A Telesaúde surgiu como uma ferramenta que dentro da Atenção primária (AP) vem melhorando os serviços da Rede Atenção a Saúde (RAS) do SUS, o objetivo é ampliar e melhorar o serviço. A Telesaúde tem por base as Diretrizes do decreto n° 9795, de 17 de maio de 2019.
O Conselho Federal de Fisioterapia e terapia Ocupacional (COFFITO), através da resolução de n° 516 de 20 de março de 2020, artigo 2° que deu permissão para atendimentos não presencial através da teleconsulta, teleconsultoria e telemonitoramento, medidas aprovada também pela Organização Mundial de Saúde.
Utiliza-se de vários recursos das telecomunicações para que esse teleatendimento aconteça, a telereabilitação é feita remotamente onde o profissional tem contato visual com o paciente direto da tela do aparelho do celular, computador e ou notebook, podendo orientá-lo de forma segura e com autonomia para administrar as condutas de forma benéfica.
Devido à emergência da pandemia que foi ocasionada pela Covid-19 (SARS-oV-2), essas medidas foram adaptadas com objetivo de trazer mais segurança a saúde pública conforme manda os novos decretos publicados pelas autoridades. Dessa forma, tornou-se viável para o profissional de saúde atuar a distância, inclusive o Fisioterapeuta.
O trabalho é feito com base nas necessidades reais do paciente e para isso é feito uma avaliação global e dessa forma, o paciente é avaliado presencialmente ou remotamente dependendo das possibilidades. O Fisioterapeuta ou terapeuta Ocupacional tem autonomia e independência para determina quais pacientes ou casos podem ser atendidos dentro dessa modalidade.
O mundo enfrenta nesse momento uma crise que atinge diversas categorias profissionais, e essa emergência trás a todos os grupos grandes consequências para as atividades econômicas e também para a saúde pública no Brasil. Uma grande maioria dos profissionais precisaram ser bastante criativos para permanecer em atividade.
O teleatendimento de fisioterapia teve início logo após o início da pandemia, com o objetivo de atuar como um facilitador na reabilitação dos pacientes que precisariam dar continuidade ou início ao tratamento de reabilitação, e consequentemente, hoje auxilia na reabilitação dos pacientes que adquiriram síndromes pós covid-19.
Esse recurso tornou-se fundamental porque reduz a circulação e contaminação de pessoas o que favorece a diminuição da propagação da doença. Além de garantir assistência a população ele garante também o acompanhamento de paciente que possuem algum tipo de doença que o incapacita de ir até a Unidade de Saúde.
Segundo o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO), os serviços de tratamento fisioterapêuticos online, é de total legalidade e tem como prioridade proporcionar a segurança e aceso para os pacientes de forma que esses não se exponham a risco algum.
De acordo com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), o atendimento pode ser através da teleconsulta, que pode ser feito a admissão de novos Pacientes; teleatendimento, que pode atender paciente que já estavam sendo monitorados; teleconsultoria, que é uma modalidade para os Fisioterapeutas habilitados a conduzir consultas online voltadas para esse novo senário de COVID-19.
A Teleconsulta consiste em uma consulta clínica que é registrada e realizada pelo fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional a distância, durante essa consulta o profissional pode seguir todos os protocolos normais do que seria uma consulta presencial.
O Teleatendimento trata-se de um acompanhamento a distância, de pacientes atendidos previamente de forma presencial por meio de aparelhos de telecomunicação. Nesse atendimento o fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional pode utilizar métodos síncronos e assíncronos como também deve saber quando for necessário trocar para consulta presencial.
A Teleconsultoria na Fisioterapia tem como objetivo esclarecer dúvidas, orientar, é uma comunicação registrada realizada entre gestores, profissionais e outras pessoas interessadas da área da saúde com base científica. Através desse serviço, são tiradas as dúvidas e são discutida questões do âmbito de trabalho.
Em todas as modalidades, é preciso está atento se o atendimento está sendo viável, se está rendendo resultados positivos para o paciente, caso seja necessário outro tipo de abordagem, esse atendimento também pode ser feito de comum acordo por outro fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional local para facilitar o acesso do paciente.
Essa forma de prestação de serviços de saúde trouxe benefícios para a população de forma que se tem alcançado os objetivos almejados pelo Ministério da Saúde para o Sistema Único Saúde (SUS), que são de:
- Quebrar barreiras socioeconômicas culturais e geográfica para que os serviços e as informações na saúde cheguem a toda a população;
- Trazer satisfação do usuário, mais qualidade do cuidado e menor custo para o sistema;
- Atender os princípios básicos da saúde gerando ou mantendo a qualidade dos cuidados de saúde como segurança e efetividade tudo isso com foco único que é o paciente;
- A redução de filas de espera;
- Reduzir o tempo para o atendimento e o diagnóstico;
- E principalmente evitar o deslocamento de Pacientes e profissionais de saúde.
O fato de o atendimento acontecer de forma síncrona ou assíncrona não diminui a responsabilidade e os deveres do Fisioterapeuta ou terapeuta Ocupacional, o profissional está obrigado a observar todos os demais dispositivos contidos nos códigos de ética e deontologia da fisioterapia e da terapia ocupacional além de observar as demais normas do COFFITO.
De acordo com a resolução n° 516, de 20 de Março de 2020, no Art 5°, os serviços prestados à distância em fisioterapia e terapia ocupacional deverão respeitar a infraestrutura tecnologia física, recursos humanos e materiais adequados, assim como obedecer às normas técnicas de guarda, manuseio e transmissão de dados, garantidos confidencialmente, privacidade e sigilo profissional semelhante aos atendimentos presenciais.
Os profissionais que trabalham por teleatendimento são capazes de modificar sua comunicação, readaptando na expectativa de não perder pistas visuais corporais, o que geralmente ajuda na avaliação. Isso pode ajudar na aumentando a confiança do paciente, para isso é bom que haja um planejamento para conduzir a conversa e poder colher todas as informações com êxito.
A confiabilidade no teleatendimento é considerado de alta e moderada, porém, para avaliação dependendo do estado do paciente é necessário uma consulta presencial. As avaliações de Telesaúde e presenciais, em uma clínica de triagem de fisioterapia de prática avançada, demonstram um alto nível de concordância e aceitação é o que mostra um estudo, publicado em 16 de março de 2020 em Physiotherapy.
Os estudos mostram que além da aceitação e satisfação do paciente com essa nova modalidade, trazem também resultados satisfatórios em relação aos tratamentos e evidências da qualidade moderada-alta, que apoiam o uso dos meios de telecomunicação digital nos atendimentos e reabilitação.
Segundo os estudos, as ferramentas digitais e a telemedicina podem permitir que os fisioterapeutas monitorem remotamente a reabilitação de um paciente, ao mesmo tempo que promovem o autogerenciamento e a evolução do paciente.
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Referência:
- BOZELLI, I. Et al. Teleatendimento Fisioterapêutico: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Development. Publicado em: 01/03/2021. Visto em:<:http://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/28068/22234>: visualizado em: 20/04/2021
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