Avaliação bioquímica na Nutrição: saiba mais

Avaliação bioquímica na Nutrição
Avaliação bioquímica na Nutrição

O nutricionista exerce um papel importante na saúde dos indivíduos. E, para isso, lança mão de diferentes recursos. Um deles é a avaliação bioquímica, que permite ao profissional ter uma visão mais geral das condições do paciente. Isso, claro, é fundamental para um atendimento mais personalizado, alinhado às especificidades e demandas de cada um. 

Quer saber mais sobre o tema? A seguir, vamos falar sobre a avaliação bioquímica no contexto da Nutrição, a partir de conceitos que todos da área devem dominar. 

Vale frisar que a  avaliação bioquímica pode ser definida como a investigação realizada por meio de amostra sanguínea para detecção de doenças associadas a carências e/ou excesso de determinados nutrientes e outras substâncias presentes no sangue.

Como veremos a seguir, a avaliação feita por nutricionista precisa seguir algumas premissas.

Acompanhe!

Este conteúdo é resumo do capítulo Avaliação Bioquímica, do livro  Sanar Note Nutrição.

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Solicitação de exames pelo nutricionista

A realização da avaliação nutricional pode ser feita a partir de métodos diretos e métodos indiretos. Os métodos diretos são aqueles que contemplam as manifestações biológicas do organismo humano, por meio de análises antropométricas, bioquímicas e clínicas. E é aí que entra a avaliação bioquímica e, com ela, a solicitação de exames!

Sim. Os exames fazem parte da rotina das consultas nutricionais. Eles são importantes para trazer  informações sobre o estado nutricional do paciente. É preciso, no entanto, agir conforme a legislação.

A solicitação de exames bioquímicos pelo nutricionista é respaldada por estas leis: 

 • Lei Federal nº 8.234, de 17 de setembro de 19911 , artigo 4º, parágrafo VIII: “É atribuído ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários ao acompanhamento dietético.” 

• Resolução CFN nº 306, de 24 de março de 20032, artigo 1º: “Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do cliente/paciente.” 

• Resolução CFN nº 417, de 18 de março de 20083, estabelece a Avaliação de Parâmetros Bioquímicos (solicitação e/ou avaliação de exames laboratoriais complementares necessários à atenção dietética e nutricional) como um dos procedimentos nutricionais para atuação do nutricionista.


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Exames que podem ser solicitados pelo nutricionista

É importante destacar que o diagnóstico de doenças deve ser feito por um médico. Os exames solicitados por nutricionistas devem ser limitados à monitorização dietoterápica e diagnósticos nutricionais.

Se o profissional de Nutrição encontrar alguma alteração nos exames, será preciso recomendar ao paciente que procure um médico especialista. 

A seguir, exames que o nutricionista pode solicitar no exercício da sua profissão:

Exames laboratoriais utilizados em avaliação nutricional Hemograma completo; Proteínas totais; Proteína ligadora de retinol; Índice de creatinina-altura (ICA)
Exames bioquímicos para avaliação e acompanhamento de doenças cardiovascularesTriglicérides; Colesterol total; Lipoproteína de alta densidade (HDL); Lipoproteína de baixa densidade (LDL); Lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL)
Exames utilizados para acompanhamento de doenças endócrinasGlicemia; Teste oral de tolerância à glicose; Insulina; Peptídeo C; Hemoglobina glicada
Exames para avaliação da tireoideTiroxina (total e livre); Triiodotironina; Globulina ligadora de tiroxina (TGB); Hormônio estimulador da tireoide (TSH)
Exames utilizados para acompanhamento de doenças renaisGasometria; Ureia; Creatinina; Sódio; Cálcio (total e iônico); Potássio sérico; Fósforo sérico; Magnésio sérico; Ácido úrico; Oxalato; Citrato; Proteína
Exames laboratoriais para acompanhamento de doenças hepáticasAlanina aminotransferase (ALT) ou transaminase glutâmico-pirúvica (TGP); Aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico-oxalacética (TGO); Gama glutamil transferase (GGT); Bilirrubina
Exames laboratoriais para acompanhamento de anemiaFerro; Transferrina; Ferritina; Capacidade total de ligação do ferro.
Acompanhamento laboratorial de carências específicas advindas de cirurgia bariátricaVitamina B12; Ácido fólico; Cálcio total; Ferro; Zinco; Sódio; Fósforo; Selênio; Cloro; Vitamina A; Vitamina C; Vitamina E; Vitamina K; Vitamina D3.
Exames autorizados pelo nutricionista

