Todos os continentes já registram casos de infecção pela Ômicron, a mais recente variante do novo coronavírus. O Canadá foi o primeiro país das Américas a confirmar detecção. Na esteira, o Brasil também já registra ocorrências. A seguir, vamos falar tudo o que se sabe sobre a variante Ômicron. Acompanhe!
A B.1.1.529 mais conhecida agora como “Ômicron” foi reportada à Organização Mundial de Saúde pela África do Sul no dia 24 de novembro. A primeira confirmação registrada no mundo foi de uma amostra coletada no país no dia 9 de novembro.
O surgimento de mais essa variante tem preocupado autoridades de saúde de todo o mundo. Como resultado, medidas restritivas estão sendo colocadas em vigor, a exemplo da restrição de viagens com origem em países do sul da África.
EUA, Canadá, União Europeia e Reino Unido, por exemplo, restringiram voos vindos de locais com casos confirmados de infecção.
A África do Sul tem, até então, 14,2 milhões de pessoas com o esquema vacinal completo. Ou seja, 24% da população, o que é considerado baixo.
Ômicron: o que se sabe
Essa nova variante já integra o grupo de versões do coronavírus que impactaram o mundo: Alfa, Beta, Gama e Delta.
Os dados da Ômicron ainda são insuficientes, mas ela já é reconhecida por seu alto potencial de disseminação. “Embora os dados ainda sejam fragmentados, está claro que ela (Ômicron) tem potencial de disseminação gigantesco — pelo número alto de mutações e pela rapidez com que já se disseminou”, explicou o presidente da presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Flávio da Fonseca, em entrevista à BBC News Brasil.
É fato que essa nova variante chama a atenção pela quantidade e pela variedade de mutações, algumas inéditas. Cientistas explicam que a Ômicron tem uma longa lista de alterações genéticas: 50 no total. Dessas, 32 estão na proteína spike (ou espícula) do vírus, que é a parte que conecta o microorganismo à célula humana para iniciar a infecção.
Como algumas das mutações observadas já foram detectadas em outras variantes, é possível ter pistas de seus efeitos. Há outras, no entanto, completamente novas e, também, as que dificultam o processo de reconhecimento do vírus pelos anticorpos, o que poderia impactar na eficácia das vacinas. Pesquisas ainda estão sendo realizadas.
A ômicron foi classificada como uma “variante de preocupação” pela OMS. Segundo a entidade, evidências preliminares sugerem que ela oferece um risco maior de reinfecção de Covid-19 do que as variantes que a antecederam.
Sintomas Ômicron
Segundo a médica sul-africana, Angelique Coetzee, que primeiro identificou a nova variante Ômicron , os pacientes infectados até então apresentaram “sintomas extremamente leves”. De toda forma, é preciso tempo para avaliar o impacto desse novo tipo de coronavírus em pessoas vulneráveis, por exemplo.
Falta consenso entre a comunidade científica, mas alguns sintomas já foram associados à infecção pela Ômicron, tais como tosse seca, febre, garganta “arranhando”, cansaço, suores noturnos.
A infecção, no entanto, só pode ser comprovada por uma análise de sequenciamento genômico, já que seus sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, a exemplo da gripe.
Ômicron X Delta
Sabe-se que a Ômicron tem número e variedade de mutações bem maiores do que a delta, que se espalhou pelo mundo. Sendo assim, ainda está sendo verificado se as vacinas existentes até então são capazes de proteger os vacinados contra essa nova variante.
Pesquisadores reforçam que o ritmo de transmissão da Ômicron tem se mostrado superior ao de outras, como a delta. Porém, é cedo para se traçar um comparativo. Para isso, é preciso ver como as mutações da ômicron influenciam ou não a eficácia das vacinas e, também, como elas se comportam em locais com cobertura vacinal maior do que o registrado na África.
Ômicron no Brasil
Países como Reino Unido, Alemanha, Itália, Austrália, República Tcheca, Israel e Bélgica já reportaram casos. Por aqui, não foi diferente e isso alimenta o temor por novas ondas de Covid-19 no Brasil em 2022.
Os dois primeiros casos no território brasileiro foram confirmados no dia 30 de novembro, quando a variante Ômicron foi detectada em um homem de 41 anos e em uma mulher de 37, vindos da África do Sul. O anúncio foi feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitári (Anvisa) e pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
O sequenciamento genético que apontou a nova versão do coronavírus nos testes do casal foi realizado pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo.