Uma molécula inédita pode contribuir para o tratamento de pacientes oncológicos. O achado foi encontrado por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais. A seguir, vamos falar mais sobre essa molécula que pode combater o câncer.
De acordo com os cientistas, essa molécula localiza-se em um complexo do elemento cobre. Sabe-se também que: ela funciona de forma seletiva contra as temidas células cancerígenas, tem capacidade de divisão do DNA e conta com propriedades capazes de provocar morte celular no tumor.
Isso quer dizer que a molécula tende a atacar mais as partes tumorais do que as partes saudáveis. Sendo assim, teria a capacidade de diminuir os incômodos efeitos colaterais comuns durante o tratamento do câncer. Além disso, acredita-se que ela aumentaria as chances de cura do paciente.
Outro ponto importante é que o complexo de cobre mostrou ser capaz de induzir a produção de um outro tipo de molécula – as chamadas espécies reativas de oxigênio que, por sua vez, são altamente reativas e podem transformar as demais moléculas.
Isso é significativo ao passo que os pesquisadores perceberam que as espécies reativas de oxigênio conseguiram atingir as células tumorais, danificando seu DNA.
Os prejuízos foram severos e as células cancerosas entraram em um processo de morte celular programada.
Os resultados foram alcançados a partir de testes em células tumorais de humanos e camundongos, em cultura.
Essa descoberta foi divulgada no Scentific Report, importante e reconhecido periódico do grupo Nature.
Próxima etapa
Para que os estudos possam avançar, está tendo início em breve a segunda fase da pesquisa. Nessa etapa, vale destacar que será testada o que se chama de “drug delivery” – que nada mais é do que inserir a molécula de cobre em nanocápsulas.
Isso faz com que peptídeos ou anticorpos sejam colocados na superfície para serem reconhecidos os padrões moleculares. Desta forma, o foco do ataque durante o tratamento será nas células cancerígenas.
Vale dizer que, se bem-sucedida, esta etapa pode durar cerca de dois anos, conforme pontuaram os cientistas envolvidos com a pesquisa.
O cobre e a quimioterapia
Sabe-se que a quimioterapia é uma das formas mais comuns para o tratamento de diversos tipos de câncer. Os medicamentos, por sua vez, geralmente contêm metais, a exemplo da platina.
A platina, é bom lembrar, não existe de forma natural no corpo humano. Sendo assim, seu uso pode gerar efeitos colaterais diversos. Os mais comuns são perda de apetite, indisposição, dor de cabeça, náuseas e enjoo.
Por este contexto, cientistas estão em busca de novos materiais para serem usados em compostos de quimioterapia. O mais promissor, até então, é o cobre.
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