Do sangue à transfusão: o ciclo | Colunista

O sangue, na história da humanidade, sempre teve um conceito muito forte de vida, e não é à toa que, depois de tanto tempo depois ele ainda é muito utilizado para esse propósito. As transfusões sanguíneas vêm se tornando cada vez mais importantes para muitos tratamentos de doenças, e claro melhorando a vida de muitas pessoas.

“Ah, é só um pouco de sangue! ”

O processo de um componente sanguíneo pode até parecer simples para muitos, mas não é bem assim! Essa “simples” bolsa mobiliza uma verdadeira força tarefa de uma estrutura bem complexa, que é cíclica, e chamamos de ciclo do sangue. Ele vai desde a captação de doadores, do esforço para que se tenham doadores e bons níveis de doação, até o ato da transmissão em si, em que uma pessoa que necessita, recebe.

O sangue é um dos tecidos especiais do nosso corpo, é diferente dos outros que são usados em transplante, ele pode ser coletado e separado em seus componentes. Cada um deles forma o que chamamos de produtos hemoterápicos, que vão ser selecionados e transfundidos em algum momento.

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Mas, o que acontece realmente?

Numa doação voluntária e espontânea, a primeira etapa de captação, se busca sensibilizar e atrair candidatos para a doação de sangue. É uma fase muito importante! Porque sem pessoas para doar, não teremos sangue, e o ciclo não se completa.

Depois disso, na seleção de doadores, fazemos o cadastro e a triagem clínica. Aqui, é um processo para escolher quem está apto ou não para doação. 

Na coleta, é o processo em si da retirada do sangue do doador numa bolsa plástica estéril e descartável, podendo ser de forma integral, onde se coleta a unidade de sangue total, ou de hemocomponentes, por meio de aférese.

Depois que o sangue é colhido, é feito o fracionamento, que depois de centrifugado, o sangue é separado em seus hemocomponentes: concentrado de hemácias (CH), concentrado de plaquetas (CP), plasma fresco (PF) e crioprecipitado (CRIO).

Após fracionado, esse sangue colhido vai para uma análise sorológica e imuno-hematológica no laboratório, para que se verifique os componentes são viáveis para doação.

No armazenamento, o objetivo é manter os elementos em boas condições de preservação, conforme cada especificidade.

A transfusão é o ato da aplicação, por um profissional habilitado, de unidade de sangue e de hemocomponentes, por via endovenosa e tendo finalidade terapêutica, que já foram compatibilizados com amostras do paciente.

Além disso, ainda podemos contar com a Hemovigilância, um sistema para avaliação e alerta para garantir a segurança dos produtos sanguíneos a partir da sua fonte, do doador, e sua correta utilização para seu destinatário. Ela recolhe e avalia informações sobre os efeitos indesejáveis e/ou inesperados da utilização dos hemocomponentes, a fim de prevenir o aparecimento desses efeitos, garantindo uma segurança transfusional.

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Assim, os serviços de hemoterapia fazem parte de uma importante estrutura de tratamento em saúde, onde o ciclo do sangue está inserido e por isso, necessita de cuidados especiais. Essa atividade lida com alto grau de risco e exige maior atenção com segurança para quem está incluído, também possuindo uma série de normas e regulamentos. 

Não podemos esquecer que boas práticas em todas as etapas realizadas são necessárias, além de profissionais capacitados e uma constante conscientização da população para que esse ciclo não pare.

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Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. Guia para o uso de hemocomponentes. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 140 p.

Junqueira PC. O essencial da transfusão de sangue. São Paulo: Organização Andrei Editora; 1979.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual técnico de hemovigilância. Brasília: Ministério da Saúde; 2004. 40 p.

Por Sanar

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