Serie Casos Clínicos – Síndrome da Erosão Epitelial Corneana

Caso Clínico do NUDEMES

HDA: Paciente J.M.A.S, feminina, 21 anos, refere dor de intensidade moderada em olho esquerdo, lacrimejamento, ardência e hiperemia ocular de acometimento também unilateral esquerda durante 3 dias intermitentes e que remitiram sem nenhum tratamento. Paciente nega a procura de serviço especializado no período por remissão dos sintomas. Três meses após a ocorrência do primeiro episódio, relata dor intensa em olho direito, de início insidioso que em um período de 24 horas tornou-se intensa em seu ápice, que não cessava com as medicações dipirona e ibuprofeno, obtendo uma leve melhora apenas ao administrar corticoide oral, prednisona 20mg, piorando com vento e visualização de dispositivos eletrônicos, acompanhada também de lacrimejamento, hiperemia ocular, visão turvada, procurando serviço oftalmológico especializado após 3 dias do início dos sintomas.
HPP: Tetralogia de Fallot desde o nascimento, míope bilateral e fazendo uso de óculos desde os 9 anos. Refere que pai perdeu a visão por complicações de glaucoma.
Exame Oftalmológico: A biomicroscopia observou-se cicatrizes corneanas, descamação atingindo o estroma, ulcerações em alguns pontos, sem sinais de infecções.
 
Discussão:
                Dado a presença de ulceração corneana foi utilizado o antibiótico Moxifloxacina 8/8h, durante 5 dias,  para evitar eventuais infecções bacterianas. Após duas semanas de tratamento e para evitar a recorrência das erosões, foi indicado a paciente utilizar um colírio lubrificante sem conservante e a base de hialuronato de sódio.
Conclusão:
                O relato descrito trata-se de um típico caso de Síndrome da erosão epitelial corneana, em que a paciente relata episódios recorrentes em curto espaço de tempo, apenas 3 meses entre os episódios, e ao exame não se encontra a lesão tão evidente, apenas a cicatriz, devido a rápida regeneração epitelial. O tratamento utilizado foi o indicado na literatura, pois foi tratado com antibiótico por apresentar sinais ulcerativos, a fim de se evitar infecções e complicações e após isso acompanhamento da paciente e indicação de colírio lubrificante para evitar recorrências.
 
Referências:

  1. Kanski, Jack J. Clinical Ophthalmology. 8ª Edition. 2016;
  2. WILLIAMS, ROBERT; BUCKLEY, ROGER J. Pathogenesis and treatment of recurrent erosion. British journal of ophthalmology, v. 69, n. 6, p. 435-437, 1985.

 

Por Sanar

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