Formulário de solicitação de exames na Nutrição

Ao fazer a solicitação de exame durante a consulta,  é recomendado que o nutricionista insira no documento estas informações: 

1. Nome do paciente; 

2. Idade; 

3. “Solicito:” ou “Solicitação de Exames:”; 

4. Material (sangue, plasma, urina, fezes…); 

5. Nomes dos exames solicitados; 

6. Data; 

7. Carimbo e assinatura do profissional solicitante (com número de inscrição no Conselho Regional de Nutricionistas – CRN e respectiva jurisdição); 

8. Se houver mais de um tipo de material, repita os itens 4 e 5


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Avaliação Bioquímica por ciclo de vida 

Um idoso tem demandas diferentes de uma gestante. O mesmo vale quando comparamos crianças e adultos. Por isso, vale lembrar que a avaliação bioquímica muda a depender do ciclo de vida do paciente.

A seguir, um pouco mais sobre isso:

Gestante

Em uma gestante, por exemplo, há aspectos específicos que precisam ser avaliados, como a possibilidade de:

  • anemia gestacional
  • diabetes mellitus gestacional
  • hipertensão gestacional 

Este último ponto, inclusive, é fundamental para avaliar o risco de eclâmpsia e pré-eclâmpsia (com ou sem sinais de gravidade), que é um dos problemas mais comuns durante a gestação. 

A pré-eclâmpisa é assim avaliada:

PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg, ou ambas, em geral após 20 semanas de gestação e frequentemente com proteinúria.

Na ausência de proteinúria, pode-se considerar o diagnóstico quando houver sinais de gravidade: trombocitopenia (< 100.000.109/l), creatinina > 1,1 mg/dl ou 2x creatinina basal, elevação de 2x das transaminases hepáticas, EAP (edema agudo de pulmão), dor abdominal, sintomas visuais ou cefaleia, convulsões, sem outros diagnósticos alternativos.

Paciente pediátrico 

Nesses casos, a  interpretação dos resultados dos exames bioquímicos deve associar-se à condição clínica e nutricional do paciente. Também devem ser avaliadas as respostas inflamatórias e o equilíbrio hídrico da criança.

É recomendado observar:

  • glicemia, para avaliação bioquímica para diabetes mellitus;
  • proteínas sérica, como albumina, transferrina, Proteína transportadora de retinol, entre outras; 
  • avaliação do quadro inflamatório, com exames como: Fibrinogênio, Proteína C reativa, Ferritina, entre outros
  • vitaminas e minerais: vitaminas D, B12, Fósforo, Zinco plasmático entre outros;
  • anemia e deficiência de ferro
  • perfil lipídico

Paciente adulto 

Em caso de pacientes adultos, o nutricionista pode avaliar estes aspectos:

  • glicemia
  • perfil lipídico
  • função pancreática
  • função hepática
  • função renal 

Para a avaliação da função renal, por exemplo, recomenda-se medir: ácido úrico sérico, uréia sérica, creatinina.

Em concentrações elevadas em associação a outros parâmetros, esses níveis indicam alterações da função renal. Atenção: eles não devem ser avaliados de forma isolada devido à influência de medicações, desidratação, sepse, queimaduras e traumas.

Lembre-se: se necessário, peça ao paciente para procurar um médico especialista.

Quer se aprofundar no assunto ? Saiba mais sobre valores de referência e como interpretar resultados, bem como outros pontos a respeito da avaliação bioquímica na nutrição no livro que todo nutricionista deve ter:   Sanar Note Nutrição.

Leia também: Planejamento de cardápios: o que o nutricionista precisa saber?

Rótulo nutricional: importância de interpretar corretamente e ensinar a seus pacientes | Colunista


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Por Sanar

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