Começou a atuar na TCC ou outra área da Psicologia e está com dúvidas sobre como funcionam os psicotrópicos? Nesse texto vamos explicar algumas das especificidades da Psicofarmacologia que são essenciais no dia a dia do terapeuta.
O que é a Psicofarmacologia?
Também chamada de Farmacopsiquiatria, a Psicofarmacologia é um campo de estudo dedicado aos psicotrópicos, ou seja, substâncias que atuam no sistema nervoso central (SNC) e que são usadas para auxiliar ou tratar problemas de ordem mental ou psicológica.
Apesar da prescrição não ser uma responsabilidade do psicólogo, normalmente ficando a cargo do médico psiquiatra, em muitos casos se torna necessário que o terapeuta entenda e acompanhe o paciente durante esse tratamento.
Por isso, é fundamental que você como psicólogo entenda sobre Psicofarmacologia, busque saber quais os efeitos colaterais mais comuns de um determinado medicamento e quais os fatores que podem influenciar os seus efeitos.
Pensando nisso, montamos um minicurso gratuito com 7 aulas de Psicofarmacologia. Nele você vai aprender com nosso professor da Pós-Graduação e Doutor pela UFBA, Gustavo Siqueira, sobre mecanismos de ação dos fármacos, estresse e inflamação no SNC e muito mais.
Fatores que interferem nos efeitos do medicamento
De modo geral, podemos falar que alguns fatores que interferem nos efeitos do medicamento, como características genéticas, hábitos e questões como o peso do paciente.
Outro fator que precisa ser analisado quando vai se realizar uma intervenção, principalmente as que levam em conta medicamentos, é o efeito placebo – que já é amplamente pesquisado e discutido.
Os efeitos de um medicamento, seja ele qual for, estão muito ligados com o organismo do paciente. Ou seja, é necessário levar em conta a variabilidade individual, já que cada um tem um nível de sensibilidade e características únicas.
Ao tratar de psicofármacos, a individualidade pode ficar ainda mais acentuada, uma vez que estamos lidando com questões e condições emocionais ou mentais, que são produtos de uma rede de conexões complexas.
Por isso é comum que psiquiatras, ainda mais no início do tratamento, estejam em contato constante com o paciente para procurar a melhor dose e resposta medicamentosa.
Há, também, fatores genéticos e relativos a idade. Afinal, ao longo da nossa vida vamos desenvolvendo diferentes formas de lidar com o ambiente.
Dependendo da composição química do remédio, especialmente para os medicamentos que se ligam a camadas de gordura, é necessário levar em conta o peso do indivíduo. Além disso, também precisa se levar em conta o estado nutricional.
Efeito Placebo
O efeito placebo é o efeito não atribuído a ação farmacológica, ou seja, respostas dos pacientes que não vieram do medicamento. Na prática podemos ver pacientes que, por acreditarem que o medicamento vai fazer efeito, percebem uma melhora no tratamento.
Outras vezes, percebemos a melhora por uma combinação do efeito ativo da substância com, também, o efeito placebo. Atualmente, estima-se que 50% da resposta dos antidepressivos se deva ao placebo – um índice relativamente alto.
No caso da depressão, por exemplo, a mudança atitudinal ou comportamental é muito importante. E a crença de que o medicamento vai melhorar a situação pode fazer com que o paciente altere seus comportamentos, que por sua vez podem efetivamente causar uma melhora no caso.
Processos psicológicos e neuroquímica
Ainda, é necessário prestar atenção para os termos associados a Psicofarmacologia, que muitas vezes não são bem compreendidos como neuropeptídios, neurotransmissores, agonista, antagonistas… Todos eles são importantes para entender os mecanismos de ação dos fármacos.
Aqui, vamos colocar a definição de alguns termos:
- Fármaco: composto químico que afeta o organismo vivo; agentes psicoativos que influenciam processos comportamentais, emocionais e cognitivos
- Agonista: fármaco que imita ou modula a atividade da substância neuroquímica endógena, aumentando a ação de uma substância que já existe no corpo
- Antagonista: fármaco que bloqueia ou impede a ação da substância, ao contrário do agonista
- Receptor: sítio de ligação para substâncias químicas de forma que possam exercer efeito sobre o neurônio
- Precursor: substância que ao entrar no SNC serve de ingrediente para formação subsequente de uma substância neuroquímica, muitas vezes encontrada nos alimentos
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