CCIH: enfermagem frente aos modelos de cuidados mais seguros | Colunista

Você sabia que a resistência microbiana tem aumentado nos hospitais, devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos?!

Por isso habilitar profissionais da CCIH para o uso racional de antimicrobianos; capacitar os profissionais de CCIH para antibioticoprofilaxia, desenvolver e implementar sistema de informação com módulo de avaliação do consumo e controle de antimicrobianos é extremamente essencial e relevante!!

Depois desse “spoiler” ficou mais fácil compreender a amplitude e relevância da nossa temática, não é?! Vamos debater um pouco sobre os mitos e verdades que cercam esse contexto.

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CCIH, quem são? E o que fazem?!

A Portaria Nº 2.616/98 do Ministério da Saúde define a CCIH como uma comissão formada por técnicos de nível superior, que tem como função criar e cumprir o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH). Os profissionais de saúde que atuam nesses serviços são responsáveis por promover ações de prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, além de monitorar esses agravos e definir medidas de controle.

 A CCIH deve contar com membros executores e consultores das seguintes categorias:

  • Serviço médico,
  • Serviço de enfermagem,
  • Serviço de farmácia,
  • Laboratório de microbiologia,
  • Administração.

Mas afinal, o que é infecção hospitalar?!

O Ministério da Saúde do Brasil conceitua Infecção Hospitalar (IH) como aquela adquirida após admissão do paciente e que se manifesta durante a internação ou após a alta; quando pode ser relacionada à internação ou a procedimentos hospitalares. No recém-nascido as infecções adquiridas são hospitalares, exceto as transmitidas por via transplacentária e associadas à bolsa rota superior a 24 horas.

Vale lembrar que desde 2004, o termo (IH) vem sendo substituído, através da ANVISA, pelo termo Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Essa denominação expande o leque de intervenções preventivas, visto que a prestação do cuidado não se restringem ao ambiente hospitalar. Concordo plenamente! E vocês?

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Uma breve retrô!

A infecção surge nos hospitais desde os séculos passados, como uma consequência das precárias condições em que as pessoas eram dispostas neste ambiente, os quais não dispunham de nenhum modo de sistematização assistencial que evitasse os contágios, favorecendo a disseminação de doenças, principalmente as de caráter infeccioso.

E falando em passado & sistematização & saúde, não poderia faltar ela, nossa precursora da Enfermagem, Florence Nightingale!! Que no final do Séc. XIX,na Inglaterra, representou significativa importância histórica com sua contribuição na (re)organização dos hospitais e, consequentemente, na implantação de medidas para o controle das infecções hospitalares, instituindo medidas de organização, sistematização do atendimento e treinamento de pessoal que colaboraram para a redução das taxas de mortalidade hospitalar da época. (Maravilhosa é ela!!)

Voltando a CCIH

Lembra que ela tem a função criar e cumprir o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH)? Pois é, esse programa visa prevenir e minimizar agravos infecciosos, por meio de ações sistematizadas. O PCIH preconiza inúmeras intervenções, tais como:

  • Implantação de um sistema interno de prevenção epidemiológica,
  • Notificação e controle estatístico de casos suspeitos e confirmados,
  • Controle do uso racional de antibióticos e germicidas,
  • Educação continuada dos profissionais próprios da instituição,
  • Monitoramento do serviço de limpeza e desinfecção,
  • Controle de pragas, vetores e qualidade da água,
  • Dentre outras ações.

Notamos então que o controle das IRAS resulta de um esforço conjunto e da adoção de medidas, as quais estão relacionadas ao conhecimento e às mudanças de comportamento dos profissionais, frente à evolução da epidemiologia hospitalar e das constantes mudanças originadas por ela.

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Os Indicadores

De acordo com a Portaria 2616 de 1998, temos a Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares como a observação ativa, sistemática e contínua de sua ocorrência e distribuição entre pacientes, com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle. Os principais indicadores da CCIH são:

  • Densidade de incidência de Infecção Primária de Corrente Sanguínea relacionado ao cateter venoso central
  • Densidade de incidência de Pneumonia associada à ventilação mecânica
  • Densidade de incidência de Infecção do trato urinário relacionado a sondagem vesical
  • Taxa de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) relacionadas ao procedimento cirúrgico sob avaliação, no período.
  • Taxa de adesão à higienização das mãos
  • Entre outros

O Papel da Enfermagem no Controle das IRAS

A enfermagem dentro da CCIH tem um papel muito importante, pois é ela que busca de forma ativa as informações importantes sobre infecções dentro da unidade de saúde, como também desempenha o papel de educação continuada. Embora recaia sobre os enfermeiros uma grande responsabilidade na prevenção e controle das infecções, suas ações são dependentes e relacionadas. Então vamos relembrar aos coleguinhas que as boas práticas assistenciais decorrem da integração de todos os setores. (Okay?!)

Pra fechar com chave de ouro

Podemos considerar as IRAS um evento histórico, social e não apenas biológico, o qual demanda de investimentos científicos, tecnológicos e humanos para a incorporação de medidas de prevenção e controle, sem perder de vista a qualidade e segurança da assistência e cuidado prestado.

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Referências

Couto RC,Pedroso ERP, Pedrosa TMG. História do Controle da Infecção Hospitalar no Brasil e no Mundo. In: Couto RC, Pedrosa TMG, Nogueira JM. Infecção Hospitalar e outras Complicações Não-infecciosas da Doença. 3. Ed. Rio de Janeiro: Medsi; 2003

Fernandes AT Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde. São Paulo: Atheneu; 2000.

PADOVEZE, M. C.; FORTALEZA, C. M. C. B. Healthcare-associated infections: challenges to public health in Brazil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 48, n. 6, out. 2014. doi: 10.1590/S0034- 8910.2014048004825.

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