Olá farmas! Hoje falaremos um pouco sobre um tema de bastante importância dentro do contexto das análises clínicas: técnicas utilizadas em exames parasitológicos de sangue.
Sabe-se que o diagnóstico parasitológico realizado pela maioria dos laboratórios de análises clínicas é mais voltado para análise das fezes para a pesquisa de parasitos que vivem no intestino.
Porém, não se pode descartar a importância que os exames parasitológicos em amostras de sangue possuem para diagnóstico de parasitos que habitam outros sítios anatômicos, não sendo liberados nas fezes. É sobre isso que iremos discutir hoje. Vem comigo!
Um pouco sobre o exame parasitológico no sangue
Os métodos parasitológicos realizados com o sangue baseiam-se na pesquisa direta do parasito. São bastante importantes uma vez que permitem detectar diferentes formas evolutivas presentes no sangue periférico, possibilitando assim, o diagnóstico de agentes etiológicos de uma maneira mais precisa.
O exame é realizado através da análise da amostra no microscópio, em que uma gota de sangue do paciente é inserida na lâmina e avaliada ao microscópio. Esse processo é chamado de hemoscopia.
Os parasitos encontrados no sangue e em outros tecidos são aqueles que causam a malária, doença de chagas, filariose linfática e leishmaniose. Estas são representadas respectivamente pelos parasitos Plasmodium, Trypanosoma cruzi, Wuchereria bancrofti e Leishmania. Estes são alguns exemplos de parasitos que não são encontrados nas fezes, portanto, não podem ser diagnosticados através do exame parasitológico de fezes.
Algumas recomendações a respeito da coleta
Os locais mais utilizados para realização da coleta são a polpa digital do dedo anular esquerdo e o lóbulo da orelha, uma vez que esses locais possuem a pele mais fina e uma boa circulação sanguínea.
O recomendado é que seja feita uma antissepsia com álcool a 70% antes da realização da coleta, que deve ser feita com material descartável, tais como agulha, estilete e alfinete. Após o álcool secar totalmente, é executada a picada com um destes materiais e realizada a compressão da região onde a gota de sangue deve ser depositada sob a lâmina de vidro, com posteriores métodos a serem utilizados.
Caso não seja possível seguir com todos os métodos essenciais após a coleta e inserção na lâmina, é necessário que esse material seja coletado no tubo contendo anticoagulante, por exemplo, o EDTA. No entanto, essa técnica pode comprometer o resultado final do exame.
Alguns métodos relacionados ao Exame Parasitológico de Sangue
Como já fora mencionado anteriormente, o exame parasitológico de sangue busca detectar parasitos presentes no sangue e assim, auxiliar no diagnóstico da doença. Para se obter essa finalidade, alguns métodos são utilizados, tais como: direto e em esfregaço.
O método direto se obtém por meio da inserção da gota de sangue coletada na polpa digital ou lóbulo da orelha ou ainda por punção venosa com a utilização de um anticoagulante. Este método possui melhor sensibilidade ao se comparar com o esfregaço.
O esfregaço pode ser dividido em duas categorias: esfregaço delgado e gota espessa. O esfregaço delgado consiste em uma melhor visualização da forma, bem como da espécie dos parasitos. Já o esfregaço espesso ou gota espessa tem uma finalidade de identificar o diagnóstico epidemiológico. A diferença consiste no tipo de objetivo diagnóstico que se deseja obter.
Existem ainda outros métodos, tais como: teste do microhematócrito, sorologia, PCR (teste molecular), hemocultura e concentração de parasitos.
Bom, espero que você tenha gostado dessa breve leitura a respeito dos métodos e técnicas utilizados nos exames parasitológicos de sangue. Este assunto é muito importante e vale a pena relembrarmos. Até logo!
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REFERÊNCIAS
DE FREITAS, ELISANGELA OLIVEIRA. Imunologia, Parasitologia e Hematologia Aplicadas à Biotecnologia. Saraiva Educação SA.
FERREIRA, A. Walter et al. Aspectos da padronização de testes sorológicos para a doença de Chagas: um teste imunoenzimático para a triagem de doadores de sangue. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 33, n. 2, p. 123-128, 1991.
TÉCNICAS BÁSICAS: EXAME PARASITOLÓGICO DE SANGUE. Jaleko. Disponível em: www.jaleko.com.br. Acesso em: 15 de set. de 2021.