Atividades extracurriculares: para se diferenciar em qualquer especialidade | Colunista - Gestor de Conteúdo

As faculdades, de forma geral, nos proporcionam todo o conteúdo “mínimo” para a nossa formação e atuação como profissionais da Odontologia. Por mais que a sua faculdade tenha uma grade diferenciada ou ofereça disciplinas além das usuais, dificilmente ela suprirá toda a necessidade de conhecimento e atualização que precisamos ter para a nossa vida profissional.

Seja conhecimentos de gestão pessoal/financeira, burocracia dos consultórios e planos de saúde, uma especialidade que foi abordada de forma muito superficial (ou que nem chegou a ser abordada) o certo é que a maioria dos estudantes já pensou em algo que não foi oferecido pela faculdade e poderia deixar a sua formação mais completa.

Para suprir a falta desses conhecimentos, sabemos que existem os cursos de atualização/especialização para serem feitos após a conquista do diploma. Obviamente, eles são válidos e com toda a certeza são necessários para o exercício de diversas especialidades odontológicas. Mas para aqueles que desejam começar a estudar assuntos além dos obrigatórios ainda durante a graduação, existem as Atividades Extracurriculares.

Essas atividades, que também podem ser chamadas de Complementares, servem justamente para tornar a nossa formação mais completa e diferenciada por meio de atividades não obrigatórias para a obtenção do diploma.

De quebra, elas ainda enriquecem o currículo, trazem experiências novas e, para aqueles que pretendem prestar as provas de residência, somam pontos na análise curricular e entrevista. Já passou da hora de conhecer quais são essas atividades e começar a coloca-las em prática, né?

Iniciação Científica

É um projeto de pesquisa em determinada área, com orientação de um professor. Pode ser:

Teórico: como as revisões de literatura, por exemplo.
Clínico: como pesquisas de novos procedimentos, técnicas ou medicamentos em pessoas
Laboratorial: como o estudo da resposta de uma célula a um estímulo específico, ou de métodos experimentais (antes de serem testados em seres humanos).

Apesar de muitas pessoas já terem ouvido falar, não é todo mundo que realmente faz uma iniciação. O processo é longo (a maioria dura pelo menos 1 ano), precisa de muita dedicação e compromisso.

Diversas universidades oferecem bolsas de estímulo para os alunos que fazem esse tipo de atividade e, principalmente nas públicas, os professores incentivam bastante os alunos a pegarem um projeto.

Se na sua faculdade não tem esse tipo de bolsa ou faltam orientadores, você também pode tentar fazer uma iniciação com um professor de outra instituição, mas é preciso conhecer e conversar muito bem para ver todos os requisitos.

Projetos de Extensão

Normalmente envolvem a comunidade (ou parte dela). Podem ser projetos sociais, educacionais, de cultura, enfim, o leque de possibilidades aqui é enorme. O importante é encontrar um projeto que já exista ou conversar com professores sobre a criação de um.

Pense em algo que a comunidade ao redor da sua faculdade ou de alguma localidade específica esteja precisando e que você (junto com um grupo de alunos e profissionais orientadores) possa oferecer dentro da sua área de interesse.

Monitorias

Quem nunca se sentiu perdido em uma aula prática e precisou chamar por ajuda? As dúvidas quando estamos começando a estudar e praticar algo novo são tantas que apenas os professores não dariam conta de atender a todos os alunos. Aí entram os monitores!

Normalmente alunos que já passaram pela disciplina, com bom aproveitamento e que gostaram dos conteúdos voltam a acompanhar essas aulas com a nova turma, para ajudá-los a desenvolver esse novo conhecimento.

Algumas instituições oferecem bolsas para essa atividade também, mas o número de monitores voluntários também é grande. Vale a pena conversar com o professor daquela matéria que você adorou para ter a oportunidade e, de quebra, ainda vai revisar e adquirir mais experiência ao rever todo o conteúdo.

Congressos, Jornadas, Palestras e Simpósios

Aqui temos 3 atividades diferentes, que trazem experiências e conhecimentos variados:

Participar Como Ouvinte: assistindo às apresentações e adquirindo novos conhecimentos acerca dos temas.
Apresentação de Trabalhos Científicos: se você já tiver concluído alguma iniciação científica você pode apresentar seu projeto e – quem sabe – ganhar alguma premiação por ele.
Organização do Evento: busca por palestrantes, por patrocinadores, na divulgação, enfim, as funções necessárias para o sucesso do evento são muitas e dependem de várias pessoas trabalhando muito para que tudo ocorra o melhor possível.

Intercâmbios

Apesar de não entrarem como pontuação extra para todas as residências, a experiência de estudar por um período de tempo em outro país é muito enriquecedora, além de poder proporcionar muitos contatos e um grande desenvolvimento, tanto pessoal quanto profissional.

Publicações

Se você realiza algum projeto interessante e que tenha um impacto importante (seja para a comunidade científica ou mesmo de forma social), você pode tentar publicá-lo em uma revista ou jornal da área. Isso conta pontos para os programas de residência, além de já ser um ótimo meio de se inserir no mundo dos artigos científicos.

Estágios

Você pode procurar programas de residência, serviços hospitalares ou clínicas que ofereçam estágios para graduandos. A grande maioria deles serão observacionais, já que ainda não teremos habilitação para fazer de fato os procedimentos, mas acompanhar a rotina e as técnicas utilizadas pode ser uma ótima forma de revisar conteúdos, ter certeza da área que vai se especializar e já começar a criar sua rede de contatos.

Ligas Acadêmicas

Elas estão se tornando cada vez mais comuns entre os cursos de Odontologia. O objetivo é aprofundar os conhecimentos em determinada especialidade ainda durante a graduação, com aulas teóricas e práticas (até mesmo atendimentos clínicos, dependendo da universidade e da especialidade em questão).

Aqui também temos duas formas de participação: apenas como membros, acompanhando as aulas e adquirindo conhecimentos; e como organizador da liga, onde além de acompanhar as aulas você também adquire experiência em coordenação e gestão.

Agora já deu para perceber que as oportunidades vão muito além do que a graduação oferece basicamente, né? É importante ressaltar que, se você já sabe qual especialidade você quer, vale a pena direcionar todas essas atividades para essa área de interesse. Dessa forma, quando você for passar por algum processo seletivo lá na frente (seja de residência ou mesmo de contratação), todo o seu currículo já estará preparado para isso.

Se você ainda não sabe, sem estresse! Você pode usar as atividades extracurriculares justamente para ir se aproximando e conhecendo melhor as áreas que você acredita terem mais a ver com a sua personalidade. Ao mesmo tempo que você descobre sua paixão, você melhora seu currículo e adquire experiências!

Então, agora, sem desculpas: bora aproveitar essas dicas, se planejar e fazer seu currículo brilhar!

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Referências:

PERES, Cristiane Martins; ANDRADE, Antonio dos Santos; GARCIA, Sérgio Britto. Atividades extracurriculares: multiplicidade e diferenciação necessárias ao currícu. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 31, n. 3, p. 203-211, 2007. https://doi.org/10.1590/S0100-55022007000300002

DE SOUSA, Lorena Amélia et al. ATIVIDADE EXTRACURRICULAR: PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA. NBC-Periódico Científico do Núcleo de Biociências, v. 11, n. 21, 2021.