A pesquisa clínica com a fosfoetanolamina, mais conhecida como “pílula do câncer”, foi suspensa pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) por não apresentar resultados de eficácia significativos. A instituição foi a primeira a realizar teste da substância em humanos.
O estudo foi iniciado em julho do ano passado e contava com 72 pacientes com 10 tipos de tumor. Destes, 79 já passaram por reavaliação e apenas um, no entanto, apresentou algum benefício. O paciente em questão, sofre de melanoma.
Em uma coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (31/03), Paulo Hoff, diretor geral do Icesp e responsável pela pesquisa disse que pela maneira como evoluiu, não é possível eticamente continuar o estudo como ele vinha. “É um número muito ruim considerando a expectativa ao redor do produto”, afirmou o diretor.
O especialista afirmou que por enquanto nenhum outro paciente será incluso na pesquisa até que os resultados obtidos sejam melhor avaliados. Há ainda, a possiblidade de apenas os pacientes do grupo de melanoma permanecerem na pesquisa, já que foi o único grupo que apresentou resultado.
Se as respostas nos primeiros pacientes fossem positivas, era previsto inicialmente que até outros 1 mil fossem inclusos na pesquisa.
Nesta mesma coletiva em que o Dr. Paulo Hoff falou sobre a suspensão da pesquisa, a médica Regina Monteiro (que afirma participar do grupo do químico Gilberto Chierice, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, que criou a fosfoetanolamina), fez críticas à suspensão da pesquisa.
“O método estatístico não dá conta de um estudo mais completo. É preciso ampliar o estudo”, disse a médica, sem detalhar a metodologia que deveria ser adotada.
E com isso, só resta esperar os futuros resultados com a pesquisa com os pacientes do grupo de melanoma, caso haja mesmo essa possibilidade.