O que pode ser cobrado nas provas de residência sobre Covid-19 | Colunista

Os editais das residências de todo o país já começaram a serem lançados e, sem sombra de dúvidas, a COVID-19 deve ser um dos assuntos em pauta das bancas responsáveis pela elaboração das provas. Nesse sentido, existem alguns aspectos aos quais deve ser dada uma atenção especial. Dentre as quais se destacam:

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Conhecimento Geral

É importante estar ciente que você futuro residente, pode se deparar com inúmeras situações nesse contexto pandêmico e pós pandêmico, que vão demandar o conhecimento geral sobre a COVID, como por exemplo, formas de transmissão e prevenção da doença, principais sintomas, e como orientar esse paciente. Uma questão da SES-GO/UFG 2021, por exemplo, trouxe questionando como deve ser feita a definição de caso da COVID-19. 

SES-GO/UFG-2021: Indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por, pelo menos, 2 dos seguintes sinais e sintomas: febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos.

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De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, trata-se de um caso:

  1. Suspeito de síndrome gripal.
  2. Suspeito de síndrome respiratória aguda grave.
  3. Confirmado de COVID-19 leve.
  4. Confirmado de Influenza leve. 

O enunciado da questão traz a definição completa de síndrome gripal de acordo com o Ministério da Saúde. Para não esquecer:

Síndrome gripal:

É um conjunto de sinais e sintomas de gripe no indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por pelo menos dois dos seguintes: febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos. Para além desses sinais e sintomas, em crianças, considera-se também obstrução nasal, na ausência de outro diagnóstico específico e em idosos, deve-se considerar também critérios específicos de agravamento como sincope, confusão mental, sonolência excessiva, irritabilidade e inapetência.

Suspeito de síndrome respiratória aguda grave:

É definida no indivíduo com síndrome gripal que apresente dispneia/desconforto respiratório OU pressão persistente no tórax OU saturação de O2 < 95% em ar ambiente OU cianose dos lábios ou rosto

Confirmado de COVID-19 leve:

É caracterizado por sintomas da síndrome gripal sendo preciso comprovação de resultado positivo para RT-PCR.

Confirmado de influenza leve:

É necessária a confirmação por meio de um teste laboratorial que pode ser o RT-PCR para H1N1.

Resposta correta – alternativa 1. 

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COVID-19 x Comorbidades

Já está bem elucidado que a COVID-19 tende a cursar em pior prognóstico em indivíduos que apresentam comorbidades crônicas, como asma, hipertensão, diabetes e doença coronariana. Existem alguns fatores que podem justificar essa propensão aumentada ao desenvolvimento de casos mais graves da doença, dentre os quais, os estudos têm evidenciado que a infecção pelo Novo Coronavírus pode alterar doenças crônicas outrora estabilizadas, reduzindo principalmente a oferta de oxigênio e aumentando os níveis de inflamação nesses pacientes. A questão da UFSC- 2021 é um dos exemplos de como as provas de residência podem abordar a relação existente entre pacientes com comorbidades que estão grupos de risco para complicações por COVID-19.

UFSC – 2021: Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e infecção por COVID-19. 

(  ) Pacientes com DM2 são mais propensos a internações em unidades de terapia intensiva e a tempo mais prolongado de internação em comparação com a população em geral. 

(  ) A infecção por COVID-19 parece precipitar manifestações graves de diabetes, incluindo cetoacidose diabética e estado hiperglicêmico hiperosmolar. 

(  ) Protocolos de insulina subcutânea devem ser evitados para tratar a hiperglicemia intrahospitalar durante a pandemia de COVID-19 devido à necessidade de limitar a frequência de contato direto da equipe com os pacientes. 

(  ) Dentre as alterações induzidas pela infecção por COVID-19 observam-se a resistência à insulina e consequentemente pior controle glicêmico.

(  ) Os antidiabéticos orais devem ser descontinuados durante a internação hospitalar de pacientes com DM2 e infecção por COVID-19 devido ao maior risco de efeitos adversos associados ao seu uso. 

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo:

  1. VVFVV
  2. VVFFV
  3. VFVFV
  4. FVFVF
  5. FFVVF

Alguns aspectos devem ser considerados na hora de responder esta questão. 

A primeira alternativa é verdadeira. É importante também lembrar que pacientes sem comorbidades também podem necessitar de hospitalização e intubação. Mas, de forma geral, tem sido observado que as doenças crônicas, como DM, tendem a contribuir para o agravamento dos casos.

