Gasometria de Pequenos Animais: veja resumo prático

Gasometria de Pequenos Animais

Diversas atividades marcam o dia a dia do médico veterinário. Para os que atuam ou querem atuar na parte clínica, conhecer os exames de rotina é fundamental. Pensando nisso, abordamos neste artigo um tema de grande importância: a gasometria em pequenos animais. Quer saber mais? Acompanhe!

A gasometria é um exame que avalia os gases presentes no sangue, como o oxigênio e  o gás carbônico. Ele nos permite analisar a distribuição desses gases, o pH e o equilíbrio acidobásico, diretamente relacionados à performance pulmonar e metabólica. 

Paralelamente, o médico veterinário pode solicitar outros exames complementares, além da análise de urina e do hemograma, para confirmar ou descartar algum diagnóstico.

A seguir, mais sobre a gasometria em pequenos animais. Este conteúdo, vale destacar, é resumo do livro Sanar Note Medicina Veterinária: Pequenos Animais.

Gasometria: saiba mais sobre o exame

O exame de gasometria veterinária é recomendado quando o animal apresenta, por exemplo,  dificuldade para respirar.  Se ele estiver com falta de ar ou mesmo com uma respiração mais rápida do que o normal, é preciso investigar.  

O exame de gasometria na veterinária tem a função de sinalizar como estão as trocas do dióxido de carbono ou  de oxigênio nos pulmões dos animais. Sendo assim, revela se há algo que não vai bem entre os gases ou ácido-base, sendo importante para mostrar distúrbios renais, metabólicos ou respiratórios. 

Realização da gasometria 

O exame de gasometria pode ser realizado tanto em sangue venoso como em sangue arterial. Mas, a preferência é por  amostras de sangue arterial por causa da maior oxigenação do sangue e pelo fato de não serem modificadas em seus resultados hemogasométricos nos casos de estase do fluxo sanguíneo, em problemas respiratórios primários ou em pacientes mantidos sobre anestesia geral. 

Cuidados para coleta da amostra: o que você precisa saber 

As amostras de sangue venoso são facilmente obtidas.Elas nos permitem avaliar informações de todos os parâmetros, com exceção do O2.

Portanto, elas não são eficazes para avaliar o transporte de O2 e a eficiência das trocas gasosas respiratórias. 

O valor de pH obtido de uma amostra de sangue venoso é um pouco mais  ácido que o do sangue arterial. 

As amostras de sangue arterial, por sua vez, podem ser conseguidas por meio da punção de qualquer artéria. A artéria femoral é a  mais utilizada. 

  • Outras artérias de fácil acesso, são:
  • metatársica dorsal, 
  • auricular,
  • braquial. 

Atenção para estes pontos:

  • o sangue para análise não pode estar coagulado,  uma vez que as plaquetas liberam potássio de coagulação, elevando os valores desse eletrólito no soro.
  • Logo, o uso de anticoagulantes é obrigatório.  A heparina é o mais indicado. 
  • Amostras de sangue coletadas de forma adequada podem ser mantidas no gelo por até 4 horas.

Interpretação da Gasometria

Uma vez feito o exame, é preciso saber interpretar os resultados para o melhor encaminhamento do paciente. 

A seguir, os principais pontos:

• Alcalose: pH > 7,4 

• Acidose: pH < 7,3 

Alcalose respiratória: aumento da eliminação respiratória de CO2, o que pode indicar: 

• Hipoxemia. 

• Hiperventilação Central (doença hepática, sepse, progesterona, salicilatose, exercícios, dor, medo, ansiedade, calor intenso). 

• Pneumonia.

 • Tromboembolismo pulmonar.

 • Edema pulmonar. 

• Insuficiência cardíaca congestiva. 

Acidose respiratória: prejuízo na eliminação respiratória de CO2.

 • Doença pulmonar intrínseca (asma, pneumonia, edema pulmonar, pneumotórax, tromboembolismo). 

• Efusão pleural. 

• Traumas torácicos, pneumotórax. 

• Hérnia diafragmática

• Anestesia – Induzida por fármacos (opióides, barbitúricos, anestésicos inalatórios). 

Alcalose metabólica: elevação no nível plasmático de HCO3.

 • Vômitos; lavagem gástrica. 

• Uso em excesso de diuréticos. 

• Uso excessivo de bicarbonato. 

• Hiperadrenocorticismo. 

• Hipoalbuminemia.

 • Antibióticos – ampicilina, carbenicilina, penicilina.

 Acidose metabólica: diminuição no nível plasmático de HCO3. 

• Convém calcular o ânion – Gap que é a diferença entre os cátions (sódio) e os ânios (bicarbonato de Cloro) presentes no plasma sanguíneo e não mensurados.

Para isso, use a fórmula: Ânion – Gap – Na – (Cl + HCO3)

Valores de referência:

  • Ânion-Gap normal para cães (8-25 mEq/L). 
  • Ânion-Gap normal para gatos (10-27 mEq/L). 
  • Ânion-Gap aumentado (>25).
  • Ânion-Gap aumentado para gatos (>27).

Os resultados, claro, devem ser avaliados juntamente com a avaliação física do animal feita pelo médico veterinário.

Valores de referência da Gasometria

Para interpretar os resultados, é fundamental conhecer os valores de referência. A seguir, alguns dos mais demandados:

Parâmetros CaninoFelino
pH sanguíneo7,31 a 7,42 7,24 a 7,40
pO2 (mmHg) 90 a 10090 a 100
pCO2 (mmHg)33,539,9
tCO2 (mmol/L)23,517 a 24
Valores de referência gasometria

Quer conferir os outros valores de referência e saber mais sobre o tema? Acesse o livro Sanar Note Medicina Veterinária: Pequenos Animais para este e outros assuntos da especialidade!

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