A enfermagem na construção do cuidado seguro e na qualidade da assistência | Colunista

O termo segurança do paciente, é bastante utilizado na saúde, entretanto poucos sabem que a enfermagem está envolvida nesse processo como promotora de ações de segurança por meio de suas práticas de cuidado.

Vamos refletir um pouco sobre a contribuição da enfermagem nesse contexto?!Esse tema é de extrema importância e impacta diretamente na construção do cuidado seguro e na qualidade da assistência. #Sigammeosbons!!

O que é “Segurança do paciente” ?!

É o ato de evitar, prevenir ou melhorar os resultados adversos ou as lesões oriundas do processo de atendimento médico-hospitalar.  A segurança é um importante aspecto da qualidade de serviço/assistência. A segurança do paciente é uma das metas essenciais almejadas pelas instituições de saúde que visam assegurar uma assistência de qualidade, livre de erros e eventos adversos.

 Embora possa parecer um tema contemporâneo, aparece desde o século 19, em Notas sobre Hospitais; A segunda obra de Florence Nightingale destaca pela objetividade de reivindicar condições adequadas à posição das enfermeiras nos cenários hospitalares.

Em um passado não tão distante…

Segundo Oliveira (2014) “Em 1999, após a publicação do relatório To Err is Human: building a safer health system pelo Institute of Medicine dos Estados Unidos, que apontou que de 33,6 milhões de internações, 44.000 a 98.000 pacientes morriam a cada ano em consequência de eventos adversos, em sua maioria, evitáveis”. A partir desse relatório, em 2004, a OMS lançou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, despertando os países membros, incluindo o Brasil, para o compromisso de desenvolver políticas públicas e práticas voltadas para a segurança do paciente.

Em 2005, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), criou a Rede Internacional de Enfermagem e Segurança do Paciente, objetivando traçar prioridades e tendências na área da Segurança do Paciente.

A fim de oportunizar discussões e atualizações, incentivar pesquisas e melhorar a visibilidade com a divulgação de novos métodos e experiências. A Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente – REBRAENSP – surgiu em maio de 2008, através da OPAS.

Com o objetivo de contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do país, tanto públicos como privados. O Brasil implementou diversos programas e políticas como a Qualidade da Gestão e Assistência Hospitalar, a Política Nacional de Humanização (PNH), a Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).

Ações de melhorias proposta pelo Ministério da Saúde:

  • Identificar corretamente o paciente;
  • Melhorar a comunicação efetiva;
  • Incentivar a higienização das mãos;
  • Prevenir, controlar e notificar eventos adversos;
  • Reduzir o risco de lesões ao paciente decorrente de quedas;
  • Assegurar cirurgias com local de intervenção, procedimentos e pacientes corretos;
  • Administração com segurança de medicamentos, principalmente os de alto-risco, sangue e hemocomponentes;
  • Reduzir o risco de infecções associadas ao cuidado da saúde;
  • Estimular a participação do paciente na assistência prestada e ações de prevenção de quedas e úlceras por pressão.

Todas essas iniciativas culminaram com a elaboração do Programa Nacional de Segurança do Paciente, em 2013, com os objetivos de envolver os pacientes e familiares nas ações de segurança do paciente, bem como ampliar o acesso da sociedade às informações relativas à segurança do paciente.

Desafios e barreiras na qualidade do cuidado

A segurança do paciente representa um dos maiores desafios para a excelência da qualidade no serviço de saúde. As condições de trabalho são fatores que comprometem a qualidade do cuidado. A escassez de protocolos, variabilidade clínica, ausência de liderança e inadequação de proporção de profissionais também corroboram negativamente nesse contexto.

As condições atuais das instituições hospitalares brasileiras são críticas, principalmente das públicas, as quais apresentam financiamento insuficiente para arcar com as despesas de recursos humanos, bem como materiais e insumos.

O número adequado de profissionais é indispensável para o cuidado seguro, possibilitando não somente menor risco aos pacientes como também menor incidência de agravos à saúde dos trabalhadores. Por esses e outros motivos, a tão almejada aprovação do PL 2564/2020 será essencial não somente na valorização da categoria, mas sobretudo na qualidade e segurança da assistência prestada.

Enfermagem como promotora de ações de segurança

A prática da enfermagem deve estar centrada no cuidado, respaldada por conhecimento técnico científico, bem como no diálogo e em relações interpessoais satisfatórias. Embasada em habilidades e atitudes que visem promover um ambiente seguro. Associando desse modo, a qualidade à segurança.

Então, como promover as ações de segurança?! por meio de suas práticas de cuidado, além de buscar estratégias sólidas para evitar a ocorrência dos eventos adversos, deve-se torná-los visíveis se ocorrerem e minimizar seus efeitos com intervenções eficazes.

As ocorrências de eventos adversos trazem impactos negativos, não somente para o paciente, como para a família, concordamos com isso, certo? pois causa danos não intencionais e, em sua maioria, evitáveis, decorrentes do cuidado prestado pelos profissionais de saúde. Com isso, vale lembrar que é dever dos profissionais de saúde proporcionar uma assistência de qualidade, eficiente, eficaz e segura ao paciente, promovendo uma cultura de segurança.

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Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente/Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 40 p. : il. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf. Acesso em: 10/12/2021

Capucho HC, Cassiani SHB. Necessidade de implantar programa nacional de segurança do paciente no Brasil. Rev. Saude Publica, 2013,

Oliveira RM , Leitão IMTA , Silva LMS, Figueiredo SV, Sampaio RL, Gondim MM. Estratégias para promover segurança do paciente: da identificação dos riscos às práticas baseadas em evidências. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, Jan./Mar., 2014.

Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente Estratégias para a segurança do paciente : manual para profissionais da saúde/Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2013.

Por Sanar

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