A Fisioterapia em UTI iniciou no Brasil no final da década de 1970 e desde então tem um papel muito importante em evitar vários tipos de complicações, como por exemplo: minimizando a secreção pulmonar, melhorando a oxigenação, garantindo uma ventilação pulmonar normal e melhorando as áreas de atelectasias.
Atuação
A fisioterapia neonatal atua desde o período de clampeamento do cordão umbilical até 28 dias após o nascimento do bebê e tem o objetivo de prevenir e tratar as desordens respiratórias que podem ocorrer nesse intervalo de tempo. Na fisioterapia respiratória são utilizados procedimentos de técnicas e manobras de higiene brônquica, drenagem postural, vibração, compressão e ventilação mecânica não invasiva.
PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS
O procedimento de higiene brônquica tem como objetivo auxiliar na depuração mucociliar e prevenir complicações decorrentes do acúmulo de secreções nas vias aéreas. Pode-se utilizar também a aspiração traqueobrônquica para facilitar a passagem da secreção desobstruindo a passagem do ar.
A técnica de posicionamento melhora a mecânica ventilatória ajudando a minimizar a fadiga do recém-nascido fazendo com que ele tenha um mínimo esforço respiratório e mínimo gasto energético. A mudança de decúbito facilita a entrada de ar nas áreas atelectasiadas e estimula o desenvolvimento psicomotor, além disso a mudança de posicionamento frequente previne o acúmulo de secreções.
A vibração é uma manobra onde se realizam movimentos oscilatórios, rápidos e sincrônicos, sem pressão na superfície dos dedos no sentido craniocaudal e lateromedial. Tem o objetivo de deslocar as secreções para que sejam expelidas ou aspiradas posteriormente.
Já a compressão é uma técnica realizada durante a fase expiratória na tentativa de deslocar as secreções das vias aéreas periféricas para as centrais. Portanto, foi comprovado que esta técnica não contribui para reexpansão pulmonar dos recém-nascidos.
VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA
É uma assistência ventilatória com o uso de máscaras ou interfaces com pressão positiva contínua nas vias aéreas. Para ser realizada o bebê precisa estar em respiração espontânea ou em VNMI no modo CPAP como forma de assistência ventilatória. Seu uso produz reversão das atelectasias, aumento do calibre das vias aéreas, regularização do ritmo respiratório, prevenindo apneias no desmame do ventilador mecânico.
Conclusão
A área da Fisioterapia em UTI Neonatal é muito importante e abrangente. Os parâmetros ventilatórios dos recém nascidos são diferentes dos parâmetros de um adulto por isso eles necessitam de uma assistência especial de um profissional que esteja inteiramente dedicado a atendê-los.
Nos recém nascidos pré termo, são evitadas as manipulações frequentes, pois podem geram efeitos adversos. Os lactentes devem ser internados na UTI quando inconscientes ou dispneicos, em seguida à cirurgia torácica ou craniana, ou em se tratando de recém-nascidos, se apresentarem baixo peso de nascimento, um fator muito importante ao prognóstico destes pacientes.
Sendo assim, os objetivos da assistência fisioterapêutica em recém nascidos e crianças são de otimizar a função respiratória de modo a facilitar as trocas gasosas e adequar a relação ventilação-perfusão; adequar o suporte respiratório; prevenir e tratar as complicações pulmonares; manter a permeabilidade das vias aéreas; favorecer o desmame da ventilação mecânica e oxigenoterapia.
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REFERÊNCIAS
Neonatologia: Fisiopatologia e tratamento do recém-nascido. 4 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999.
Fisioterapia respiratória em terapia intensiva pediátrica e neonatal: uma revisão baseada em evidências. Pediatria. 2007; 29(3): 216-21.
Abordagem fisioterapêutica em prematuro de alto risco na UTI neonatal – Fisioterapia Brasil – Volume 9 – Número 6 – novembro/dezembro de 2008.