O Molnupiravir é o primeiro medicamento oral para pacientes acometidos com Covid-19 em quadros de leve a moderado não hospitalizados. Desenvolvido pela farmacêutica norte-americana MSD (Merck), ele tem a proposta de mudar o tratamento para pessoas com comorbidades e imunossuprimidas.
O Reino Unido foi o primeiro país a aprovar esse antiviral. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também aprovou o uso de emergência do antiviral Molnupiravir para a Covid-19. Mas, ficou estabelecido que cada estado-membro da União Europeia irá decidir sobre o uso – ou seja, a aprovação fica a cargo de cada país. Enquanto isso, estudos também avaliam o uso da pílula para a prevenção do Coronavírus.
A agência reguladora dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), também analisa um pedido de uso emergencial do medicamento.
É importante frisar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a agência Unitaid já se manifestou a respeito dos progressos realizados para facilitar o acesso ao Molnupiravir. Eles sinalizam que o medicamento experimental pode ajudar a reduzir em 50% o risco de hospitalização de pacientes com quadros de leve a moderado de Covid-19.
A empresa farmacêutica norte-americana MSD (Merck) estima produzir 10 milhões de cursos (período de tratamento contínuo com o uso do medicamento) até o final de 2021. Mais doses estão previstas para 2022.
Molnupiravir no Brasil?
Segundo o site do Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa (Anvisa) já se reuniu com a farmacêutica norte-americana MSD. O encontro teve uma razão de ser: coletar os dados técnicos que podem viabilizar o uso emergencial do medicamento contra a Covid-19 no Brasil.
Com a apresentação oficial das informações, portanto, a Anvisa iniciou o processo de avaliação para uso do medicamento. Paralelamente a isso, a Fiocruz já está buscando voluntários para realizar o teste do medicamento no Brasil.
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O que é molnupiravir
O molnupiravir é um antiviral que age atrapalhando a replicação do vírus no organismo. De acordo com estudos realizados, ele é o medicamento mais eficaz quando usado em estágios iniciais da infecção pelo vírus da Covid-19. Isso porque ele reduz pela metade o risco de morte e hospitalização de pacientes que poderiam desenvolver quadros mais graves da doença.
Ou seja, ele pode ser usado para o tratamento de adultos com Covid-19 que não necessitam de oxigênio suplementar, mas que podem ter risco maior complicações. Fatores como idade avançada, obesidade, diabetes mellitus e doença cardíaca são levados em conta.
Recomenda-se o uso da medicação por cinco dias. O ideal é começar logo no começo da infecção – em casa, sob prescrição e supervisão médica.
É importante frisar que o molnupiravir não é recomendado durante a gravidez. Mulheres em idade reprodutiva e que não usam métodos contraceptivos eficazes também não podem usá-lo. No caso de mulheres lactantes, atenção: a amamentação deve ser interrompida durante o tratamento e até quatro dias depois.
Segundo estudos, o medicamento não induz mudanças genéticas nas células humanas. Mas, a recomendação é a de que homens voluntários que se inscreveram em seus testes devem se abster de relações heterossexuais ou usar métodos contraceptivos. Mulheres em idade reprodutiva, além de não poderem estar grávidas, também devem se comprometer a usar métodos anticoncepcionais.
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