Interferentes pré-analíticos em exames laboratoriais | Colunista

Que os exames laboratoriais são de importância ímpar em diagnósticos e acompanhamento clínico, a gente sabe! Mas, há muitos interferentes que podem atrapalhar nos resultados, hein!

Cerca de 70% das decisões dos médicos derivam dos exames (e claro), por essa confiança grande que esses e outros profissionais têm, a análise dos mais diversos materiais biológicos exigem um rigor técnico para que se tenha a seguridade paciente. 

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De uma forma bem clássica, a análise laboratorial se divide nas seguintes etapas:

  • Fase pré-analítica: tem início desde a solicitação da análise, perpassando pela orientação ao paciente, preparação e o ato da coleta da amostra, o transporte até o laboratório clínico e seu cadastramento;
  • Fase analítica: são as operações necessárias para realização das análises propriamente ditas por determinado método;
  • Fase pós-analítica: aqui se tem a obtenção dos resultados e envolve a validação e a emissão dos laudos.

Todas essas fases merecem uma boa atenção (bem óbvio), entretanto, a que é mais responsável por erros que podem vir a interferir nos resultados dos exames é a chamada fase pré-analítica, também se levando em conta que, o laboratório tem limitado controle sobre as condições que estão nessa etapa.

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“Ah, mas eu sigo tudo direitinho! ”

Além de uma boa orientação a fim de que se assegure uma boa realização das fases que vêm a seguir, o paciente deve estar ciente que há uma variação dos resultados que são obtidos a partir de várias variantes. Um hemograma, por exemplo, para um adulto não terá os mesmos valores de referência que o de um recém-nascido. Aqui estão alguns dos principais fatores:

  • Gênero: alguns exames, como os de hormônio, variam de acordo com o sexo do paciente;
  • Faixa etária: principalmente, de acordo com a funcionalidade e maturidade dos sistemas e órgãos, e nisso, por exemplo, nos idosos tem-se uma grande influência, devido a massa muscular, conteúdo hídrico e também lipídico.
  • Jejum: decisivamente, o tempo incorreto de alimentação prévio, altera e (muito) vários parâmetros. (Sendo pouco ou excessivo)
  • Gestação: na vida da mulher, esse período gestacional vários mecanismos mudam o nível de algumas substâncias que estão no seu plasma.
  • Atividade física: (Ué, mas isso não é bom?) O exercício mobiliza água no nosso corpo, o que resulta em um desequilíbrio entre os compartimentos do organismo, e o que é recomendado é que o paciente esteja em condições basais.
  • Dieta: (Não vale exagerar naquela comida gordurosa um dia antes da coleta, não é?) Pessoas com uma dieta que seja rica em proteínas podem apresentar níveis aumentados de ureia e ácido úrico, por exemplo.
  • Medicamentos: o uso de fármacos deve ser relatado previamente, uma vez que alterações provocadas por diferentes classes de medicamentos são observadas nas diversas análises, um bom exemplo: corticoides, quando utilizados, podem elevar a taxa de glicose sérica. Ou por interferência in vivo ou in vitro, pelo seu efeito fisiológico, é um fator que merece uma boa atenção antes de se realizar o exame.

Assim, apesar de o laboratório não poder controlar muitas variáveis na fase antes do processamento das amostras obtidas, uma conversa esclarecedora com o paciente que irá realizar seus exames ainda é uma boa pedida! Tanto do médico solicitante, quanto do próprio estabelecimento laboratorial! Isso tudo voltado para prevenir um descuido ou orientação deficitária, e que os exames realmente demonstrem a situação clínica do indivíduo.

Então, o que você fez antes do exame?

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Referências:

Guimarães AC, Wolfart M, Brisolara MLL, Dani C. O laboratório clínico e os erros pré-analíticos. Rev Hosp das Clínicas Porto Alegre. 2011;31(1):66-72.

Recomendações da sociedade brasileira de patologia clínica/medicina laboratorial (SBPC/ML) : fatores pré-analíticos e interferentes em ensaios laboratoriais / Adagmar Andriolo … [et al.] ; organização Nairo Massakazu Sumita … [et al.] – 1. ed. – Barueri [SP]: Manole, 2018.

Por Sanar

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