Indústria de medicamentos: qual setor você se encaixa? | Colunista

O setor industrial farmacêutico é um dos mais concorridos, devido à excelente remuneração e constante avanço da tecnologia. Porém, as indústrias farmacêuticas não tem um domínio homogêneo pelo país e, portanto, se concentram mais fortemente em regiões como Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Goiás (GO) e Paraná (PR).

Dentre estas, somente São Paulo corresponde a 56,25% da somatória de empresas do setor no país, de acordo com o Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico produzido pela Secretaria Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Mas e aí, quais são as habilidades que um farmacêutico industrial deve ter?

Independentemente do setor que o profissional for atuar, o conhecimento técnico é indispensável, como por exemplo, entendimento sobre as Boas Práticas, além disso, deve saber lidar com constantes mudanças, ter um bom relacionamento interpessoal, pois, os setores dentro de uma indústria devem estar em sintonia e em casos de o departamento manter contato com agências ou empresas internacionais, é exigido o conhecimento de uma língua estrangeira, principalmente o inglês.

Agora que você já sabe um pouco da economia e das habilidades mais procuradas no profissional, vamos explorar as esferas que o farmacêutico pode atuar na indústria de medicamentos. Segundo a RDC nº 448 de outubro de 2006, o farmacêutico pode atuar nas seguintes áreas:

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Fabricação de produtos para a saúde

Nessa atividade o farmacêutico tem como responsabilidade assegurar a qualidade, eficiência e segurança dos produtos a serem fabricados, além de certificar que todas as etapas de produção estejam de acordo com as normas gerais da empresa e com as Boas Práticas de Fabricação (RDC nº 301/2019).

Garantia da Qualidade (GQ)

Setor responsável pela prevenção e correção de falhas dentro da indústria farmacêutica através da utilização de ferramentas da qualidade, ou seja, garante que tanto os produtos, quanto os demais setores estejam de acordo com as normas exigidas pela Anvisa e Boas Práticas de Fabricação (BPF). 

Tu-do passa pela GQ! Qualquer mudança nas documentações técnicas, detecção de não conformidades ou até mesmo o mau funcionamento dos equipamentos de produção, a Garantia deve estar ciente e imediatamente deve colocar em prática um planejamento estratégico para que as atividades se restabeleçam. Por isso, é importante conhecer as Boas Práticas de Fabricação; Normas Gerais, Instruções de Trabalho e Procedimentos Operacionais Padrões internos da empresa.

Para uma melhor organização das atividades exercidas pela GQ, a empresa pode dividi-la em núcleos, como se fosse “mini setores”:

Assuntos Regulatórios

O profissional farmacêutico que atuar neste ramo vai ser responsável pela elaboração de relatórios técnicos para registro de produtos; acompanhar a elaboração das artes de embalagens e da construção da bula; atualizar os documentos necessários para o bom funcionamento da empresa e enviá-los para a agência sanitária. É indispensável o conhecimento de resoluções e instruções normativas vigentes, frequentemente atualizadas pela Anvisa e publicadas no Diário Oficial da União (DOU).

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Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC)

O farmacêutico é responsável por avaliar e investigar as possíveis causas das reclamações informadas ao SAC; deve repassar as reclamações para outros setores da empresa, principalmente para a Farmacovigilância, que ficará responsável por implementar estratégias de melhoria, além de acompanhar os casos relatados pelos pacientes até que haja desfecho dos problemas.

Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)

Aqui o farmacêutico deve ter habilidades de pesquisa, conhecer substâncias e componentes ideais para cada tipo de formulação, levando em consideração as características físico-químicas e estruturais, além da via de administração do medicamento.

Controle de Qualidade (CQ)

Se você gosta de trabalhar em laboratório, aqui é o seu lugar. O CQ é responsável por realizar testes tanto nos produtos acabados, quanto nas matérias-primas/insumo farmacêutico ativo (IFA). Então, qualquer impureza, adulteração ou desvio da qualidade encontrados diretamente nos produtos são detectados por esse setor.

Nenhum dos setores funciona de modo independente, todos estão ligados de forma intrínseca e por isso o farmacêutico deve saber trabalhar de maneira multidisciplinar. Se alguma informação for deixada para trás, prejudica outro setor, que acaba prejudicando o outro e assim vira uma cadeia de problemas a serem resolvidos. 

Resumindo: ter uma boa comunicação e sabedoria das Boas Práticas e das RDCs (alô aulas de Deontologia!) são extremamente essenciais em todos os setores da indústria de medicamentos.

Já descobriu qual área você se encaixa?

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Referências

ANVISA – CMED. Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico, 2019. Disponível em < https://gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/cmed/informes/anuario-estatistico-2019-versao-final.pdf > Conselho Federal de Farmácia. Resolução 448 de outubro de 2006

Fiocruz. Conheça o Serviço de Gestão de Mudanças e Riscos, 2020. Dispinível em < https://www.far.fiocruz.br/2020/02/conheca-o-servico-de-gestao-de-mudancas-e-riscos/?print=print >

Por Sanar

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