Envelhecimento e atendimento domiciliar | Colunista

A população está envelhecendo. Há muito mais idosos hoje do que no passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)1, nos anos 1980, a expectativa de vida era de, aproximadamente, 60 anos.

De acordo com dados da Universidade Harvard2, em 2021, mesmo com o advento da pandemia por Covid-19, essa expectativa aumentou para 74,8 anos. Não somente vivemos mais, mas a saúde tem se mantido estável por um tempo maior. Isso implica em várias necessidades para que haja, além de uma longevidade maior, uma melhor qualidade de vida. 

Segundo dados da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)3, há 30 milhões de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil, representando cerca de 10,53% da população (dados da Fundação Getúlio Vargas – FGV)4. A população idosa está aumentando e isso leva a necessidades de cuidado com essa população, tanto em termos de acesso à saúde, quanto a necessidades de acesso a serviços.

Houve, a partir dessa mudança no panorama populacional, um aumento na busca por profissionais que pudessem fazer atendimento domiciliar. Os idosos, sendo uma população mais fragilizada, com pouca mobilidade e dependente de outros para deslocamento, foram os que mais se beneficiaram. Esse movimento se fortaleceu com o advento de um quadro de pandemia que alarmou a população. 

Profissionais de diversas áreas têm sido cada vez mais contactados para dar suporte a essas necessidades. Dentre eles, os profissionais itinerantes da saúde estão à disposição para atendimento de pacientes em condição acamada ou com dificuldade de deslocamento ou até mesmo os que preferem o atendimento em casa por outros motivos.

Algumas vantagens desse tipo de personalização de atendimento são: proximidade com a família e com os cuidadores, podendo prestar esclarecimentos à medida que os atendimentos são realizados; redução na chance de infecções cruzadas, em hospitais e clínicas, pessoas que apresentam algum tipo de infecção transmissível podem transmiti-la para outras; adequação no horário da conveniência do paciente, não havendo espera para atendimento. 

Há ainda espaço para alterações no cronograma. O atendimento se individualiza na medida em que o paciente está indisposto para fazer alguma atividade e há sempre a possibilidade de utilizar outros recursos.

A proximidade também faz com que alguns eventos mais agudos possam ser tratados durante o atendimento. A possibilidade de tratar situações mais pontuais e que podem ser sanadas ou reduzidas, faz com que esse atendimento se torne ainda mais personalizado.

Há desvantagens também, afinal o atendimento domiciliar requer que o profissional tenha à sua disposição os equipamentos adequados para a realização de suas atividades. Por conta disso, há uma necessidade de um planejamento constante em relação ao que vai ser realizado com o paciente e o que deve ser levado para o tratamento. 

Esse tipo de atendimento tem se tornado mais frequente, o que pode refletir uma redução de internações e uso de ambientes hospitalares. Isso é favorável para uma melhora na qualidade de vida e maior independência dessas pessoas, além de uma menor preocupação, por parte da família, das complicações que podem ser geradas por determinadas patologias. 

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Referências:

  1. https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-12/expectativa-de-vida-do-brasileiro-aumenta-124-anos-entre-1980-e-2013
  2. CASTRO, MC; GURZENDA, SG; TURRA, CM; KIM, S; ANDRASFAY, T; GOLDMAN, N.  Reduction in the 2020 Life Expectancy in Brazil after COVID-19, 2021. medRxiv 2021.04.06.21255013; doi: https://doi.org/10.1101/2021.04.06.21255013
  3. https://www.ufjf.br/ladem/2020/06/21/envelhecimento-populacional-continua-e-nao-ha-perigo-de-um-geronticidio-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
  4. NERI, M. Onde estão os idosos? Conhecimento contra o Covid-19.  Abril/2020. https://cps.fgv.br/covidage

Por Sanar

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