Como o hemograma pode dizer algo sobre a minha saúde? | Colunista

“Dá uma olhadinha aqui no meu exame de sangue? ” Posso apostar que você estudante/profissional de saúde já teve esse pedido sendo feito e ainda, com um papel sendo estendido na sua frente! (bate até um nervoso). Bom, mas como um “simples” exame de sangue pode apresentar algo relevante? O singelo e antigo hemograma consegue trazer informações importantes sobre a saúde de um paciente mais do que se imagina.

O famosíssimo exame de sangue avalia a quantidade e a qualidade dos três principais grupamentos (chamamos de séries) de células sanguíneas: glóbulos vermelhos (as conhecidas hemácias), que realizam o transporte de oxigênio e nutrientes pelo corpo; os leucócitos (ou glóbulos brancos) que fazem parte do nosso no sistema imunológico e desempenham função de proteção a diversos agentes; e as plaquetas (que na realidade nem são células, e sim fragmentos de uma) que respondem pela coagulação sanguínea.

Sendo um dos exames mais pedidos em consultas, esse campeão de solicitações em avaliações médicas faz um panorama do corpo humano à nível sanguíneo, assim ele verifica e consegue fornecer indícios de quadros patológicos como infecções virais, bacterianas ou parasitárias, reações alérgicas, anemias ou até problemas maiores, como as leucemias.

O hemograma pode ser ainda utilizado para assegurar que a pessoa esteja apta a passar por uma cirurgia e para até mesmo verificar a responsividade do paciente a certos tratamentos que estejam sendo feitos. São mil e uma utilidades!

Ele é realizado pela boa e velha coleta de sangue (é incrível como um tubinho com sangue pode proporcionar informações inestimáveis sobre a saúde de alguém). Após isso, o material é enviado ao laboratório para ser analisado, passando por uma avaliação criteriosa de quantidade, tamanho e formato dessas células que já conversamos aqui. Além disso, diversos parâmetros inerentes de cada série também são inclusos em consideração nos critérios.

Os resultados são interpretados de acordo com os valores-padrão de referência, que variam por idade, sexo e até mesmo a localidade de cada região em que é realizado o exame. Podemos observar essas análises do hemograma de forma mais detalhada:

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Leucograma

Análise da quantidade e qualidade dos leucócitos ou glóbulos brancos e seus subtipos, como os neutrófilos, linfócitos, basófilos e monócitos, sendo todas células do sistema imunológico do organismo com um tipo de função e reposta diferente. Dependendo do aumento de cada tipo de leucócito, pode significar um quadro diferente: neutrófilos são os mais numerosos, geralmente tem aumento expressivos devido a infecções bacterianas.

Os eosinófilos já respondem por infecções parasitárias ou reações alérgicas; os basófilos estão normalmente aumentados em casos de alergia ou inflamação prolongada como asma, rinite ou urticária. Já os linfócitos indicam infecções virais agudas, além de serem responsáveis pelo reconhecimento e destruição de micro-organismos e produção de anticorpos. O valor de referência da série branca se dá em torno de 3,6 mil a 11 mil.

Plaquetograma

As plaquetas são importantes para avaliar a capacidade de coagulação sanguínea. Não chegam a ser células, mas sim fragmentos de células (derivadas do citoplasma da célula megacariócito), estas possuem um papel de extrema importância a hemostasia do sangue.

A sua variação em quantidade e funcionalidade destaca-se com certa relevância, pois em casos elevados pode indicar um risco de trombose e entupimentos nos vasos sanguíneos ou, por outro lado, a sua diminuição pode destacar a presença de hemorragias. O seu valor de referência gira em torno de 150 a 450 mil/mm3.

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Eritrograma

É a parte do hemograma em que se realiza a análise da quantidade e qualidade dos eritrócitos, conhecidos por hemácias ou glóbulos vermelhos.

Além disso, o eritrograma também deve analisar as características morfológicas, feita por meio dos chamados índices hematimétricos: VCM (volume corpuscular médio), que mede o tamanho das hemácias, que pode estar aumentada em alguns tipos de anemia; o HCM (hemoglobina corpuscular média) que indica a concentração total de hemoglobina; o CHCM (concentração da hemoglobina corpuscular média): demonstra a concentração da hemoglobina por hemácia e o RDW (do inglês, amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos) é um índice que demonstra a porcentagem de variação de tamanho entre as hemácias de uma amostra de sangue. O valor de referência do número das hemácias se dá em torno de 4,5 a 6,0 milhões/mm3.

Agora já dá pra ajudar aquele paciente pedindo ajuda com o tal “exame de sangue” não é mesmo? Mas vale aqui o destaque que o hemograma é apenas um exame primário de avaliação em condições de saúde, ele é inespecífico e jamais pode ser usado sozinho como fechamento de diagnóstico, sendo necessário outros exames complementares a fim de instaurar algum tipo de tratamento adequado.

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Referências:

Hoffbrand, P.A.H.; Moss,J.E. Pettit – Fundamentos em Hematologia,6ª. Ed – Artmed 2013.

Lorenzi, TF. – Manual de Hematologia – Propedêutica e Clínica. São Paulo, Guanabara Koogan, 4a. ed., 2006.

Por Sanar

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