O temor está associado à operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que revelou um esquema de suposta adulteração de carnes envolvendo alguns dos principais frigoríficos do país.
Devido a essa preocupação com a qualidade das carnes brasileiras, muita gente passou a se perguntar como substitui-las por outros alimentos. Mesmo com a afirmação do governo brasileiro de que não há motivo para pânico. Além de suspender o registro de exportação dos 21 frigoríficos que haviam sido alvo da operação, a gestão de Michel Temer reafirmou a qualidade das carnes produzidas no país.
A BBC Brasil ouviu especialistas em nutrição para descobrir quais alimentos, inclusive de origem vegetal, serviriam de alternativa às carnes – e também para responder à pergunta do título.
E, sim, é possível trocar a carne por linhaça como fonte de proteína, mas a semente não é o alimento de origem vegetal mais recomendado para a troca nem deve ser ingerido unicamente como substituto.
O principais motivos são:
Em média, um ser humano precisa ingerir de 0,8 grama a 1 grama de proteína por quilo de peso corporal por dia. Ou seja, um homem de 70 kg teria de consumir algo em torno de 56 a 70 gramas diariamente.
Considerando que 100 gramas de carne bovina (um bife pequeno) têm, aproximadamente, 25 gramas de proteína, bastaria consumir 300 gramas do alimento para alcançar a meta diária.
Neste sentido, dizem especialistas ouvidos pela BBC Brasil, a alternativa mais viável seria optar por outras fontes de proteína animal, como peixes e laticínios, uma vez que a proteína não está somente na carne vermelha como :
PEIXES, OVOS E LATICÍNIOS.
E o caso dos Veganos?
A situação muda de figura quando a proteína de origem animal é cortada totalmente do cardápio. Mesmo assim, é perfeitamente possível atender a mesma necessidade diária de ingestão de proteínas a partir de alguns alimentos de origem vegetal.
Isso porque a presença dos aminoácidos (moléculas orgânicas formam as proteínas) considerados essenciais (aqueles que não conseguimos sintetizar (mas são importantes para o funcionamento do nosso corpo) varia conforme a fonte alimentar
Neste sentido, o arroz (de preferência o integral) com feijão, a combinação mais tradicional na mesa do brasileiro, seria uma boa alternativa para quem quer deixar de comer carne e, ainda assim, manter a ingestão diária de proteína.
E o que a linhaça tem haver com isso tudo?
A variedade dourada tem cerca de 30 gramas de proteína a cada 100 gramas. Ou seja, teoricamente, um homem de 70 quilos precisaria comer em torno de 230 gramas (15 colheres de sopa) da semente para atender à sua necessidade proteica diária.