluminação inadequada, pisos escorregadios, superfícies irregulares.
O profissional de saúde precisa atuar no sentido de identificar e intervir para minimização destes riscos, prevenindo assim esse evento adverso potencialmente danoso ao paciente.
- Prevenção de lesão por pressão
Lesão por pressão são lesões na pele e/ou nos tecidos ou estruturas subjacentes, geralmente localizada sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada, ou combinada com fricção e/ou cisalhamento.
A avaliação periódica dos riscos que cada paciente apresenta para a ocorrência de úlceras por pressão orienta os profissionais a desenvolver estratégias para sua prevenção. Os principais fatores de risco para úlcera por pressão são: Grau de mobilidade alterado, incontinência urinária e/ou fecal, alterações da sensibilidade cutânea, alterações do estado de consciência, presença de doença vascular, estado nutricional alterado.
Um instrumento útil no sentido de avaliação de risco à lesão por pressão é a Escala de Braden
- Segurança na utilização de tecnologia.
A segurança na utilização da tecnologia compreende o benefício e o impacto no uso de um ou mais recursos, em prol do restabelecimento da saúde do paciente. Visa identificar soluções que têm como propósito promover melhorias específicas em áreas de maior risco na assistência à saúde, para que a tecnologia seja utilizada de maneira apropriada.
São medidas recomendadas na utilização segura de tecnologia dura em saúde:
- Consultar o manual do fabricante;
- Avaliar se o equipamento apresenta condições adequadas para o uso;
- Simular o funcionamento normal de um aparelho;
- Desconectar o plugue da tomada e verificar se o alarme de bateria começa a soar;
- Solicitar limpeza programada do equipamento e/ou sempre que necessário e manutenção preventiva ou corretiva;
- Orientar-se no serviço de engenharia ou manutenção da instituição sobre o uso adequado de equipamentos se/quando houver qualquer dúvida,
- Informar ao paciente (ou familiar) as condições de uso, disparo do alarme e anormalidades;
- Explicar ao paciente como acionar o profissional em caso de urgências;
Lembre-se sempre desses passos e garanta o melhor cuidado para seu paciente sempre!
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