A rotina do farmacêutico magistral é dinâmica. No decorrer do dia este fica responsável por atividades clínicas e não clínicas. O farmacêutico é fundamental em todas as etapas, desde a rotina burocrática, sendo responsável pelo acompanhamento dos processos e resultados, o planejamento, aquisição até a finalização do produto acabado somados ao atendimento cliente/paciente.
Com a pandemia o farmacêutico pode ampliar sua atuação clínica nas farmácias com o atendimento voltado aos distúrbios autolimitados, questões relacionadas a acne e rosáceas, queda de cabelo e outras situações, visto que durante este período houve aumento dessas situações e com a lotação dos hospitais a marcação de consultas eletivas ficou mais burocrática.
Entre as principais atividades não clínicas desenvolvidas pelo farmacêutico magistral podemos citar, de acordo com a RDC 67/2007 e a Resolução 467/2007, aquisição e monitoramento do estoque, recebimento, armazenamento e conservação dos medicamentos, fracionamento de medicamentos, manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, elaboração do Manual de Boas Práticas de Dispensação, elaboração dos Procedimentos Operacionais-Padrão (POPs), elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS).
O treinamento e a capacitação dos colaboradores, atualização da documentação legal, uso de ferramentas administrativas e financeiras, como, por exemplo: escrituração de medicamentos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), sistema de controle de estoque de medicamentos, cadastro de fornecedores, entre outros, também são de responsabilidade do farmacêutico.
Em virtude dos recursos tecnológicos e da globalização, as informações vêm se disseminando de forma cada vez mais rápida e constantemente estamos sendo bombardeados de notícias, sejam estas verdadeiras ou não, mais conhecidas como fake News.
Acrescido a esse bombardeamento de informações, em muitas localidades há um déficit grande da equipe de saúde multiprofissional, em algumas dessas regiões os farmacêuticos são os profissionais de saúde mais acessíveis e, muitas vezes, a farmácia é o primeiro local de contato do paciente com o sistema de saúde. Deste modo, este profissional se mostra como papel de propagador de informação e realizador de ações educativas em saúde e, também, no enfrentamento da pandemia pela COVID-19, momento ao qual estamos.
As atividades clínicas do farmacêutico deram um “boom” neste momento de pandemia, ou seja, o farmacêutico magistral obteve maior visibilidade principalmente em relação a consulta farmacêutica, fazer a anamnese farmacêutica, verificar sinais e sintomas, com o propósito de prover cuidado ao paciente, principalmente na prescrição de tratamentos autolimitados e tratamentos dermatológicos mais simples, estratégias contra queda de cabelo pós COVID-19.
Além destas, outras atividades que estão descritas na Resolução 585/13, como estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente, realizando encaminhamentos para os demais membros da equipe de saúde, ações para a promoção, proteção e recuperação da saúde, e a prevenção de doenças e de outros problemas de saúde, participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia, para que o paciente utilize de forma segura os medicamentos de que necessita, em doses, frequência, horários, vias de administração e duração adequados.
Desse modo, contribui para que o mesmo tenha condições de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos, realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros da equipe de saúde, com o propósito de auxiliar farmacoterapia adequada para cada paciente, prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos medicamentos, identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e clinicamente significantes.
O período único que vivemos fez e faz com que os profissionais da saúde se reinventem na busca de novas formas de contribuir no combate à pandemia. Em especial o farmacêutico, por sua atuação em farmácias se mostra um profissional estratégico para tratar os pacientes portadores de COVID-19, por possuir diversas habilidades relacionadas à profissão, além de orientações relacionadas à educação em saúde como medidas de higiene e segurança, buscando reduzir ou evitar a disseminação do vírus e contaminação das pessoas.
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Referências
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 467 de 28 de novembro de 2007. Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Disponível em < https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf> Acesso em 05 de setembro de 2021.
BRASIL, Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF n° 585, de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 set. 2013 – Seção 1, p.186. Disponível em:< https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf> Acesso em 05 de setembro de 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 67 de 8 de outubro de 2007. Aprovar o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias e seus Anexos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 09 out. 2007.
CFF. Conselho Federal de Farmácia. Coronavírus: Atuação do farmacêutico frente à pandemia da doença causada pelos coronavírus. 2020. Plano de resposta para a farmácias privadas e públicas da Atenção Primária. Disponível em: < https://www.cff.org.br/userfiles/Coronav%C3%ADrus%20orienta%C3%A7%C3%B5es%20a%20Farm%C3%A1cias%20da%20APS%20no%20SUS%20(1).pdf> Acesso em 05 de setembro de 2021.
