Você sabia que existem 5 níveis de prevenção em Saúde? Além de ser um tema fundamental para o exercício profissional na área, o tema costuma ser recorrente em provas de concursos e residências. Então, já sabe: aproveite para conferir este conteúdo e atualize-se com a gente!
Antes de seguirmos, é importante entender que os níveis de prevenção são definidos como conjunto de ações para manter a qualidade de vida de indivíduos, famílias e comunidades, de modo a evitar o surgimento e o desenvolvimento de doenças.
A prevenção pode ser feita nos períodos pré-patogênese e patogênese. Ou seja: antes do indivíduo adoecer ou após o adoecimento. O conhecimento da história natural da doença favorece o domínio das ações preventivas necessárias.
Não é à toa que dizemos que a prevenção é o melhor remédio ou que prevenir é melhor do que remediar! Por meio da prevenção podemos evitar agravos à saúde da população e promover qualidade de vida.
Níveis de prevenção em Saúde
Inicialmente, foram previstos apenas três níveis iniciais de prevenção à saúde: primário, secundário e terciário.
No entanto, em virtude das modificações ocorridas na sociedade e na concepção de saúde e de doença, foi necessário pensar em outros dois novos níveis de prevenção. Assim surgiram os níveis quaternário e quinquenário.
Quer saber mais? A gente detalha cada um deles a seguir!
Prevenção primária
A prevenção primária é marcada por ações focadas em impedir a ocorrência das doenças antes que elas se desenvolvam no organismo dos pacientes.
Ela subdivide-se em dois níveis: a promoção da saúde e a proteção específica. E, como podemos imaginar, contempla o período pré-patogênico (antes do adoecimento) e ações sobre agentes patógenos e seus vetores.
Esse nível de prevenção, portanto, diz respeito a ações tomadas para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional, antes do desenvolvimento de alguma condição clínica.
Esse nível de atenção é fundamental para a sociedade, uma vez que tem ação preventiva e contribui para evitar o adoecimento da população. Isso, sem dizer da redução dos gastos com tratamentos de doenças.
Os programas de vacinação e imunização de doenças transmissíveis, por exemplo, são exemplos importantes de ações de prevenção primária.
Também fazem parte desse nível de prevenção ações de incentivo à educação alimentar, prática de atividade física e campanhas educativas, por exemplo, contra uso de cigarro ou bebidas alcoólicas.
Prevenção Secundária
A contrário do nível primário, aqui a doença já se manifestou, mas ainda em fase inicial. A prevenção secundária é essencial, uma vez que o diagnóstico precoce é fundamental para o êxito de tratamentos de várias doenças, muitas delas, fatais.
Vale destacar que esse nível também é dividido em dois níveis: Diagnóstico precoce e Limitação da incapacidade.
Portanto, a prevenção secundária tem como foco detectar um problema de saúde em estágio inicial, reduzindo ou prevenindo sua disseminação e efeitos a longo prazo. Um exemplo de ação nesse sentido é o rastreamento para diagnóstico precoce.
Esse nível de prevenção busca identificar e confirmar o diagnóstico e impedir que a enfermidade avance ou tenha seu quadro piorado. Em caso de doenças infecciosas, é fundamental, pois pode reduzir sua disseminação.
O objetivo aqui é promover melhor evolução clínica para pacientes por meio de procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
Prevenção Terciária
Esse nível de atenção é a evolução do nível anterior. Nessa fase, por exemplo, o quadro patológico do paciente já evoluiu e a proposta é reduzir complicações ou agravos no quadro do indivíduo.
As ações que integram esse nível de prevenção se fazem necessárias ações para reduzir os prejuízos funcionais consequentes de um problema agudo ou crônico.
Podemos definir a prevenção terciária, portanto, como o conjunto de ações que objetivam reduzir a incapacidade do paciente, de forma a permitir sua rápida e melhor reintegração na sociedade.
A prevenção terciária é implementada para reduzir em um indivíduo ou em uma população os prejuízos funcionais advindos de um problema agudo ou crônico, a exemplo do diabetes ou do acidente vascular cerebral.
Trata-se, assim, da busca pela reabilitação de pacientes com doenças clinicamente detectáveis.
Vamos aos outros dois níveis de prevenção?
Prevenção Quaternária
Esse nível de prevenção é demandado com quando o paciente já está com a doença em estágio mais avançado. Nesse sentido, podemos definir a prevenção quaternária como sendo o conjunto de ações realizadas com o objetivo de evitar danos relacionados a intervenções médicas e de outros profissionais de saúde.
É o caso, por exemplo, quando o tratamento é considerado pior do que a doença. A proposta aqui é, principalmente, prevenir o que chamamos de hipermedicalização do cuidado, que nada mais é do que o uso excessivo de medicamentos.
Além disso, é objetivo da prevenção quaternária evitar intervenções invasivas desnecessárias, como cirurgias ou exames, assim como fortalecer a política de redução de danos junto ao paciente.
O desafio dos profissionais de saúde nesta fase é promover procedimentos científica e eticamente aceitáveis para melhor qualidade de vida do paciente.
Prevenção Quinquenária
Esse nível de prevenção ganha ainda mais importância após a pandemia da Covid-19 e todo o contexto vivido por profissionais de saúde em virtude da disseminação do vírus.
Esse conceito surgiu recentemente, em 2014, com foco em prevenir o dano no paciente, atuando no médico. Ou seja: é preciso cuidar de quem cuida.
Podemos dizer, então, que a prevenção quinquenária trata de medidas preventivas que visam a melhoria da qualidade dos cuidados prestados ao paciente, mirando no cuidador, de ondem emergem os cuidados.
Um exemplo disso é a prevenção ao Burnout (esgotamento) dos profissionais de saúde. Vale aqui reforçar que o Burnout é o estado de exaustão física e ou psicológica no contexto do trabalho.
Hospitais e prontos-socorros são ambientes tensos por natureza. Mas, o que se viu com a pandemia do novo coronavírus foi um cenário desolador, com médicos e profissionais da linha de frente exaustos – não só pelo excesso de trabalho, quanto pelo medo em relação ao vírus e pelo cenário de incertezas que impactou todos nós.
Esse nível de prevenção é sim um grande avanço para profissionais de saúde. É preciso reconhecer, também, seus benefícios para a qualidade dos serviços prestados à população.