Saúde da família e os cuidados do enfermeiro | Colunista

A Atenção Primária à Saúde (APS) é a base fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo a principal porta de entrada para a população. Por meio das equipes de saúde da família (ESF) as Unidades Básicas de Saúde (UBS) têm desenvolvido muitas práticas assistenciais voltadas para a saúde dos moradores da sua respectiva região.

Com isso, atualmente as unidades de saúde da família estão procurando profissionais flexíveis que estão dispostos a se envolverem com a comunidade, olhando para a família como um todo, além do atendimento do indivíduo e que consiga analisar o meio que ele está inserido e identificar problemas.

Entretanto, a saúde no Brasil vem passando por momentos difíceis, devido aos poucos recursos e diversas demandas de saúde pública, perfaz causando uma enorme sobrecarga aos trabalhadores, principalmente aos enfermeiros.

Nesse momento de pandemia a ESF tem que se readequar para continuar prestando cuidados de qualidade, continuar ofertando as consultas médicas, odontológicas, de enfermagem, psicológicas, farmacêuticas, nutricionais e de fisioterapeutas, renovações de receitas, visitas domiciliares, ações de promoção e prevenção de saúde, vacinações e agendamentos com todas as precauções devidas.

Por isso, é necessário que o Enfermeiro, sendo o pilar mais importante dentro da ESF, esteja qualificado para atuar em diversos cenários, que virão e os que já existem, pois é bastante trabalhoso ser enfermeiro de Saúde da Família, a comunidade espera uma atitude do enfermeiro, confia em seu trabalho, demanda do seu serviço e é necessário estar totalmente disposto para construir um vínculo com essa comunidade também.

As atividades mais comuns que o enfermeiro(a) desempenha dentro da unidade de saúde são: 

  1. Analisar as demandas da comunidade;
  2. Observar o território e verificar se existe saneamento básico;
  3. Verificar a existência de transporte público que dá acesso à unidadede saúde;
  4. Manter contato com as escolas e igrejas das proximidades;
  5. Atentar-se para a ocorrência de picadura de animais peçonhentos;
  6. Averiguar se os gatos e cachorros são castrados ou vacinados;
  7. Saber se há agente de endemias vinculado na unidade; 
  8. Realizar reuniões com os agentes de saúde diariamente;
  9. Realizar ou participar das consultas de puericultura, pré-natal.
  10. Coletar Papa Nicolau e examinar as mamas.
  11. Fazer orientações sobre a alimentação saudável, práticas de exercícios físicos, lincando nos grupos de hipertensos e diabéticos (HIPERDIA).
  12.  Realizar o Planejamento familiar e orientar sobre saúde sexual e métodos contraceptivos.
  13.  Fazer testes rápidos de gravidez, HIV, sífilis.
  14.  Estar sempre disponível para realizar o Fique Sabendo;
  15.  Acompanhar regularmente os pacientes que fazem uso de psicotrópicos, insulinodependente, os idosos e os acamados, aqueles que possuem feridas e/ou curativos.

Ufa, é de perder o fôlego! Muitos colegas acreditam que as atribuições do enfermeiro da Atenção Básica são tranquilas, sossegadas, mas um bom enfermeiro de “postinho” tem tantos afazeres quanto de urgência e emergência. 

É uma correria sem fim para resolver todas as questões e solicitações, e ainda atender ambulatorialmente, cobrir um colega na vacina, na sala de procedimento, na recepção ou até na gerência.

Os enfermeiros não deveriam ser multitarefas, mas acabam sendo o pilar principal para resolver as diversas questões que aparecem no dia a dia. Por isso lutamos tanto por melhores condições de salários e valorização profissional.

Também é preciso ter ética e saber se comunicar bem. O nosso código de ética de enfermagem orienta que o enfermeiro tem que guardar sigilo e não expor o paciente, como atuamos em comunidade é sempre comum saber de exames, confissões e situações íntimas e até dolorosas do paciente e isso jamais deve ser comentado fora do consultório com outras pessoas.

É necessário ter um bom vínculo e relacionamento tanto com os profissionais quanto com os moradores, pois é uma área de atuação que não tem muita rotatividade profissional e os moradores costumam confiar mais nos “velhos de casa”.

É incrível ter esse laço com as famílias, ver nascer, crescer e até acompanhar o final da vida, então o cuidado para manter essa boa relação e comunicação, facilita demais o trabalho do enfermeiro estrategista.

É galera, para ser enfermeiro da Saúde da Família tem que gostar do trabalho, e se entregar para viver essa experiência deliciosa que é ver de pertinho o quanto o SUS é necessário.

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REFERÊNCIAS

LOPES, Olívia Cristina Alves et al. Competências dos enfermeiros na estratégia Saúde da Família. Orientador: Aline Aparecida Monroe. 2020. 08 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2019. DOI https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0145. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ean/a/zB5Npy99wyPDGX4jXzdNDYp/?lang=pt#. Acesso em: 6 jun. 2021.

Por Sanar

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