Começou a valer em 1º de janeiro de 2022 a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde – a CID -11. Lançada em 2019, a CID-11 inclui o distúrbio de games como um problema de saúde mental e traz capítulos inéditos sobre medicina tradicional e saúde sexual.
Entre o anúncio da CID- 11 e a data em que passou a vigorar, um ponto importante foi revisado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Órgão revisou a classificação da velhice que, agora, será considera um possível fator associado à causa de uma morte. Até então, a condição era classificada como causa definida.
Revisão sobre a Velhice
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) encaminhou à OMS e à Organização Pan-Americana da Saúde OPAS/OMS, em agosto de 2021, a Recomendação n° 20, contra a inclusão do termo velhice, sob o código MG2A, no capítulo 21 da CID-11.
A revisão foi fortemente influenciada pelo movimento “Velhice não é Doença”, que sinalizou como o fato de tratar a velhice como doença pode ser maléfico para idosos.
Atualizações CID-11
A CID-11 traz algumas atualizações importantes. Entre as mudanças mais relevantes em relação ao CID-10 , estão:
- conceitos contemporâneos de atenção primária;
- revisão e atualização da seção voltada à segurança do paciente;
- codificação sobre resistência bacteriana;
- atualização sobre HIV;
- inclusão dos transtornos dos jogos eletrônicos às condições que podem gerar adição.
Alguns pontos merecem destaque:
O Autismo na CID-11
A CID 11 reuniu todos os transtornos que fazem parte do espectro do autismo e o transtorno com hipercinesia, por exemplo, em apenas um único diagnóstico: o TEA (Transtorno do Espectro do Autismo).
Assim, as subdivisões passam a ser relacionadas exclusivamente com algum prejuízo da linguagem funcional ou deficiência intelectual. De acordo com a OMS, a proposta é facilitar o diagnóstico, simplificar a codificação e evitar erros, bem como promover melhor acesso aos serviços de saúde.
Transexualidade na CID-11
Em relação ao CID- 10 outra mudança importante diz respeito à transexualidade, que não integra mais a lista de doenças mentais. Agora, ela foi reclassificada como uma “incongruência de gênero”, no lugar de “distúrbio de identidade de gênero”.
Já sabe sabe que a transexualidade não é um distúrbio mental e que a classificação anterior reforça a estigmatização e o preconceito contra indivíduos transgêneros.
Essa alteração garante o acesso pelo Sistema Único de Saúde às intervenções como cirurgias e terapias.
Síndrome de burnout na CID-11
Cada vez mais comum, a síndrome de burnout passou a figurar naa CID 11. A doença integra um capítulo específico que trata de problemas gerados e associados ao emprego ou ao desemprego.
A nova versão do documento é 100% digital. Tudo para promover praticidade de registro e consulta. A ideia é diminuir os erros de notificação e facilitar a disseminação e consolidação da nova versão.
Resistência antimicrobiana na CID-11
O uso desenfreado de antibióticos tem chamado a atençaõ de profissionais de saúde não é de hoje. Os problemas decorrentes dessa prática, no entanto, podem ser mais sérios do que muitos imaginam.
Sendo assim, a OMS alinhou melhor os códigos relativos à resistência antimicrobiana para viabilizar o melhor mapeamento do problema no mundo.
Isso porque diversos microorganismos, por estarem cada vez mais resistentes, não respondem mais a tratamentos.
A Cid-11
A CID (Classificação Internacional de Doenças) tem a função de monitorar a incidência e prevalência de doenças. Ela faz isso por meio de uma padronização universal de doenças, levando em conta problemas de saúde pública, sinais e sintomas, queixas, causas externas para ferimentos e circunstâncias sociais.
Dessa forma, o documento apresenta um panorama bem amplo da saúde dos países das populações do mundo. Trata-se, portanto, de uma das principais ferramentas epidemiológicas do universo da Medicina.
De acordo com o portal das Nações Unidas (ONU), a CID-111 reflete as mudanças e os avanços da Medicina e da Tecnologia que aconteceram desde o lançamento da CID-10, em 1990.
A CID-11 conta com 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte. O número é bem maior do que o da CID-10 com seus 14.400 códigos.
Com a nova classificação, a estrutura de codificação e ferramentas eletrônicas foram simplificadas. O objetivo é simplificar o manejo da ferramenta pelo profissional de saúde.