Saúde mental dos profissionais de enfermagem | Colunista

A relação entre saúde mental e trabalho teve maior destaque a partir dos anos 70, foi um marco na abordagem à saúde do trabalhador.  Você sabia que enfermagem é o maior grupo de profissionais que atuam dentro de unidades hospitalares e considerada a quarta profissão mais estressante pela Health Education Authority? 

Ao longo do texto, vamos entender os principais fatores que interferem para que a enfermagem seja considerada uma profissão estressante. 

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Dentre os fatores, podemos citar o contato assistencial direto, o lidar com o sofrimento, a morte e a dor, a sobrecarga de trabalho, diferentes turnos de trabalho, liderança da equipe, as relações interpessoais a chefia e familiares. Vamos entender cada um deles?

  1. A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade; atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, tendo assim, contato com todo ciclo de saúde do ser humano. E dentro desse processo é inevitável o contato com o sofrimento, com a dor e até mesmo a morte. 
  2. A sobrecarga de trabalho devido às longas jornadas, número reduzido de profissionais e até mesmo pouca disponibilidade de insumos, contribuem de forma direta para o adoecimento dos trabalhadores de enfermagem. Além de contribuir para erros na assistência. Este contexto reflete na qualidade de vida dos profissionais. 
  3. O trabalho em equipe exige do enfermeiro o desenvolvimento de muitas habilidades, dentre elas a liderança de equipe. O enfermeiro deve considerar o indivíduo como um todo, respeitar as individualidades, reconhecer as capacidades e potencialidades de cada membro da equipe e fomentar as competências. Além disso, buscar soluções para os problemas sugeridos pela equipe, ouvir opiniões e mediar conflitos. O exercício diário dessa competência pode interferir na saúde mental do profissional. 
  4. A assistência de qualidade ao paciente exige da equipe de enfermagem o bom relacionamento com a equipe multiprofissional e com outros setores do hospital, quando a relação entre eles se mostra conflituosa      temos um fator que contribui para a saúde mental tanto da equipe quanto para os demais profissionais. 
  5. Não podemos negar que a inclusão da família no cuidado ao paciente contribui para a assistência humanizada. O diálogo entre paciente, profissional e família favorece um relacionamento de confiança e bons resultados na assistência. A experiência do diálogo deve ser uma via de mão dupla do profissional para a família e da família para o profissional. Porém, em algumas relações podem ocorrer atritos. Essa experiência diária pode trazer danos à saúde mental do profissional. 
  6. Para que a chefia de enfermagem não seja um fator estressante para a equipe, é importante que o líder tenha boa fluência verbal, seja claro e objetivo, tenha capacidade de tomar decisões rápidas, faça mudanças a partir das críticas construtivas, busque capacitações para aprimoramento de conhecimento e técnicas, conheça bem os seus liderados e seja referência dentro da sua equipe. Quando o líder não consegue desenvolver estas habilidades, a relação liderança/equipe pode se tornar conflituosa contribuindo para um desgaste mental dos profissionais. 
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Quais são os reflexos destes fatores na assistência de enfermagem?      

Podemos citar o elevado número de absenteísmo, a insatisfação no trabalho, desenvolvimento de alterações psíquicas como depressão, ansiedade e por fim, queda na qualidade da assistência prestada. 

Atualmente, as equipes de enfermagem, a nível mundial, enfrentam um grande fator estressor que é a pandemia da Covid-19. Tivemos aumento da demanda da assistência, profissionais contaminados, profissionais que foram a óbito, escassez de recursos, alta carga de sofrimento psíquico e entre outros. 

Quais os fatores que contribuem de forma positiva para a saúde mental dos trabalhadores da equipe de enfermagem?

 Lembre-se de descansar entre um plantão e outro, busque ter uma alimentação saudável, pratique atividade física, mantenha o seu vínculo social ativo, evite uso abusivo de álcool, tabaco e outras drogas e busque ajuda em caso de sofrimento psíquico. CUIDE DE VOCÊ!    

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Referências

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PAULA, G.S. DE; REIS, J. F; DIAS, L. C; DUTRA, V. F. D; BRAGA, A.L.DE.S; ELAINE CORTEZ, E. A. O sofrimento psíquico do profissional de enfermagem da unidade hospitalar. Año 10 – vol. 10 nº 3 – Chía, Colombia – diciembre 2010.

RIBEIRO, M; SANTOS, S. L. DOS; MEIRA, T. G. B. M. Refletindo sobre liderança em enfermagem. Esc Anna Nery R Enferm 2006 abr; 10 (1):109 – 15. 

SIQUEIRA, A. B; FILIPINI, R; POSSO, M. B. S; FIORANO, A. M. M, GONÇALVES, S. A. Relacionamento enfermeiro, paciente e família: fatores comportamentais associados à qualidade da assistência. Arq Med ABC. 2006;31(2):73-7. 

SOUZA, M. N. DE. S; JÚNIOR, D. F. M; SILVA, M. V.  COSTA, J. A. DA; SOBRINHO, C. L. N. Trabalho e saúde dos profissionais de enfermagem de um hospital especializado de feira de Santana, Bahia. Revista Baiana de Saúde Pública. v.35, supl.1, p.38-54 jan./jun. 2011.

Por Sanar

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