Na segunda afirmação, é importante que para além do descontrole associado à própria DM quando associada com alguns tipos de infecção, a própria farmacoterapia, que muitas vezes demanda a necessidade de corticoterapia em pacientes hospitalizados, pode precipitar em manifestações graves da diabetes. Além disso, a suspensão dos hipoglicemiantes orais, em pacientes intubados, pode contribuir para esse achado. Logo, a alternativa está correta.

A terceira afirmação é falsa, visto que, pacientes hospitalizados e com impossibilidade de deglutição oral, devem ser submetidos a protocolos de regimes de insulina com monitorização periódica. Quanto à equipe de saúde, ela deve estar protegida com a utilização de EPIS, que possibilita o cuidado e manejo desses pacientes. 

A quarta afirmação está correta, pois, a tempestade de citocinas provenientes do quadro inflamatório da COVID-19 e o uso de alguns medicamentos, como os glicocorticóides podem ocasionar quadros graves de resistência à insulina. 

A quinta sentença está correta. Pois, alguns medicamentos dessa classe como a metformina, pode aumentar o risco de acidose lática, enquanto tem sido observada maior tendência à hipoglicemia com o uso de sulfonilureias e, risco aumentado de desidratação com inibidores de SGTL2. Ademais, ressalta que o metabolismo de primeira passagem, com medicamentos por via oral, contribui para demora dos efeitos terapêuticos, sendo dessa forma, a insulinoterapia mais resolutiva, em pacientes hospitalizados. 

Resposta correta – alternativa 1. 

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Vacinação

Outro aspecto que pode ser cobrado é quanto às principais características das diferentes vacinas que vem sendo administradas no país. Informações como esquema de dose, principais efeitos colaterais, efeitos adversos e fases para aprovação de uma vacina podem ser cobrados. Alguns exemplos encontram-se abaixo:

OMNI – 2021: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre casos raros de uma síndrome de após a vacinação contra covid-19. Segundo comunicado divulgado no dia 28/07, foram 34 notificações de casos suspeitos: 27 com a vacina da AstraZeneca, quatro com a CoronaVac e três com a da Janssen. O aviso pode ter deixado muitos brasileiros preocupados, mas a agência reforçou que isso não deve ser considerado motivo para as pessoas não se vacinarem. Esta síndrome é um distúrbio neurológico autoimune raro (com um a dois casos por 100 mil pessoas por ano), no qual o sistema imunológico danifica as células nervosas. Sua causa é desconhecida. A síndrome é assim denominada em homenagem aos primeiros neurologistas a descrever a doença em conjunto com André Strohl em 1916.

Assinale a alternativa CORRETA que conste o nome da síndrome descrita no enunciado.

A Síndrome de Turner

B Síndrome de Guillain-Barré

C Síndrome de Edwards

D Síndrome de Kleinfelter

A alternativa B é a correta. A síndrome de Guillain Barré é uma das principais síndromes associadas à vacinação. Ela representa a causa mais comum de paralisia flácida aguda e, geralmente se apresenta como fraqueza ascendente, perda de reflexos tendinosos profundos e déficits sensoriais. Sendo que, o diagnóstico depende dos resultados de exames clínicos, eletrofisiológicos e do líquido cefalorraquidiano.

IDECAN – 2021: Em tempos de pandemia, o mundo correu para pesquisar e criar uma vacina contra o coronavírus. Em várias criações, os testes apontaram sua eficácia com a aplicação de duas doses. Entretanto, há uma vacina que foi criada para ser aplicada em dose única. Trata-se da vacina:

A AstraZeneca.

B Pfizer.

C Janssen.

D CoronaVac.

A alternativa C é a resposta correta. As demais vacinas listadas apresentam o seu esquema vacinal em dose dupla. Salienta-se, todavia, que o reforço vacinal está sendo recomendado até o presente momento para os grupos de idosos e pacientes com comorbidades. 

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REFERÊNCIAS

ABU-RUMEILEH, Samir et al. Guillain–Barré syndrome spectrum associated with COVID-19: an up-to-date systematic review of 73 cases. Journal of neurology, v. 268, n. 4, p. 1133-1170, 2021.

Como a COVID-19 foi cobrada nas provas de residência médica 2020-2021? Dispoível em: https://www.sanarmed.com/como-a-covid-19-foi-cobrada-nas-provas-de-residencia-medica-2020-2021

PERES, Janaina Lopes Pereira et al. Comorbidades sociais e Covid-19: a desigualdade como desafio da gestão pública em tempos de crises. 2021.

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