Se você é profissional de saúde e está mirando na aprovação em residência ou concurso público, precisa ficar por dentro dos temas recorrentes em provas. Hoje, vamos falar sobre Saúde Pública e Epidemiologia.
Chegue mais e aproveite para conferir os principais pontos e se destacar no certame.
Para início de conversa, é bom entendermos o que é epidemiologia. Pode haver diferentes formas de explicar o termo, mas as palavras-chave para uma conceituação correta são: determinantes e condicionantes; Processo Saúde-doença; Prevenção e Controle.
Um dos principais objetivos da epidemiologia é a produção de informações para a tomada de decisões no âmbito da saúde pública. A gente fala mais sobre isso a seguir!
Epidemiologia e saúde pública
A epidemiologia alia métodos e técnicas de três áreas de conhecimento: Estatística, Ciências Biológicas e Ciências Sociais. Trata-se de uma área ampla, que tem estes objetivos, entre outros:
- apresentar a descrição das condições de saúde da população;
- investigar fatores determinantes da situação de saúde;
- avaliar o impacto das ações para alterar a situação de saúde.
Deu para perceber a importância da epidemiologia para o planejamento das ações de saúde, não é mesmo?
Isso fica mais evidente quando lembramos que a Lei 8.080/90 traz como princípio do SUS a utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática.
A partir desse entendimento, fica simples compreender que uma das utilidades da epidemiologia é avaliar o quanto os serviços de saúde alinham-se a problemas e necessidades das populações.
A seguir, vamos entender um pouco mais sobre esse universo a partir de pontos fundamentais da área.
Epidemiologia Analítica
Você já ouviu falar nesse termo?
A epidemiologia analítica investiga uma hipótese específica sobre a relação causa e efeito. Ela acontece a partir da epidemiologia descritiva.
Ou seja, com base nas informações recolhidas no estudo descritivo procura-se formular e investigar hipóteses para explicar um fenômeno e os fatores que contribuem para sua causa.
Epidemiologia Descritiva
A epidemiologia descritiva examina como a incidência (novos casos) ou a prevalência (casos existentes) de uma doença ou condição relacionada à saúde varia de acordo com determinadas características.
Ela pode fazer uso de dados secundários (dados pré-existentes de mortalidade e hospitalizações, por exemplo) e primários (dados coletados para o desenvolvimento do estudo).
Entre as características que são levadas pela epidemiologia descritiva, estão: sexo, idade, escolaridade e renda.
Estudos Epidemiológicos
Os estudos epidemiológicos têm o objetivo de reduzir as incertezas na decisão clínica. Eles incluem vigilância, observação, pesquisa analítica e experimento.
É importante saber que eles podem ser classificados como observacionais ou experimentais.
Os estudos observacionais contemplam: estudos descritivos; estudos analíticos; ecológico transversal casos e controles coorte.
Os experimentais, por sua vez, abarcam: ensaio clínico randomizado controlado; ensaio clínico randomizado controlado com grupos (clusters); ensaios de campo e ensaios comunitários.
Vigilância em Saúde
A vigilância relaciona-se às práticas de atenção e promoção da saúde da população e aos mecanismos adotados para prevenir doenças.
Ela abraça temas diversos como política e planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde-doença, condições de vida e situação de saúde das populações, ambiente e saúde e processo de trabalho.
A vigilância se divide em: epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde do trabalhador.
Ah, é bom lembrar que ela deve estar inserida em todos os níveis de atenção à saúde, diariamente.
Biossegurança
As normas de biossegurança são para evitar riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.
Essas normas são cada vez mais importantes por estarem alinhadas ao conceito ampliado de saúde, que considera os determinantes e condicionantes no processo saúde–doença dos indivíduos.
Direitos dos Usuários
Tratamento adequado, direito à informação e corresponsabilidade são alguns dos direitos dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Neste contexto, vale destacar que a carta de Direitos dos usuários do SUS , divulgada pela Portaria nº 1.820 de 2009, traz princípios como:
- todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde;
- todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema;
- todo cidadão tem direito a um atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação.
Segurança do paciente
E por falar em direito dos usuários, vamos destacar aqui um que é essencial: a segurança. É importante conhecer, por exemplo, o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que teve sua Portaria consolidada em 2017.
Seus quatro eixos são:
- o estímulo de uma prática assistencial segura;
- o envolvimento do cidadão em sua segurança;
- a inclusão do tema no ensino;
- o incremento de pesquisa sobre o tema.
Determinantes sociais em Saúde (DDS)
Os DSS geralmente dizem respeito a situações que fogem do controle do indivíduo, tais como ausência de políticas de saúde ou a má implementação delas.
São levados em conta fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais, psicológicos, comportamentais.
É bom lembrar: o artigo 3º da Lei 8.080/90, uma das principais referência para os Determinantes Sociais no Brasil, explica que os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do país, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros: a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
Indicadores de Saúde
Tão importantes quanto os determinantes, são os indicadores de saúde.Eles são imprescindíveis para o planejamento de ações em todos os níveis de gestão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divide os indicadores de saúde em cinco grandes grupos:
- indicadores de política de saúde;
- indicadores socioeconômicos;
- indicadores de provisão de serviços de saúde;
- indicadores de provisão/cobertura de serviços de atenção básica de saúde; indicadores básicos de saúde.
Por sua vez, a Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), fala de seis grandes grupos:
- demográficos;
- socioeconômicos;
- mortalidade;
- morbidade e fatores de risco;
- recursos;
- cobertura.
Doenças Transmissíveis
A Organização Panamericana da Saúde (2010) traz um conceito bem claro sobre esse termo: qualquer doença causada por um agente infeccioso específico ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, de um reservatório a um hospedeiro suscetível, seja diretamente de uma pessoa ou animal infectado, ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal.
Atenção: alguns exemplos de doenças transmissíveis frequentes em provas:
- difteria;
- coqueluche;
- poliomielite;
- rubéola;
- tétano;
- sarampo;
- raiva humana;
- hanseníase;
- malária;
- tuberculose.
Você sabia? Há doenças transmissíveis por vetor e outras por água, chamadas de doença de veiculação hídrica ( a cólera é uma delas).
Quer saber mais sobre esses temas e ainda tirar suas dúvidas a respeito de temas como: notificação compulsória, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e imunização?
Saiba que esta matéria é um resumo do capítulo “Saúde Pública e a Epidemiologia” presente no livro ‘Saúde Pública em Mapas Mentais‘ uma das estrelas dos nossos Combos da campanha “Volta às Aulas do Seu Jeito!“.
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