Burnout e a residência em CTBMF | Colunista

O que é um cirurgião buco-maxilo-facial?

O cirurgião buco-maxilo-facial é um profissional da odontologia que possui a qualificação para trabalhar tanto em ambiente clínico, como também em ambiente hospitalar para intervenções de maior complexidade. 

Dentre a sua área de atuação podemos citar: Tratamento dos traumas de face; diagnóstico e tratamento de patologias maxilo-faciais*; distúrbios na articulação temporomandibular; exodontia de dentes inclusos e impactados; correção de deformidades dento-faciais (Ex: ortognática); cirurgia com finalidade protética; além de implantes, enxertos, transplantes e reimplantes.

*Vale destacar que o cirurgião buco-maxilo-facial atua no tratamento apenas de lesões de caráter benigno. No caso de tumores malignos, ele atua realizando o diagnóstico precoce e encaminhando para uma equipe oncológica.

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Como é o ingresso na CTBMF? Qual a duração de uma residência em cirurgia buco-maxilo-facial?

O ingresso na especialidade pode ser realizado de duas formas: Especialização ou Residencia.

A especialização normalmente é paga e possui uma menor quantidade de carga horaria, porém não necessita de uma dedicação exclusiva e possui maior quantidade de vagas por turma.

A residência, por outro lado, normalmente, possui uma maior carga horária, tendo dedicação exclusiva e recebe uma bolsa MEC. Entretanto, o número de vagas por turma é bem abaixo quando comparado a uma especialização.

O Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (CBCTBMF) manifesta que a residência é de suma importância para um especialista em CTBMF. Além disso, a duração da mesma deve ser de três anos, contendo 60 horas semanais, totalizando assim um mínimo de 8.640 horas.

A síndrome de Burnout na CTBMF

Num estudo realizado Porto GG et al (2014) demonstrou que a prevalência da síndrome de burnout em cirurgiões buco-maxilo-faciais brasileiros é de 17,2%, ou seja, segundo o autor apresentando resultados medianos, embora tenha observado um alto índice de baixa realização profissional

Milder et al (2021) analisou os níveis de burnout utilizando o Índice de bem estar (WBI, MedEd Web Solutions) entre acadêmicos em CTBMF nos Estados Unidos. Além disso, procurou ver quais as características colocavam os acadêmicos em maior risco de desenvolvimento da síndrome. No geral, não foi observado índices altos de burnout entre os participantes. Além disso, identificou-se que idade superior a 40 anos, jornadas semanais de 55 horas ou mais, 10 ou mais chamados mensais, além de uma alocação da maior parte da do dia para os estudos como fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome.

Shapiro et al (2016) observou a relação entre eventos de vergonha e humilhação com o risco de burnout.  Ao final do estudo, demonstrou-se que uma exposição repetida a vergonha levou o residente a um esgotamento

O que é a síndrome de burnout?

A síndrome de burnout, também chamada de síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio emocional resultante de situações de desgaste mental crônico devido a longas jornadas de trabalho em um ambiente de grande competitividade.  

Entre os seus principais sintomas estão:

  • Cansaço excessivo
  • Insônia
  • Dificuldades de concentração
  • Alterações de humor
  • Problemas gastrointestinais
  • Problemas cardiovasculares
  • Dores de cabeça
  • Sentimentos de insegurança e fracasso

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Como prevenir a Síndrome de Burnout?

A prevenção vem por meio de estratégias que buscam diminuir o estresse e a pressão no trabalho. 

Entre elas podemos citar:

  • Definir pequenas metas 
  • Participar de atividades de lazer
  • Fazer atividades que fujam da rotina, como ler, passear e ir ao cinema.
  • Efetuar atividades físicas diárias
  • Evitar o consumo de álcool e/ou drogas.

Além disso, acima de tudo, não leve trabalho para casa!

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Conclusão

A síndrome de burnout é um problema comum em trabalhos com jornadas de trabalho extensas e que sofrem muita pressão. Nesse sentido, o residente em CTBMF pode ter uma maior suscetibilidade ao desenvolvimento, principalmente quando estiver inserido num ambiente que contribua para tal acontecimento, conforme observou Shapiro et al. 

Diante disso, é importante estar atento aos sintomas, mesmo que leves, para que ele não evolua para um quadro depressivo e leve a impossibilidade à realização das atividades diárias. Além disso, reservar um tempo para o lazer, praticar exercícios e passar o tempo com familiares é fundamental para um bom estado de saúde física e mental.

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Referências:

https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental/sindrome-de-burnout

https://www.sanarsaude.com/portal/carreiras/artigos-noticias/colunista-odontologia-formei-e-agora-especializacao-x-residencia

https://www.sanarsaude.com/portal/carreiras/artigos-noticias/colunista-odontologia-o-que-faz-um-cirurgiao-buxo-maxilo-facial-entendendo-a-especialidade

https://www.bucomaxilo.org.br/site/noticias-detalhes.php?cod=306&q=Nota+de+Esclarecimento+sobre+forma%C3%A7%C3%A3o+para+especialista+em+CTBMF&bsc=ativar

Porto GG, Carneiro SC, Vasconcelos BC, Nascimento MM, Leal JL. Burnout syndrome in oral and maxillofacial surgeons: a critical analysis. Int J Oral Maxillofac Surg. 2014 Jul;43(7):894-9. doi: 10.1016/j.ijom.2013.10.025. Epub 2014 Mar 12. PMID: 24630070

Megan J. Milder, Steven M. Roser, Thomas M. Austin, Shelly Abramowicz,

Does Burnout Exist in Academic Oral and Maxillofacial Surgery in the United States?,

Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, Volume 79, Issue 8,2021, Pages 1602-1610, ISSN 0278-2391, https://doi.org/10.1016/j.joms.2021.03.017.

Michael C. Shapiro, Sowmya R. Rao, Jason Dean, Andrew R. Salama, What a Shame: Increased Rates of OMS Resident Burnout May Be Related to the Frequency of Shamed Events During Training, Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, Volume 75, Issue 3, 2017, Pages 449-457,

ISSN 0278-2391, https://doi.org/10.1016/j.joms.2016.08.040.

Por Sanar

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