Prevenção ao Suicídio: 7 aspectos de abordagem na Atenção Primária

Tem início neste mês o Setembro Amarelo, Campanha que conscientiza e busca prevenir o risco de suicídio. Mas, para além da data, o fato é que o assunto merece atenção durante todo o ano. Pensando nisso, vamos falar sobre o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: 7 aspectos de abordagem na Atenção Primária.

Para avançarmos, é bom entender que a Atenção Primária à Saúde é o principal meio de acesso do paciente que tem comportamento suicida ao sistema de saúde.

Apesar disso, muitas equipes da Estratégia Saúde da Família e da Atenção Básica confiam essa abordagem somente aos serviços de pronto-atendimento e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Quer se aprofundar mais nesse assunto? A seguir, elencamos 7 aspectos que devem ser levados em conta na prevenção ao suicídio no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

Confira!

Prevenção ao Suicídio: 7 aspectos de abordagem na Atenção Primária

A abordagem adequada faz toda diferença no atendimento em saúde. Quando falamos de um tema tão delicado como esse, essa afirmação fica ainda mais relevante.

Com a proposta de apoiar o profissional da área que precisa ser manter atualizado sobre essa questão, vamos compartilhar aqui 7 aspectos da abordagem na Atenção Primária, com foco na prevenção ao suicídio.

É isso mesmo: tudo para que você possa auxiliar os pacientes que chegam na Atenção Primária à Saúde com histórico prévio de tentativa de suicídio ou com ideação suicida.  

1. Exerça a escuta

Escutar o paciente e entender suas motivações é essencial. É necessário dar espaço para que o paciente se abra e diga o que está sentindo. O profissional de saúde não deve julgar o paciente, ok?  Seu papel é escutá-lo e buscar entendê-lo.

2. Converse e matenha o olhar clínico

É importante criar uma conexão com o paciente. Perguntas direcionadas podem ser feitas:

“Você tem planos para o futuro?” – Paciente com risco de suicídio normalmente diz que não.

“Se a morte viesse, ela seria bem-vinda?” – Aqui, a resposta costuma ser sim, para que aqueles que pensam em tirar a própria vida.

3. Fatores de risco, quais são?

Ainda a partir desse diálogo e da sua observação, é importante identifica pontos como:

  • Como está o estado mental atual do paciente?
  • Quais são os diagnósticos prévios?
  • O paciente está fazendo uso de medicamentos? Quais?
  • E de álcool e outras drogas?
  • Pensamentos sobre morte e suicídio: como são?
  • Essa paciente tem apoio de família, amigos, escola, instituições religiosas ou grupos comunitários?
  • É possível perceber algum plano suicida? Se sim, é importante apurar como ele chegou a esse plano e como e quando planeja realizar.

4. Veja se há transtornos psiquiátricos associados

Assim que a ideação suicida for abordada, é preciso observar clinicamente se há algum transtorno psiquiátrico associado. Afinal, cerca de 90% das tentativas de suicídio estão relacionadas à existência de algum transtorno mental prévio.

Avalie a possibilidade de indicar o paciente para atendimento no NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) ou para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). Isso é positivo pois sabe-se que intervir e acompanhar a doença de base pode prevenir um possível suicídio.

5. Manejo rápido da questão da ideação suicida

É bom destacar que o paciente não pode sair da consulta sem um plano específico de intervenção para aquela condição.O profissional pode entrar com alguma medicação.

Caso o paciente já tenha tentado suicidio, deve ser referenciado para internação em um hospital geral ou psiquiátrico para uma atenção mais especializada.

6. Saiba que há diferentes níveis de risco a suicídio

O risco considerado baixo é quando os pensamentos suicidas existem, mas não há nenhum plano traçado.  

É esse o caso? Se sim, é preciso oferecer apoio emocional e manter contatos regulares. Trabalhe nos sentimentos suicidas e foque em aspectos positivos do paciente.

Consideramos médio risco quando o paciente alimenta pensamentos e planos, mas não tem em mente uma data ou realmente o que fazer.

As dicas anteriores também valem aqui. Mas, além disso, é recomendado realizar uma espécie de “contrato” para que o paciente não cometa o suicídio até o retorno, que deve ser agendado, ok?

Um paciente com alto risco de suicídio é aquele que já tem um plano traçado e viável para ser colocado em prática imediatamente. Além do que já mencionado, aqui é fundamental reafirmar seu apoio e realizar atendimento em saúde mental e hospitalização.

7. Faça um plano de segurança

Oferecer um plano de segurança para o paciente é instruí-lo, bem como a seus familiares ou pessoas próximas, com ações que  o paciente pode ter por conta própria quando estiver se sentindo mal.

Escutar uma música animada, ver um filme de comédia, escrever um desabafo em algum diário ou até mesmo fazer exercícios físicos costumam estar no plano, que funciona, principalmente, quando o paciente é de baixo risco.

É bom também que o plano contenha os nomes de pessoas como que podem auxiliar o indivíduo num momento crítico.

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Por Sanar

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