NEUROINTENSIVISMO
É a área da Terapia Intensiva hospitalar especializada em cuidar de pacientes neurológicos em estado grave.
AGRESSÕES INTRACRANIANAS
São acúmulos de sangue dentro do cérebro ou entre o cérebro e o crânio. São exemplos: HIC (hipertensão intracraniana, lesão expansiva, edema, hidrocefalia, infecções, crises epiléticas ou lesões causadas por substâncias histotóxicas.
MENINGES
São membranas de tecido conjuntivo que recobrem o encéfalo protegendo-o de agressões mecânicas e regulando a pressão intracraniana. Se dividem em três, são elas: Dura-máter: camada fibrosa externa espessa e resistente; aracnoide: camada fina intermediária e a pia-máter: delicada camada interna vascularizada.
ESPAÇO ENTRE AS CAMADAS DO CÉREBRO
O Espaço Epidural localiza-se entre a dura máter o crânio. O sangramento ocorre a partir da artéria cerebral média. Já o Espaço Subdural localiza-se entre a dura máter a aracnoide. O sangramento ocorre por lesões que ligam as veias.
PRESSÃO INTRACRANIANA
É o termo médico que descreve o aumento da pressão dentro do crânio e ao redor da medula espinhal, que pode não ter uma causa específica, sendo conhecida como idiopática, ou ser causada por traumatismos ou doenças como tumor cerebral, hemorragia intracraniana, infecção no sistema nervoso, AVC ou efeito colateral de alguns remédios.
LÍQUIDO CEREBROSPINAL (LCR)
Também conhecido como Líquor é um líquido transparente de constituição semelhante ao sangue. Seu objetivo é prover nutrientes para o sistema nervoso.
DVE – Derivação Ventricular Externa
Drenagem de LCR
BASEADOS NOS VALORES DA PRESSÃO INTRACRANIANA
PIC menor que 20 mmHg – a cabeceira da cama deve ser elevada a 30º, além disso deve-se ajustar os parâmetros ventilatórios. Sedação só será aplicada se necessário. Nos casos de PIC igual ou maior que 20 mmHg a cabeceira da cama também deve ser elevada a 30º e deve ser feita a drenagem de líquor.
NEUROMONITORIZAÇÃO – RITMOS RESPIRATÓRIOS
▫ Cheyne-Stokes – lesão de diencéfalo
▫ Respiração neurogênica central – lesão de mesencéfalo
▫ Apnéustica – lesão de ponte
▫ Atáxica – lesão de bulbo
▫ Apneia – lesão grave de bulbo / intoxicação por sedação
RESPOSTA MUSCULAR
▫ Decorticação – lesão de cápsula interna, tálamo. É uma posição em que o paciente faz flexão e adução dos braços e mãos; rotação interna de perna e flexão plantar.
▫ Descerebração – lesão cerebral, encefalopatias, coma hipoglicêmico. É uma posição em que o paciente fica com os dentes cerrados, palmas das mãos pronadas, coluna hiperestendida e flexão plantar.
INDICAÇÃO PARA SUPORTE VENTILATÓRIO MECÂNICO
• Ajuda no controle respiratório central suficiente; proteção pérvia de vias aéreas; indicada em casos de ECG < 8; falência respiratória neuromuscular: taquipneia, dispneia ao repouso, uso da musculatura acessória.
ESTRATÉGIA VENTILATÓRIA
Tem o objetivo de melhorar troca gasosa e ventilação, manter sincronia (paciente x VM) e diminuir lesão pulmonar. Obs.: Hipocapnia – vasoconstricção cerebral; Hipercapnia – vasodilatação cerebral.
VENTILALAÇÃO MECÂNICA NOS PACIENTES NEUROLÓGICOS
NÃO utilizar hiperventilação profilática ou prolongada, e manter PaCO2 entre 35-40 mmHg na fase aguda da injúria.
Indicar hiperventilação aguda em casos de herniação cerebral como tratamento de resgate.
Monitorização do CO2 por capnografia. Na ausência desta, chegar PaCO2 em gasometria com maior frequência na fase aguda.
Nos pacientes com AVC isquêmico agudo evitar PaCO2 <35 mmHg por risco de isquemia na área de penumbra.
Matérias relacionadas:
- Laserterapia na fisioterapia
- Fisioterapia em uti neonatal: abordagem, e procedimentos
- O que faz o fisioterapeuta na oncopediatria?
REFERÊNCIAS
Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica, 2013
III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica, 2007