O que é a síndrome do ombro doloroso? | Colunista

O ombro doloroso é uma das queixas ortopédicas mais frequentes de pacientes que procuram serviços fisioterapêuticos, ficando atrás apenas da lombalgia. É caracterizado por um conjunto de patologias que possuem como sintoma a dor constante e incapacitante na articulação do ombro. A etiologia pode ser variada, no entanto alguns fatores podem predispor ao aparecimento das dores. (ARAÚJO, 2021)

Vamos entender um pouco mais sobre as características da articulação do ombro e como ocorre a síndrome do ombro doloroso!

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Anatomia do ombro

O ombro faz parte da cintura escapular e interliga o membro superior ao esqueleto axial através de seu complexo articular. É formado principalmente pela articulação glenoumeral, composta pelo úmero e pela cavidade glenoide da escápula. Esta articulação possui pouco contato ósseo, pois a cavidade glenóide é rasa em comparação ao tamanho da cabeça do úmero. Isto posto esta articulação possui muita mobilidade e consequentemente torna-se pouco estável. (CARDINOT, 2020)

A estabilidade desta articulação se dá principalmente pelos músculos do manguito rotador (supraespinal, subescapular, redondo menor e infraespinal), pela cápsula articular, tendões e seus ligamentos. Visto que a maior parte das atividades de vida diária dos indivíduos exige movimentos realizados com o membro superior, logo o ombro também torna-se mais propenso a lesões. (CARDINOT, 2020; FERREIRA, 2021)

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Síndrome do ombro doloroso

Patologias que comprometem as estruturas do ombro como fraqueza ou contraturas musculares, tendinopatias, luxação, capsulites, síndrome do impacto e desgaste articular, bem como estresses mecânicos tais como movimentos repetitivos, prática de esportes e determinadas atividades de trabalho são fatores que podem provocar a síndrome dolorosa prejudicando a funcionalidade do ombro. (CARDINOT, 2020; PIMENTEL, 2019)

Os principais sintomas são a dor ao realizar movimentos de elevação do braço acima da cabeça, dor ao se deitar sobre o ombro e limitação funcional da articulação. A dor pode muitas vezes irradiar para outras estruturas da parte superior do corpo, como o tórax, braços e costas, confundindo o paciente a respeito da origem do problema (CARDINOT, 2020). O diagnóstico é clínico, no exame físico o paciente pode apresentar dor à palpação da articulação glenoumeral e ao realizar testes específicos, como o teste de Jobe e sinal de Neer. (CARDINOT, 2020; PIMENTEL, 2019; ARAÚJO, 2021)

O tratamento inicialmente é conservador e, a depender da evolução do paciente a intervenção cirúrgica pode ser indicada. O objetivo do tratamento de forma geral é amenizar as dores, diminuir o quadro inflamatório, melhorar a mobilidade, força e reintegrar a funcionalidade do ombro do indivíduo. Diversas técnicas podem ser utilizadas para o tratamento dos pacientes, sendo que a escolha delas irá depender da patologia inicial responsável pela síndrome e da fase em que ela se encontra. (ARAÚJO, 2021)

O uso do TENS, crioterapia e tração são técnicas indicadas na fase inicial do tratamento para alivio da dor e compressão articular. Após a diminuição do quadro álgico e inflamação, exercícios que trabalhem a flexibilidade e força das musculaturas do ombro e escápula devem ser aplicados para que a estabilidade da articulação seja feita de forma adequada. É de extrema importância o acompanhamento fisioterapêutico para que os exercícios sejam feitos de forma adequada e sem risco de causar novas lesões e consequentemente mais dores e incapacidade funcional. (CARDINOT, 2020; ARAÚJO, 2021)

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REFERENCIAS

CARDINOT, TM. ALMEIDA, JS. Anatomia e cinesiologia do complexo articular do ombro. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 10, Vol. 16, pp. 05-33. Outubro de 2020.

FERREIRA, CD. Ombro doloroso: saúde mental, funcionalidade e dor. Trabalho de Mestrado. Universidade Beira Interior, Maio de 2021.

ARAÚJO, RC; SOUZA, LS. Efetividade das técnicas fisioterapêuticas no tratamento do ombro doloroso em pacientes hemiplégicos/paréticos pós acidente vascular encefálico. Revista Brasileira de Reabilitação e Atividade Física, v.10, n.2, p. 62-75, dez. 2021.

PIMENTEL, JA; ROCHA, IC; CUNHA, CO; DIAS, LG; SOUZA, TNC; CASA JUNIOR, AJ. Efeitos do conceito mulligan na dor e incapacidade em pessoas com síndrome do ombro doloroso. v. 3 n. 1 (2019): Anais do III Congresso Brasileiro e II Congresso Internacional da Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato-Ortopédica – ABRAFITO 

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