Burnout e sua influência na residência CTBMF | Colunista

A Residência em cirurgia e traumatologia Buco-Maxilo-Facial (CTBMF) representa um programa de pós-graduação de forte integração em odontologia e com expressiva inserção social. Realiza procedimentos ambulatoriais e hospitalares relacionados a:

  • Cirurgia Ortognática. 
  • Trauma Buco-Maxilo-Facial.
  • Patologia Oral.
  • Reconstrução Óssea dos Maxilares.
  • Cirurgia da Articulação Têmporo-Mandibular.
  • Cirurgia em Pacientes Fissurados sob a ótica do Serviço Único de Saúde. Entre outras atividades.

Além disso, o Programa de Residência em CTBMF tem uma duração de 3 anos. Atualmente é uma das residências mais cobiçadas por cirurgiões dentistas trazendo um vasto universo de conhecimento e experiência em cirurgias e vida hospitalar.

Por ser uma residência, o cirurgião recebe grande carga de pressão devido as complexidades dos procedimentos, exigindo um esforço físico e mental de muitas horas pelos profissionais, algo que na faculdade não é visto com tanta intensidade assim. Essa mudança brusca na rotina pessoal e profissional do residente pode desencadear consequências e até mesmo a famosa síndrome de bournout.

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O que é Burnout? 

Burnout é uma palavra em inglês referente à completa falta de energia em alguém ou algo, sendo a síndrome de burnout um problema psicossocial que afeta diversos grupos profissionais, em particular aqueles que têm contato direto com o público, como os profissionais da saúde.

O corpo humano saudável é preparado para situações de stress, respondendo a determinada situação com taquicardia e sudorese, e depois volta aos níveis basais. Porém, em muitas situações, a resposta ao stress tem sido um distress, que corresponde ao desaparecimento dos sintomas físicos agudos, dando espaço a sintomas psicossociais como irritabilidade, afastamento social, fadiga crônica, impaciência, inabilidade de dialogar, diminuição do apetite sexual e perda do prazer em viver. Esse é um estágio inicial que, quando se torna crônico, configura a síndrome de burnout. Deste percentual, estima-se que mais da metade seja composta por profissionais da área da saúde. 

A síndrome de burnout foi nomeada pelo psicanalista Freudenberger, em 1974, ao perceber em si mesmo um estado de esgotamento físico e mental cuja causa estava intimamente ligada à vida profissional. Dessa forma, a interação entre stress crônico e fatores individuais pode levar à exaustão emocional, à despersonalização ou cinismo e à diminuição de satisfação profissional, características da síndrome, que difere da depressão por ter relação específica com o trabalho.

A exaustão emocional, que é a sensação de fadiga, leva a baixa tolerância, frustração e irritabilidade. Por sua vez, a despersonalização é caracterizada pelo distanciamento afetivo e a indiferença no trabalho, muitas vezes manifestada por ironia, frieza e atitudes cínicas. Finalmente, a insatisfação profissional leva à baixa autoestima e à desmotivação, que, em grau mais importante, pode levar até ao abandono da carreira. 

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Alguns sintomas clínicos podem acompanhar a síndrome de burnout:

  • Como fadiga, sonolência, desordens alimentares, cefaleias e instabilidade emocional. 
  • Especificamente para os residentes, vários são os fatores estressores, além dos envolvidos com a responsabilidade no cuidado dos pacientes, como cobrança de produtividade científica, questões administrativas, erro médico, procura por trabalho, futuro incerto, autonomia limitada, carga excessiva de trabalho, plantões frequentes e a não reposição das horas não dormidas devido aos plantões. 
  • O burnout apresenta desafios significativos durante os primeiros anos de treinamento na residência. Demanda de tempo, falta de controle, planejamento do trabalho, organização do trabalho, situações inerentemente difíceis de trabalho e relacionamento interpessoal são considerados fatores que contribuem para o burnout dos residentes.

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Como lidar com a síndrome burnout?

Além de discutir sobre a questão no local de trabalho para que as causas possam ser analisadas e se busque modos de melhorar, o médico também pode buscar maneiras próprias de amenizar o burnout.

Os médicos responderam que lidam com o burnout através da prática de exercícios, se manter perto de família e amigos e lidam através de hobbies de modo geral, tentar alcançar um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e conseguir tempo para se dedicar a atividades prazerosas, tirando a mente do trabalho, são pontos essenciais para aliviar o esgotamento e o estresse.

A modulação do stress é um aspecto mais complexo, pois requer encontrar o equilíbrio entre aceitar um certo grau de pressão, que impele o indivíduo a se esforçar para alcançar um objetivo, e evitar que a sobrecarga seja tal que supere sua capacidade de resolução, levando-o ao colapso.

Uma vez que o equilíbrio entre a demanda e a capacidade de manter o controle da situação varia de indivíduo para indivíduo, é recomendável que os residentes recebam um treinamento formal sobre autoconsciência e estratégias para evitar, contornar e suportar determinadas cargas de stress. Conhecer seus limites é importante que ele pratique e saiba: 

  • Gerenciar o tempo
  • Estabelecer metas realistas na vida profissional e pessoal
  • Definir prioridades e rejeitar projetos inviáveis ou com alto custo emocional
  • Delegar funções e aceitar a forma de trabalhar dos outros
  • Fazer pequenas pausas no trabalho para descansar, respirar, rir e alongar
  • Separar o trabalho da vida privada e evitar levar trabalho para casa, para que o lar seja um local de desconexão
  • Recompensar-se com atividades prazerosas ou hobbies
  • Fazer atividade física regularmente
  • Manter ou criar redes de conectividade social

Para quem conhece a realidade dos programas de residência médica no país, certamente as medidas citadas acima, tanto para proteção de horas de sono como para modulação do stress, podem parecer inalcançáveis. Essa mesma percepção, levou ao entendimento de que seria necessário redesenhar os programas de residência médica e passar a contemplar atividades relacionadas ao autocuidado. Fundamental também é buscar ajuda especializada.

Em alguns casos apenas as táticas para relaxar a mente e obter maior bem-estar podem não ser suficientes, e a ajuda profissional será a melhor maneira de tratar do burnout de modo efetivo.

O burnout é uma realidade entre médicos em todo o mundo, e isso se aplica também àqueles que estão começando suas carreiras, ainda no treinamento e na residência médica.

Há condutas que podem ser tomadas tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal que ajudam a prevenir o burnout e evitar suas consequências, por isso é importante estar atento aos primeiros sinais de exaustão para cuidar do bem-estar próprio e buscar ajuda desde o início. Para poder oferecer os melhores cuidados aos pacientes, o médico precisa cuidar também de si mesmo e estar com a saúde física e mental em dia.

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Referências

Dyrbye LN, Burke SE, Hardeman RR, et al. Association of Clinical Specialty With Symptoms of Burnout and Career Choice Regret Among US Resident Physicians. JAMA. 2018;320(11):1114–1130. doi:10.1001/jama.2018.12615

Caregnato RCA, Lautert L. O estresse da equipe multiprofissional na Sala de Cirurgia. Rev Bras Enferm. 2005

Benevides-Pereira AMT. Burnout: o processo de adoecer pelo trabalho. In: Benevides-Pereira AMT (Ed). Burnout: quando o trabalho ameaça o bem estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2008https://blog.hidoctor.com.br/p/carreira.-saude-e-bem-estar/1379243/como+o+burnout+afeta+medicos+em+treinamento+e+na+residencia+medica.htm

Por Sanar

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