Você sabe qual transtorno do neurodesenvolvimento está ligado a: dificuldades em habilidades acadêmicas básicas e na aprendizagem. Durante o período escolar. Envolvendo leitura, compreensão, escrita, ortografia, cálculo ou raciocínio aritmético?
Neste caso são critérios para diagnostico de “transtorno específico da aprendizagem”. Segundo o DSM-5 tem origem biológica, genéticas e ambientais. Sendo assim, a criança tem dificuldades em processar ou perceber as informações, sejam elas verbais ou não. Afeta em média, 10%, segundo o Compêndio de Psiquiatria.
Abaixo vamos explorar dois dos transtornos mais recorrentes. Apresentados aqui com os termos alternativos e mais conhecidos. Um Com prejuízo na leitura; com prejuízo na expressão escrita e com prejuízo na matemática.
DISLEXIA
O transtorno de aprendizagem mais conhecido, relacionado a leitura, frequentemente chamado de DISLEXIA, e, segundo o Compêndio de Psiquiatria, sendo 75% dos jovens com transtornos específicos de aprendizagem. Elas têm dificuldade em correlacionar precisamente sons e as palavras ortográficas, bem como a diferenciação entre direita e esquerda.
Não há exames de imagem ou físicos para diagnóstico, para tal, é necessário, além de uma detalhada anamnese, aplicação de testes psicoeducacionais, como, por exemplo: teste ortográfico, escrita, processamento e uso da linguagem, desenhar, além do posicionamento adequado do lápis. Testes realizados por um neuropsicólogo por volta da 2ª série, 7 anos, logo no início da alfabetização.
O tratamento é feito com base na associação dos sons as palavras escritas, após esse passo são implementadas medidas corretivas e a alfabetização como conhecemos: Juntar as sílabas e formar as palavras. Mas todo esse processo varia de criança para criança, e é decido após os resultados dos testes citados acima e assim pode haver o foco nas fraquezas.
DISCALCULIA
Não tão conhecido popularmente, mas segundo o Compêndio de Psiquiatria, atinge 1 a cada 5 crianças em idade pré-escolar, sendo tratado como uma comorbidade da dislexia, é o relacionado a matemática, a DISCALCULIA.
Geralmente, são notadas dificuldade maiores e passiveis de investigação durante a 2ª ou 3ª série. Caracterizado pela não fixação dos números, confusão de sinais, dificuldade em multiplicação e a não tradução dos problemas escritos para símbolos.
Neste caso, também não há exames laboratoriais que fechem o diagnóstico, mas com auxílio do neuropsicólogo há aplicação de testes que podem nos dizer com precisão essa resposta, o Keymath Diagnostic Arithmate Test.
Durante os primeiros anos de escolaridade é necessária mais atenção em cada passo do desenvolvimento, para que possamos agir de forma precoce e evitar o mínimo de atraso escolar possível. Então qualquer percepção de qualquer uma das dificuldades citadas acima, procure um profissional da saúde, especialmente um psicólogo para investigação, tratamento precoce e preciso.
Em suma, mudanças e novos aprendizados são difíceis, e as crianças são todas diferentes: biologicamente e socialmente, muitos fatores influenciam no processo de aprendizagem. Por isso, é importante NÃO COMPARAR umas com as outras, elas têm marcos no desenvolvimento que são em tempos semelhantes, mas cada seu próprio desenvolvimento e ritmo.
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REFERÊNCIAS
SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virginia A.; RUIZ, Pedro. Compêndio de Psiquiatria-: Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Artmed Editora, 2016.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, 2014.7