O vírus H3N2 não surgiu agora. Ele foi registrado na década de 1960, em Hong Kong. Em meados de 2021,no entanto, sofreu uma mutação na Austrália. Essa cepa, inclusive, é chamada de Darwin, cidade onde ela foi sequenciada. A seguir, vamos falar de H3N2: tudo sobre o novo surto.
O aumento de casos de infecções tem chamado a atenção de todo o mundo, com surtos e até mesmo epidemias. Portanto, profissionais de Saúde devem ficar atentos e ter cuidados redobrados.
A doença tem sintomas parecidos aos de uma gripe comum e, assim como o H1N1, o H3N2 é um subtipo de influenzavírus. A diferença está nas proteínas de superfície – hemaglutinina e neuraminidase.
A primeira identificação da nova cepa no Brasil aconteceu no final de 2021, a partir de amostras provenientes do Rio de Janeiro. A análise foi feita pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
É importante frisar que, paralelamente à disseminação do H3N2, a variante Ômicron do Novo Coronavírus segue infectando milhares pelo mundo. A velocidade de contágio dela é maior do que o das outras variantes.
Nesse contexto, cabe ao profissional de Saúde, estando ou não na linha de frente, reforçar sobre as medidas de proteção e, claro, estar com os cuidados em dia.
Agora, saiba tudo sobre o H3N2, subtipo do vírus influenza, e seus impactos. Vale lembrar que há casos de infecção em pessoas de diferentes idades, incluindo crianças.
H3N2: tudo sobre a doença
Quando todos acharam que o cenário iria melhorar, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, eis que surge outra ameaça à população.
Estamos falando do vírus H3N2, que é uma variante do vírus Influenza A, conhecido por gerar a gripe. O assunto, claro, merece atenção de todo e qualquer profissional de saúde pois traz implicações para o seu dia a dia.
A orientação é que pessoas que apresentem sintomas gripais procurem atendimento médico na Unidade Básica de Saúde mais próxima.
Quem trabalha nesses locais deve se atualizar sobre a doença e estar atento às medidas protetivas. De toda forma, essa atenção deve se estender a todos que são da área da Saúde.
Afinal, apesar de ter uma taxa de letalidade menor que a Covid-19, o H3N2 evolui mais facilmente para casos graves em grupos de risco, incluindo crianças.
Idosos, pessoas com o sistema imunológico comprometido, grávidas e portadoras de doenças crônicas também devem redobrar os cuidados.A recomendação vale para quem lida ou convive com essas pessoas.
Sintomas H3N2
Entre os sintomas, podemos destacar: febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse, mal-estar e diarreia.
É bom saber que a doença pode começar a ser transmitida até mesmo um dia antes do início dos sintomas, ok?
Por sua vez, há maior risco de contágio quando os sintomas ainda se manifestam, sobretudo a febre. Vale orientar pacientes e conhecidos a se cuidarem.
O H3N2 é um vírus respiratório, bem como a Covid-19. A melhor forma de prevenção também é o uso de máscara, higiene das mãos e, claro, distanciamento físico entre as pessoas.
Incubação H3N2
O período de incubação do vírus H3N2 é de três a cinco dias, que é quando os sintomas começam a se manifestar. Mas, é possível a pessoa ser acometida pelo vírus H3N2 e não apresentar sintomas.
Durante o período de incubação e em casos de infecções assintomáticas, o paciente pode transmití-lo. O período de transmissão do vírus em adultos é de até sete dias. No caso de crianças, até 14 dias.
Sendo assim, é fundamental que espaços e profissionais de saúde se voltem para a prevenção, com o reforço, principalmente, para o uso das máscaras no dia a dia.
Tratamento H3N2
Os casos graves da doença podem necessitar de internação. Boa parte das infecções podem ser atenuadas com bons hábitos e medicamentos, seguindo orientações médicas.
Repouso, ingestão de líquido e alimentação equilibrada fazem bem. Assim como manter a calma. Portanto, caso conheça ou lide com alguém que esteja com sintomas, oriente para que ela busque o diagnóstico e auxílio médico profissional.
Conheça a Pós-graduação que é uma revolução na carreira dos profissionais da Saúde
Vacina H3N2
O Instituto Butantan já está produzindo uma nova vacina contra a gripe para prevenir essa cepa do vírus e o subtipo Darwin. Segundo o órgão, os imunizantes serão distribuídos no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda em 2022.
O Brasil possui vacinas que protegem contra o vírus Influenza A e B, mas elas não contemplam a variante H3N2.
Vale saber que o imunizante contra a gripe é atualizado anualmente, com base em relatórios da Organização Mundial de Saúde.
Flurona: dupla contaminação
Já é possível encontrar casos de pessoas infectadas, ao mesmo tempo, por Covid-19 e H3N2 no Brasil e no mundo. Essa dupla contaminação está sendo chamada de “flurona” – “flu”, de influenza, e “rona” de coronavírus.
Para confirmar a dupla contaminação, é preciso fazer os dois testes – para gripe e para Covid-19 – e ambos darem positivo.
Segundo Renato Kfouri, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), é preciso entender que coinfecção é diferente de codetecção.
Ao G1, ele explicou que “os métodos para identificar vírus no nosso corpo, como o teste PCR, são muito sensíveis. Eles detectam facilmente pedaços do vírus que não necessariamente estão trazendo infecção ou doença para o indivíduo. Essa codetecção é muito frequente, mas não significa que os dois vírus estão agindo no corpo.”
Ele também frisou que a dupla contaminação não significa que o paciente terá quadro mais grave.
H3N2 no Brasil
Já são ao menos 17 estados e o Distrito Federal com casos confirmados de infecção pelo H3N2. Vivem uma epidemia os estados de: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rondônia e Rio Grande do Norte.
A flexibilização das medidas de restrição e prevenção contra a Covid-19 pode ter contribuído para os surtos e as epidemias.
Um dos estados com mais ocorrências é o Rio de Janeiro. Até o início da epidemia desse vírus, em novembro, 115 pessoas já morreram com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por lá – até o fechamento deste texto.
A Região Nordeste do Brasil também enfrenta o surto do vírus. Na Bahia, por exemplo, de 1º de novembro de 2021 a 4 de janeiro de 2022, foram registrados 1.447 casos de Influenza A, do tipo H3N2. Até o fechamento deste artigo, 35 pessoas faleceram na Bahia em virtude da doença.
Além disso, o vírus está se interiorizando. Na Bahia, já atinge 114 municípios. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia, do total de casos, 259 evoluíram para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e internação.
De acordo com o Influenza Research Database, um banco de dados global com informações sobre os tipos de vírus da gripe já identificados, a cepa H3N2, coletada pela primeira vez na Austrália, teve o genoma submetido ao GenBank em 2008.
Quer saber mais?
Leia também:
Novas ondas de Covid-19: Brasil pode enfrentar crise em 2022
Adoecimento de profissionais da linha de frente no combate à Covid-19